(pt) luta fob: Solidariedade internacionalista entre os povos: Memória e justiça para os 43 de Ayotzinapa, Clodiodi e Jesus de Souza!
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Quinta-Feira, 1 de Outubro de 2020 - 12:05:21 CEST
INTERNACIONAL, POVOS INDÍGENAS, SOLIDARIEDADE ---- Através deste comunicado iniciamos uma série de campanhas e denúncias sobre a luta dos
povos originários, camponeses e trabalhadores frente à violência e o terrorismo estatal-empresarial. O contexto de aprofundamento do saque
colonial, que dirige um processo de espoliação e esgotamento da terra, exige mantermos a memória viva e fortalecer laços entre os povos do
mundo, que nos ensinam a resistir às mesmas forças que fincaram suas garras de morte sobre os territórios livres da América Latina.
Apresentamos hoje nossa singela homenagem aos mártires de Ayotzniapa e introduzimos nossas demandas para construir uma campanha pela
libertação de Leonardo de Souza, preso político Guarani Kaiowá e pai de Clodiodi, tombado em 2016 em ataque dos latifundiários contra
território ancestral recuperado em Caarapó, Mato Grosso do Sul. O próximo comunicado da série será o lançamento original da campanha. Nossa
história é uma história de chacinas provocadas pelos ricos e pelos donos do poder, mas é também uma história de solidariedade e resistência
anticolonial viva e fértil.
AYOTZINAPA VIVE, LA LUCHA SIGUE!
Em 02 de Outubro de 1968, na Cidade do México, ocorreu a chacina que ficou conhecida como o Massacre de Tlatelolco. Na ocasião, fazendo coro
aos levantes do Maio de 68, milhares de manifestantes ocuparam as ruas da capital mexicana para protestarem contra os desmandos do
necrogoverno de Gustavo Ordaz. Aproveitando a visibilidade que os Jogos Olímpicos daquele ano traria para o país, o povo se rebelou e foi
para as ruas reivindicar liberdade de expressão e lutar contra a repressão política que assolava o México. Ao final do dia, sob ordens
explícitas do então presidente, as forças de repressão - inclusive com a presença de franco atiradores devidamente posicionados - atacaram
todos que estavam na Praça das Três Culturas, deixando um saldo de mortes até hoje impreciso, passando da casa de duas centenas.
Quarenta e seis anos depois, na noite de 26 de setembro de 2014, mais uma vez o solo mexicano (e porque não o solo latino-americano) era
tingido de sangue. Naquela sexta-feira, os estudantes da Escola Normal Raúl Isidro Burgos, em Ayotzinapa, se preparavam para mais uma ação
de retenção de ônibus de empresas privadas, para que os levassem até a Cidade do México, a fim de participarem das manifestações em memória
de todos aqueles que foram executados pelas mãos do Estado opressor e repressor em 02 de outubro de 1968.
A prática da retenção de ônibus de empresas privadas é recorrente todos os anos, sempre com a finalidade de acessarem a capital do país para
participarem de atos políticos. No entanto, para 43 jovens que saíram da Normal de Ayotzinapa, a viagem terminou na cidade de Iguala, há
poucas horas de cidade de origem. Vítimas de uma emboscada arquitetada pela polícia, os estudantes foram brutalmente assassinados e tiveram
seus corpos desaparecidos. Até hoje, seis anos depois, somente três restos mortais foram reconhecidos, estando - ainda - 40 corpos
desaparecidos.
O jornalista italiano Federico Mastrogiovanni, abre o seu livro Los 43 de Ayotzinapa com a seguinte fala de um dos sobreviventes:
https://lutafob.wordpress.com/2020/09/27/solidariedade-internacionalista-entre-os-povos-memoria-e-justica-para-os-43-de-ayotzinapa-clodiodi-e-jesus-de-souza/
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