(pt) bro, em Madrid | "Colapso e alternativas: anticapitalismo e autogestão" By A.N.A. (en)
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Terça-Feira, 22 de Outubro de 2019 - 08:20:27 CEST
Na quinta-feira 17 de outubro de 2019, às 19 horas, acontecerá na Fundação de Estudos
Libertários Anselmo Lorenzo (c/ Peñuelas, nº 41, metrô Embajadores) a apresentação do ato
"Colapso e alternativas: anticapitalismo e autogestão" com Carlos Taibo, Colectivo
Barbaria, Colectivo Cul de Sac, Miquel Amorós e Pedro Prieto. ---- A situação de nosso
planeta nunca havia sido tão alarmante. 60% de espécies vertebradas reduzidas desde 1970;
13 milhões de hectares desmatados nos últimos 10 anos; 30% de degelo só durante o século
XX e um aumento da temperatura média do planeta desde 2015 de 1º C (e seguirá subindo 0'2º
C por ano). Em 2018 as emissões de dióxido de carbono, longe de reduzir, cresceram 2,7%.
Enquanto 92 % da população mundial respira ar insalubre, responsável por 8,8 milhões de
mortos em todo o planeta (10.000 na Espanha). As ondas de calor agravam as enfermidades
dos mais débeis incrementando a mortalidade, até o ponto de que a de 2003 causou 70.000
mortes em toda Europa (6.000 na Espanha). Todos estes dados são uma realidade
incontestável, e tudo indica que poderiam piorar devido a aceleração do degelo do
pergelissolo ártico.
O dilema, que se colocou com notável êxito midiático, entre rebelião e extinção[movimento
"Extinction Rebellion"]está bem formulado. Outra coisa diferente é a maneira de
enfrentá-lo. Não evitaremos a "extinção" conservando este modelo econômico e social. Nem
"humanizando" o livre mercado falando de tornar "sustentável" o sistema de produção e
consumo, quando é preciso romper com a cultura do crescimento e o "desenvolvimento" e
acabar com a estrutura econômica que o impõe: o capitalismo. Tampouco é possível a
"rebelião" desde as instituições hierárquicas e as urnas. Não desde decretos legislativos
que tratam de fazer "aceitável" a deterioração planetária e "regular" os prazos para
chegar ao colapso do meio ambiente. Tampouco desde municípios que se declaram
incompetentes ou desde Estados que servem de fortaleza aos interesses da estrutura
econômica, desde organismos governamentais que, definitivamente, são um impedimento a
superar e não uma ferramenta para flertar.
A crise ecológica, que ameaça destruir a vida no planeta em um prazo histórico
relativamente curto, se assenta sobre um modelo econômico produtivo suicida e sobre uma
gestão política vertical e delegacionista . Um modelo que necessita estimular um
consumismo desproporcionado e insustentável e uma gestão política que o regula. Não há
fórmulas eficazes dentro do capitalismo, por muito que seus "domadores" o creiam
domesticável. Não há soluções decisivas dentro do Estado, por muito que suas novas caras
visíveis bebam cerveja artesanal e participem nas assembleias de algum CSOA[centros
sociais okupados e autogestionados]. Nosso modo de vida só pode continuar uns anos mais, a
custa do incremento da depredação das populações e os recursos dos "países pobres" e das
periferias dos "países centrais".
É necessário tecer um discurso ecologista, anticapitalista e antiestatista, que enfrente a
situação que se avizinha e não distrair-se com falsas esperanças. Que rompa a hegemonia no
relato dos que nos prometem uma "saída ecológica pactuada" entre multinacionais e
governos, ocultando causas e culpados da crise. E que só pode entorpecer qualquer avanço,
quando não, diretamente, desarticular a luta ecológica de base para as próximas décadas. É
imprescindível articular nossas diversas lutas setoriais locais com a capacidade de
estabelecer estratégias de resistência massiva, que nos permitam dar uma resposta coletiva
a um problema de escala global.
A ameaça existencial do próprio planeta e milhões de vidas, requer não desdenhar nenhum
tipo de luta, sempre que procedam de estruturas horizontais, de baixo para cima. E
questionar aquelas que nos oferecerão compulsivamente através dos grandes meios de
desinformação os mesmos que geraram o problema. O dilema é: salvar o capitalismo, ou o
planeta e os seres vivos.
Por tudo isto fazemos um chamado a sindicatos alternativos, coletivos, plataformas,
espaços, meios contrainformativos e individualidades interessadas, para que deem suporte e
colaboração a uma iniciativa independente que, combinando diferentes sensibilidades,
estamos realizando - desde o pensamento e a militância alternativas - para dar uma
resposta anticapitalista e antigovernamental que esteja à altura das circunstâncias.
Na quinta-feira 17 de outubro de 2019, às 19 horas, acontecerá em Madrid, na Fundação de
estudos libertários Anselmo Lorenzo (c/ Peñuelas, nº 41, metrô Embajadores) a apresentação
de um ato. Nele trataremos de pôr os cimentos que nos permitam desenvolver esta resposta
coletiva. Contaremos com a participação de várias companheiras e coletivos especializados
em desenvolver teorias e práticas que promovem a luta contra os mitos do desenvolvimento e
o crescimento, a defesa do território e o ecologismo revolucionário. Intervirão: Carlos
Taibo, Colectivo Barbaria, Colectivo Cul de Sac, Miquel Amorós e Pedro Prieto.
fal.cnt.es
Tradução > Sol de Abril
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