(pt) Federação Anarquista de Rosário: [No marco da celebração dos 65 anos de nossa irmã fau (federação anarquista uruguaia) (ca, de, en, fr, it)[traduccion automatica]
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Domingo, 14 de Novembro de 2021 - 07:37:57 CET
divulgamos uma nota publicada na revista Lucha Libertaria (nº33) onde
compartilhamos o que entendemos ter sido a influência da fau na Argentina]. ----
Especificismo na Argentina, presença e influência do fau ---- A presença da FAu
na Argentina e o impacto de sua proposta política, acreditamos, envolveram vários
momentos e etapas, e passaram por diversas estratégias de influência nas últimas
décadas. Para começar, é verdade que a abordagem política do dualismo
organizacional tentou se estabelecer em nosso país em diferentes momentos. A
primeira data do final do século XIX, com o surgimento dos círculos anarquistas
promovidos por Errico Malatesta, Francesco Momo e Ettore Mattei entre outros,
simultaneamente à fundação dos primeiros sindicatos em nível local. O outro
momento marcante foi durante a década de 1930, com o surgimento da Federação
Anarcocomunista Argentina (FACA) e da Aliança Operária Spartacus. A militância
dessas organizações políticas já havia percebido o alerta lançado por Malatesta
décadas atrás, sobre o perigo de "unificar o movimento operário e o movimento
anarquista" e sobre a perda de preponderância de nossa corrente política dentro
do povo. Mas, infelizmente, todas essas provações, com o passar das décadas, não
tiveram sucesso ou deixaram um germe organizacional para os anos que viriam.
No entanto, do outro lado do Río de la Plata, um grupo de quadros importantes do
anarquismo conseguiu processar astutamente o difícil momento histórico de vazante
que o anarquismo vivia em todo o mundo em meados do século XX. Este equilíbrio e
projeção política deu origem em 1956 - apenas 20 anos após a derrota na Espanha -
à fundação da FAu (Federação Anarquista Uruguaia), que pretendia ser uma
ferramenta organizacional dos anarquistas na elaboração de uma estratégia de
inserção adequada para influenciar de certa forma nas lutas sociais.
Como se sabe, o fluxo constante entre as populações uruguaia e argentina, e suas
influências culturais, políticas e sociais, tiveram um caráter especial ao longo
da história, cujas origens contemplaram inclusive o mesmo plano de emancipação
durante as guerras anticoloniais. Nesse sentido, o que aconteceu no Uruguai com a
reconfiguração do anarquismo organizado mais cedo ou mais tarde impactaria a
dinâmica do anarquismo argentino.
Desde o seu início, o fau tem se preocupado com a tarefa de reconstruir o
anarquismo organizado no Cone Sul e na América Latina e com a recuperação da
influência do anarquismo na dinâmica social do continente. A Argentina não seria
exceção.
A presença do fau na Argentina e suas tentativas de influenciar o reagrupamento
do anarquismo local podem ser analisadas em diferentes etapas. A primeira delas
ocorre a partir da aparição pública da organização, durante as convulsionadas
décadas dos anos 50 e 60. Naquela época, a partir das histórias de Juan Carlos
Mechoso - membro fundador da FAu, aconteciam viagens e encontros entre a FAu e
militantes anarquistas da Argentina, sem que nenhum projeto político fosse
realizado em nível local, além de realizar alguns editoriais comuns projeto. É
válido ressaltar que grande parte do anarquismo argentino da época estava em
franco declínio, mais preocupado em se diferenciar do peronismo do que em
combater os sucessivos distúrbios militares e ditaduras.
A próxima etapa marca a presença da FAu na Argentina, mais por questões de
contexto. Em primeiro lugar, com a migração de jovens quadros sindicais das ROE,
que acabaram convergindo para a Resistencia Libertaria -a principal organização
política anarquista da Argentina naquela época, com influência em alguns
sindicatos e esferas sociais-. Mas depois do golpe de estado de 73 e do abrupto
avanço repressivo no Uruguai, a FAu definiu um recuo estratégico para os países
vizinhos, sendo a Argentina a que mais recebeu os militantes da organização.
Assim, membros do OPR (instrumento armado da FAU) são os primeiros a cruzar para
a Argentina para promover ações para alcançar "os meios econômicos para uma luta
contra a ditadura que se espera longa e dura". O slogan da época era "durar a
luta". O advento do golpe de 1976 na Argentina encontrou dezenas de militantes
realizando trabalhos de organização e coordenação contra o avanço repressivo e o
Plano Cóndor. No entanto, o tom da repressão atingiu duramente a militância que
estava no país, a maioria sequestrada e desaparecida pelas garras brutais da
ditadura militar genocida.
Com o retorno à ordem constitucional na região, a FAu mais uma vez expressou sua
intenção de colaborar na reorganização do anarquismo latino-americano, em um
momento em que o neoliberalismo começava a flagelar duramente o continente. Nos
anos 90, o Brasil foi a principal área de influência, começando com a criação da
Federação Anarquista Gaúcha (FAG) e posteriormente outras organizações
anarquistas, que posteriormente se fundiram na atual Coordenação Anarquista
Brasileira. Na Argentina, depois de várias viagens, essa influência foi moldada
pela constituição de grupos políticos no final dos anos 90, com o surgimento da
AUCA em La Plata, o grupo CAIN (depois OSL) em Buenos Aires, e a Organização
Anarquista de Rosario. (OAR), os três grupos com maior parte da militância no
bairro e ambiente estudantil. Essas novas organizações tentaram de alguma forma
retomar a estratégia do dualismo organizacional, sistematizado no especificismo
uruguaio. Essa influência explícita chegou a se expressar na formação e
participação de uma Coordenação Anarquista Latino-Americana junto à FAU e FAG,
com poucos anos de existência, mas com encontros e instâncias de articulação que
renderam experiências inestimáveis.
