(pt) cab anarquista: As manifestações de rua e o sentido estratégico de nosso trabalho (ca, de, en, it)[traduccion automatica],
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Quinta-Feira, 19 de Agosto de 2021 - 09:14:36 CEST
A luta popular de rua voltou a fazer parte de nossas vidas, passado um ano e meio
de pandemia. Das vidas de quem sempre acreditou na ação direta popular como a que
define vencedores e perdedores, a longo prazo. Embora reúnam todo tipo de gente,
as manifestações de rua materializam a unidade possível nesse momento. Unidade na
rua entre os setores já organizados - sejam eles organizados social e/ou
politicamente - , junto com partidos de oposição ao governo, mais aquelas
parcelas de trabalhadores com certa tradição de mobilização, junto à diversidade
de gente, setores e ideologias à esquerda.
Nós da CAB nos somamos a essas mobilizações, mesmo que elas tenham limites muito
concretos. Mesmo que sejam novidades no contexto da pandemia, são parte de um
repertório já clássico do reformismo: pressão popular + pressão política
parlamentar. Dada a hegemonia do lulismo, não só pela capilaridade que ainda
mantém no movimento sindical e popular, mas pela concepção de luta que vemos nas
ruas, não será esse tipo de manifestações que derrotarão o governo de turno, quem
dirá o caldo ideológico que o sustenta e vai além. O conservadorismo, o culto à
violência, a militarização da vida social, o racismo e o machismo possuem raízes
na própria formação social colonial, escravagista e violenta do país. A
frustração com os governos petistas e as práticas burocráticas e verticais das
esquerdas brasileiras só ajudaram a piorar o quadro,e a eleição de Bolsonaro é
resultado e não a causa disso tudo.
De qualquer maneira, nossa militância cotidiana não pode se resumir a mobilizar
para atos de rua nacionais. Precisamos aumentar em volume e regularidade as
mobilizações setoriais e nas periferias, não só com a pauta anti-Bolsonaro mas
com as demandas mais sentidas pelo nosso povo. Algumas delas com raízes nas
políticas gerais do governo e comuns a amplos setores, outras mais setorizadas e
com causas em políticas de governos estaduais e municipais. A urgência não é
apenas tática, é estratégica. Se não avançarmos na ORGANIZAÇÃO POPULAR, as
mobilizações passarão e o que ficará além do sentimento de indignação? As
eleições de 2022, independentemente do resultado que tenham, não irão mudar
substancialmente a correlação de forças que hoje é favorável à retirada de
direitos, aumento do custo de vida e deterioração das condições de vida,não
importa o partido que assuma o governo de turno para gerir o capitalismo.
Por isso, para nós anarquistas organizados na CAB, cada tática, cada iniciativa e
cada ação no HOJE deve, além de buscar melhorias concretas, apontar em um sentido
estratégico, aumentando as experiências de luta direta dos diferentes setores das
classes oprimidas, ampliando o horizonte e imaginário do nosso povo e organizando
mais e melhor em cada território e local de trabalho e de estudo.
E para isso, a unidade que querem o lulismo e suas burocracias não nos serve,
pois se resumem às manifestações de rua e às eleições burguesas.
http://cabanarquista.org/2021/08/12/manifestacoes-e-o-sentido-estrategico-de-nosso-trabalho/
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