(pt) cab anarquista: Solidariedade às famílias violentadas pelo latifúndio e pelo paramilitarismo em São Pedro da Aldeia/RJ (ca, de, en, it)[traduccion automatica]
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Domingo, 18 de Julho de 2021 - 09:10:25 CEST
No último dia 08 de julho ocorreu mais um ataque violento no campo, contra o
acampamento Emiliano Zapata, em São Pedro da Aldeia (RJ), que é organizado pela
Fetagri-RJ (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Rio de
Janeiro). Barracos e plantações de moradores do acampamento foram incendiados,
seguido do assassinato a tiros de Carlos Augusto Gomes, conhecido como Mineiro,
por pistoleiros. Além disso, lideranças da Fetagri-RJ estão sofrendo de ameaças
de morte. ---- Testemunhas acusam policiais militares de estarem a serviço do
fazendeiro. Por lutarem por terra, em uma terra de 820 hectares a Fazenda
Negreiros (possivelmente esse nome seja alusivo aos navios negreiros do período
mais infame e mais brutal da história do período colonial; a escravidão negra).
Essa fazenda em questão vinha sendo ocupada desde 2017, 40 famílias que tem
sofrido intimidações, ameaças e ações de violência do suposto ex-dono (a velha
prática da grilagem) e pistoleiros.
Esta brutal violência no campo é mais um fato neste contexto brasileiro em que o
Governo Bolsonaro, e figuras como Nabhan Garcia, encorajam e estimulam este tipo
de ação envolvendo os interesses fundiários do agronegócio e o uso do
paramilitarismo. Além da devastação de florestas e dos bens naturais pelo
agronegócio, o extermínio das comunidades do campo e das florestas são parte da
política ultraliberal que este governo quer impor ao povo.
É um fato que se insere também na história de conflitos fundiários do território
fluminense. Um estado onde o povo do campo e da cidade sofre há décadas com a
concentração e especulação de terras e as formas de atuar do agronegócio em
mega-empreendimentos como o Porto do Açu, a indústria da cana, ou a especulação
imobiliária e expulsão dos pobres das áreas centrais e favelas. O que se agrava
com um governo Witzel "tiro na cabecinha" que apoia as orientações fascistas de
Bolsonaro.
Por isso entendemos que as lutas do campo e da cidade se cruzam. São essas
trabalhadoras e trabalhadores fugidos do trabalho escravo do latifúndio, pretos e
pobres, ora expulsos do campo, ora das cidades, que vão ocupar terras no campo e
casas na cidade.
A brutal e desigual concentração de terras, onde aqueles que produzem vida,
cultura e alimentos no campo são expulsos, é uma realidade do Brasil e da América
Latina. É como o estado burguês opera para escravizar os de baixo e reproduzir
por séculos esta lógica agrário exploradora e exportadora. O que reforça e
importância de um projeto de luta e organização que aponte para uma verdadeira
revolução agrária, com soberania e construção de poder popular das comunidades do
campo e das florestas sobre os territórios onde vivem e produzem.
Que a terra seja leve para as vítimas do agronegócio, do capital, do Estado. A
cada companheira e companheiro tombado, nem um minuto de silêncio, mas toda uma
vida de luta! Arriba lxs que luchan!
GT Agrário da CAB
http://cabanarquista.org/2020/07/13/solidariedade-as-familias-violentadas-pelo-latifundio-e-pelo-paramilitarismo-em-sao-pedro-da-aldeia-rj/
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