(pt) Frente a crise, aumentar a resistência e auto-organização das trabalhadoras e trabalhadores | 1º de Maio de 2020 por União Popular Anarquista - UNIPA
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Quarta-Feira, 13 de Maio de 2020 - 08:16:33 CEST
Veja o chamado do Global May Day 2020 AQUI https://lutafob.wordpress.com/2020/05/01/chamada-para-o-primeiro-de-maio-global-de-2020/ ---- O
primeiro de Maio de 2020 foi marcado pelo agravamento da crise social, econômica e ecológica em virtude das consequências da pandemia
provocada pelo COVID-19. Essa crise nos coloca mais ainda que o único caminho real é a revolução social e socialismo. A formação do
autogoverno das trabalhadoras e trabalhadores. Neste sentido, a lembrança dos mártires de Chicago, trabalhadores anarquistas que lutavam
pelo socialismo, deve ser pautada não como uma memória e prática vazia, mas muito pelo contrário, como um elemento para que possamos
reafirmar justamente a destruição do mundo capitalista e a criação do socialismo.
No Brasil a situação atual é de aumento do desemprego e do emprego informal. Os burgueses e governantes tem aproveitado a crise para impor
uma pauta de contínua perda de direitos e um novo mundo de trabalho ampliando as novas formas de exploração (terceirização, uberização,
automação do trabalho), e assim mantendo a estrutura dos problemas socioeconômicos, políticos e econômicos que nos trouxeram até aqui como
afirmamos nos nossos últimos Comunicados.
Não temos uma democracia a defender: temos um estado de exceção a combater!
Não temos uma democracia a salvar, temos uma tirania que sufoca, oprime e mata cotidianamente trabalhadoras e trabalhadores, principalmente
jovens negros nas favelas e periferias de todo o país. Que continuamente assassina líderes de movimentos sociais do campo e da floresta.
Essa tirania se escancarou na medida em que o governo Bolsonaro rompeu o pacto de conciliação da "abertura democrática" e trouxe o porão da
ditadura para defender como política de Estado e Governo o que a muito tempo se faz no campo, nas periferias e favelas.
Temos a ampliação do terrorismo de Estado que impõe o genocídio e o controle no campo e na cidade, e que tende a assumir as feições de uma
guerra colonial aberta (contrainsurgência). As forças de repressão estão numa guerra de extermínio contra o povo negro, favelado,
camponeses, povos indígenas, quilombolas e comunidade tradicionais. A tendência é de ampliação e aperfeiçoamento da repressão e aumento da
exploração sobre as massas trabalhadoras.
O programa proto-fascista, clerical e ultraliberal do governo Bolsonaro-Mourão aponta para uma nova etapa de repressão ao povo acompanhada
de políticas entreguistas, com avanço de privatizações, desmonte dos serviços públicos e destruição dos direitos sociais e trabalhistas, que
já vem acontecendo.
Assim, existe uma ofensiva geral do militarismo, da política contrainsurgente, do fundamentalismo religioso, do neoextrativismo e da
superexploração da classe trabalhadora. Essa ofensiva tende a acirrar o conflito de classes, mas é preciso que de fato a classe trabalhadora
se autoorganize e crie condições para uma resistência maior, construindo uma defensiva ativa e as condições da ofensiva estratégica
revolucionária.
Construir o Sindicalismo Revolucionário
Ficou evidente pós 2013 que é preciso criar condições para expansão de formas de resistência e auto-organização das trabalhadoras e
trabalhadores com base em experiências coletivas anti-sistêmicas, de ação direta. Enquanto liberais, sociasdemocratas, trabalhistas e todas
as matizes da política burguesa se adequavam mais a ordem e ampliava a contrainsurgência, os setores autônomos e revolucionários foram
incapazes de aumentar sua influência e criar auto-organizações de base federalista que funcionasse como uma efetivo polo de resistência.
Temos tidos até agora pequenas experiências como a criação de movimentos de base comunitária autônomos e a construção da FOB. Neste sentido
é fundamental a construção e expansão do sindicalismo revolucionário para ser uma referência de auto-organização para o conjunto da classe
trabalhadora, principalmente para movimentos do proletariado marginal das favelas e periferias, dos trabalhadores das pequenas e médidas
cidades e dos povos do campo, indígenas, quilombolas e ribeirinhos. Isso é fundamental para combater e destruir o o sindicalismo
socialdemocrata (CUT, CTB) e o sindicalismo de Estado que são parte do Estado colonial brasileiro.
Ainda hoje, em plena ofensiva reacionária, a política principal da aristocracia operária da CUT é a ilusão de um novo pacto de conciliação
de classes que beneficie empresários e operários da indústria nacional. O nacionalismo, o desenvolvimentismo e o industrialismo são
ideologias dessa aristocracia operária. Essas ideologias são absolutamente incompatíveis com as lutas e resistências anticoloniais dos povos
e para sua efetiva libertação.
Por isso, é fundamental a expansão do sindicalismo revolucionário, expandir ação direta e práticas mutualistas para enfrentar o aumento da
miséria, do desemprego, do genocídio e do encarceramento, bem como o avanço da precarização e privatização dos serviços públicos. Ou seja,
os paradigmas globais do liberalismo e socialdemocracia/comunismo (privatização x estatização) devem ser superados pela construção de uma
estratégia mutualista e sindicalista revolucionária, que integre a criação de instituições econômicas e serviços públicos de novo tipo com a
expropriação e autogestação das terras e fatores de produção e circulação pela própria classe trabalhadora. Essa linha mutualista, aplicada
no campo e na cidade é um instrumento fundamental da aliança operário-camponesa.
Assim, as e os anarquistas revolucionários devem estar comprometidos com essa construção, palmo a palmo, rua a rua, casa a casa. A saída
está no povo. Só o povo salva o povo!
Viva o primeiro de Maio!
Destruir o imperialismo e o colonialismo!
Construir o Partido Revolucionário Bakuninista e a Confederação Sindicalista Revolucionária!
https://uniaoanarquista.wordpress.com/2020/05/10/maio2020/
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