Certamente, esse chute serviu de subsídio, por um lado, para a realização da
ELAOPA (a primeira por volta de 2002), como uma instância de encontro entre a
militância de base e as esferas de inserção. Por outro lado, a experiência desse
ressurgimento do anarquismo organizado na Argentina foi, sem dúvida, o impulso
inicial para a constituição de futuras organizações anarquistas, uma delas a
Coluna Joaquín Penina (posteriormente Federação Anarquista Rosário), fundada em
2008. Mas Este ressurgimento organizacional do anarquismo, depois de alguns
contratempos (como foi a curta experiência da última FACA com grupos de Buenos
Aires) de alguma forma nos permitiu repensar uma estratégia de construção
adequada e gradual, com elementos que permitissem constituir organizações
sólidas., com programas de ação , com estruturas orgânicas consistentes, e um
relacionamento mais do que o necessário para crescer e consolidar o que foi
construído. Para esta fase, as sucessivas viagens da FAu desde 2012, e a visita
da FARJ em 2014, foram fundamentais para a sistematização da estratégia de
construção local (concretizada no 1º Congresso da FAR), e portanto nacional. Para
2016 começa em Córdoba a experiência organizacional da OAC, que surgirá para
agregar vontades e força à estratégia da construção específica nacional. Para
2020 o OAT Tucumana e para 2021 o OASC de Santa Cruz seguirão o mesmo caminho sob
a influência da matriz política proposta pela FAu desde a sua criação, ainda em
1956. e a visita da FARJ em 2014, foram fundamentais para a sistematização da
estratégia de construção local (consubstanciada no I Congresso das FAR), e
portanto nacional. Para 2016 começa em Córdoba a experiência organizacional da
OAC, que surgirá para agregar vontades e força à estratégia da construção
específica nacional. Para 2020 o OAT Tucumana e para 2021 o OASC de Santa Cruz
seguirão o mesmo caminho sob a influência da matriz política proposta pela FAu
desde a sua criação, ainda em 1956. e a visita da FARJ em 2014, foram
fundamentais para a sistematização da estratégia de construção local
(consubstanciada no I Congresso das FAR), e portanto nacional. Para 2016 começa
em Córdoba a experiência organizacional da OAC, que surgirá para agregar vontades
e força à estratégia da construção específica nacional. Para 2020 o OAT Tucumana
e para 2021 o OASC de Santa Cruz seguirão o mesmo caminho sob a influência da
matriz política proposta pela FAu desde a sua criação, ainda em 1956.
Aqui é importante destacar alguns aspectos fundamentais que marcaram a presença
do fau na Argentina e sua influência política. Em primeiro lugar, destacamos que
isso ocorreu no marco de uma estratégia latino-americana, a partir de uma leitura
não só de um anarquismo internacionalista e dos laços que os povos mantêm há
milhares de anos, mas também de uma leitura da realidade de. o sistema de
dominação, que desde a colonização estabeleceu mecanismos de pilhagem e
subjugação específicos para esta região. Isso significa que nossa corrente
política não se reflete em expressões organizacionais isoladas, mas em uma
articulação regional inerente.
Por outro lado, até a chegada das organizações Tucumán e Santa Cruz, a principal
área de raízes de especificidade estava na região dos Pampas (possivelmente
devido a semelhanças com a história e composição social de Montevidéu). Aqui
notamos que embora a Argentina apresente uma formação social diversa, o que exige
um desdobramento diferenciado da estratégia, a proposta política específica
permite e exige adaptabilidade ao contexto, como aconteceu no Brasil
anteriormente. Essa diversidade representa um desafio para a construção do
anarquismo organizado em nosso país, mas temos a convicção de que isso vai
potencializar ainda mais essa corrente, dotando-a de novos elementos no que diz
respeito ao combate à dominação em suas diferentes formas.
Outro aspecto de grande relevância diz respeito ao fato de que a experiência da
FAu e o legado de sua matriz política vêm compensar cortes ou ausências do
anarquismo na Argentina durante a segunda metade do século XX (com exceção da
experiência de RL em anos 70)., ajudando a restaurar - pelo menos em parte - a
continuidade histórica. A sistematização de experiências, o exercício da memória
histórica, o encontro e o compromisso da FAU permitiram a transferência daquele
precioso legado do anarquismo que há quase um século e meio ganhou raízes
populares nesta parte do mundo.
Por último, a transmissão metodológica de parte da militância fau aos camaradas
da Argentina não foi menos. Além de qualquer postulado ou série de princípios; a
construção de um estilo militante caracterizado por ser humilde e respeitoso com
os processos das organizações populares; solidário e comprometido com as causas
de nossa classe; disciplinado e paciente nos momentos de construção de um povo
forte; são sempre um guia no nosso trabalho diário e também uma reflexão sobre a
prática que abordamos coletivamente.
Da mesma forma, e não menos importante, a série de elementos do anarquismo
organizado têm sido sustentáculos para o início das organizações políticas
locais, como a necessidade de um programa de ação, uma carta orgânica, uma
estratégia de inserção, crescimento e acumulação, bem como uma estrutura
política, ou a análise necessária da formação social local e regional. Todos
esses elementos em constante interação com nossas ações cotidianas nas
organizações sociais têm nos permitido multiplicar nossa adesão, crescer com
firmeza no respeito à nossa influência e nos projetarmos seriamente no longo prazo.
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