(pt) federacao anarquista gaucha FAG-CAB: O caos da saúde, a fome e o desemprego
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Quinta-Feira, 11 de Março de 2021 - 07:26:52 CET
Desde o início da pandemia agravou-se o quadro de precarização da saúde que
percebemos hoje de modo mais flagrante com o descaso do governo Bolsonaro em
relação à saúde do povo brasileiro. Um país com mais de 200 milhões de habitantes
depara-se com o surgimento de um vírus extremo e de rápido contágio, junto à
política sanitária inexistente para prevenção e conscientização da população, e
mais um ciclo desastroso de instabilidade dentro do Ministério da Saúde, onde
houve a troca e saída de ministros por pelo menos 3 vezes, funcionando em ritmo
de anomia e caos. Presenciamos inúmeras situações de corrupção sistêmica frente à
pandemia envolvendo cobrança de propina na construção de hospitais de campanha,
ou na compra de respiradores para os leitos de UTIŽs do SUS, como o caso de
Wilson Witzel, no Rio de Janeiro.
O governo negacionista ignorou as milhões de mortes e tratou a vida de cada
pessoa morta com extremo desamparo ao negar a existência do vírus e negligenciar
o setor da saúde durante a crise sanitária. E é essa política que contribuiu - e
é a principal culpada - para termos a cada 4 pacientes entubados, 1 morto, ou
seja, 25% desses pacientes. Atualmente os casos mundiais já ultrapassam os
2.500.000 (milhões) no mundo, no Brasil ultrapassam os 250.000 (mil) e no Rio
Grande do Sul estamos chegando às 2.500 (mil) mortes. O cenário catastrófico pelo
qual estamos passando desde 2020 se intensifica, atravessamos agora o pior
momento desde o início da pandemia: acompanhando dia após dia o aumento do
colapso no SUS, cujo caso de Manaus foi tristemente emblemático, as UTI's cada
vez mais lotadas, ultrapassando 80% em mais da metade dos estados do Brasil - em
Porto Alegre superou os 100%, significando que pacientes eram atendidos no
corredor do hospital. A fase de vacinações que se iniciou no início desse ano
anda a passos lentos com a vacinas da AstraZeneca e CoronaVac. É a necropolítica
programada do governo que segue vigente, não colocando como prioridade
salvaguardar as vidas, sendo que o Brasil é um dos países que tem mais expertise
em vacinações em massa no mundo. Ao contrário disso, a prioridade é a manutenção
da riqueza de poucos, como o agronegócio, os bancos e as benesses concedidas às
grandes empresas. O estado do Rio Grande do Sul segue colocando os lucros acima
das vidas ao pressionar pela volta às aula da educação infantil e dos primeiros e
segundos anos do ensino fundamental, mesmo com decisão judicial barrando o
retorno. Sendo que há escolas que já não tem o mínimo de estrutura e insumos como
papel higiênico e demais materiais para higiene para funcionar.
E não somente isso, mas simultaneamente à crise sanitária, temos o crescimento da
pobreza e da miséria, que com o fim do auxílio emergencial agravam-se, pois as
taxas de desemprego e os preços dos produtos de abastecimento familiar estão cada
vez mais altos. Diante de uma pandemia não temos a mínima garantia de saúde e
alimentação para sobrevivência da população, e esse panorama tende a se acentuar
se o governo não tomar medidas que minimizem o quadro de morte pelo vírus e pela
fome que ataca sempre mais quem está mais à margem, como a população negra,
periférica, as mulheres - que muitas vezes são mães que sustentam a casa sozinhas
-, a população indígena e quilombola. Vivemos no país do desemprego e da panela
vazia.
Precisamos de auxílio emergencial pra o povo não morrer de fome, vacina para
todas e todos, fiscalizando para evitar os fura-filas, os beneficiados de sempre
querendo obter vantagem sobre a maioria do povo. No mundo, poucos países
iniciaram a vacinação, sendo que quase todo continente africano segue sem doses,
na velha e opressiva divisão social que o capitalismo engendra e perpetua. Só a
quebra de patente das vacinas, estas entendidas como bem social público e
universal, assegurará a distribuição igual do imunizante para toda a população
mundial sair da crise do coronavírus. Sem possibilidades de emprego e sem comida
na mesa é impossível que fiquemos caladas/os. Não podemos aguentar esse descaso
com a população, pois só o que nos mantêm erguidas/os diante da crise é nossa
solidariedade e nossa revolta coletiva.
DESEMPREGO E PANELA VAZIA É REVOLTA NA PERIFERIA!
Federação Anarquista Gaúcha - FAG
https://federacaoanarquistagaucha.wordpress.com/2021/03/03/o-caos-da-saude-a-fome-e-o-desemprego/
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