(pt) [Espanha] Campanha contra a repressão aos trabalhadores em Mianmar By A.N.A. (ca, it)
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Terça-Feira, 27 de Julho de 2021 - 08:25:45 CEST
Ataques do Exército contra manifestações de mulheres trabalhadoras ----
Empregadores birmaneses exigem "colocar ordem" na Birmânia ---- Infelizmente,
sabe-se que em 1° de fevereiro passado o exército birmanês encenou um golpe de
Estado para instalar uma junta militar no poder. Assim, pôs um fim à caricatura
da democracia que existia na Birmânia até então. Desde então, a prisão e a
acusação das figuras mais conhecidas da oposição democrática têm se destacado na
mídia. Todos nós assistimos às cenas angustiantes de repressão brutal em resposta
ao movimento de protesto contra a junta. O número de mortos está nas centenas, em
um interminável gotejamento macabro. Cidades e aldeias inteiras que haviam estado
em revolta foram arrasadas pelas forças do Estado.
Os ataques armados aos manifestantes não são a única ferramenta utilizada pelo
exército para disciplinar a população que protesta. Paralelamente a esses
massacres criminosos, foi instalado um regime de terror na vida cotidiana, em
aldeias, bairros e locais de trabalho, incluindo uma forte repressão aos
sindicatos. Nos últimos anos, um movimento trabalhista de base muito ativo e
militante vinha se desenvolvendo em Mianmar, que estava ganhando uma forte
presença em setores como o têxtil. Agora, como temíamos, os proprietários de
fábricas e teares têm sido rápidos a usar as forças uniformizadas para tentar
esmagá-lo.
Nossos camaradas da FGWM (Federação dos Trabalhadores Gerais de Mianmar) relatam
que desde o final da greve geral em março passado, os chefes têm usado o exército
para pôr fim a qualquer disputa trabalhista manu militari. Além disso,
frequentemente colaboram ativamente com a junta para perseguir as mulheres
sindicalistas mais reconhecidas e dissidentes proeminentes.
Assim, as representantes sindicais femininas são perseguidas tanto por sua defesa
dos direitos dos trabalhadores quanto por seu papel na oposição ao regime
militar, por se manifestarem em manifestações, por exigirem condições de trabalho
decentes ou por convocarem uma greve geral. Muitas vezes, elas tiveram que fugir
de suas casas e abandonar seus empregos, e foram forçadas a uma situação muito
precária, sob constante risco de serem denunciadas por um empregador vingativo e
presas, torturadas ou sumariamente executadas por um exército criminoso.
A CNT e a CIT entendem que qualquer apoio internacional deve estar de acordo com
as necessidades dos trabalhadores e das trabalhadoras que se organizam no
território. Não, claro, ao que pode parecer mais conveniente para aqueles que
acompanham a situação a partir de outro contexto. Independentemente da precisão,
ou não, de nossas avaliações, são sempre os protagonistas do conflito quem decide
os parâmetros de suas lutas e quem toma as decisões. Este é um princípio
federativo básico. É por isso que pedimos a nossas irmãs que nos dissessem como a
solidariedade pode ser realizada neste caso. Você pode ver a resposta deles nas
cartas anexas.
Esta é a origem desta campanha. Apesar de tudo, não está em nosso poder colocar
um fim imediato ao regime militar ou impedir os massacres. Eles estão bem cientes
disso. Mas podemos, com o melhor de nossa capacidade, contribuir para a
eliminação desta perna do terrorismo dos patrões, um componente importante do
regime repressivo que está subjugando o povo da Birmânia.
Para conseguir isso, convidamos todos os sindicalistas e organizações de
trabalhadores com os mesmos ideais, todos aqueles que são contra o brutal golpe
de Estado na Birmânia e o terror que o exército birmanês impôs à população, a
assinar a petição anexa e a colaborar na presente campanha.
Agora é o momento, com a ajuda de todos, de mostrar solidariedade internacional.
Em um mundo cada vez mais conectado e globalizado, não podemos pensar que a luta
contra o autoritarismo e a repressão sindical em qualquer canto do mundo não é de
nossa responsabilidade.
Assine a petição, espalhe a campanha, colabore para pôr fim ao duplo terror do
exército e dos chefes!
Qualquer pessoa interessada em saber mais sobre o assunto pode entrar em contato
com exteriores cnt.es.
Fonte: https://www.cnt.es/noticias/campana-contra-la-represion-obrera-en-myanmar/
Tradução > Liberto
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