(pt) Milhares de indígenas marcham para capital do Equador em protesto por alta de combustível por A.N.A.
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Segunda-Feira, 14 de Outubro de 2019 - 10:17:02 CEST
Milhares de camponeses e indígenas marcham nesta segunda-feira (07/10) para a capital do
Equador, Quito, desafiando o governo de Lenín Moreno, que decretou o estado de emergência
diante dos protestos que ocorrem há seis dias devido ao aumento nos preços dos
combustíveis. ---- Manifestantes das províncias do sul dos Andes partiram na noite de
domingo a pé e em vans para protestar na capital pela eliminação de subsídios e a
consequente alta. ---- Outros grupos de indígenas também se deslocam do norte do Equador
para protagonizar uma grande mobilização na quarta-feira (09/10) junto a sindicatos na
capital, onde, nesta segunda-feira à tarde foram retomados confrontos violentos entre
manifestantes e policiais, que se aproximavam da casa do governo, que permanece isolada
por agentes, no centro colonial.
Na cidade de Machachi, a 35 km de Quito, militares e policiais tentaram dispersar a marcha
com bombas de gás lacrimogêneo. Barricadas e pneus também podem ser vistos na estrada,
segundo jornalistas da AFP. A enorme caravana chegou à tarde até Cutuglagua, perto da cidade.
"Vamos ultrapassar a marca de 20 mil indígenas", disse em Quito nesta segunda-feira
(07/10) Jaime Vargas, presidente da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador
(Conaie), que em 2000 protagonizou o movimento pela queda do então presidente Jamil
Mahuad, questionado por sua política econômica.
No domingo, a organização também declarou um "estado de exceção em todos os territórios
indígenas".
"Militares e policiais que se aproximarem de territórios indígenas serão retidos e
submetidos à justiça indígena (reconhecida pela Constituição)", destacou.
Várias dezenas de militares, que desde a quinta-feira foram mobilizados para "restaurar a
ordem", estão sendo mantidos em comunidades do interior, segundo líderes indígenas.
Outros grupos de povos indígenas também se deslocam do norte do país para participar da
grande mobilização prevista para a quarta-feira ao lado dos sindicatos em Quito.
Em 16 das 24 províncias equatorianas foram registrados bloqueios nas estradas nesta
segunda, de acordo com um relatório do Serviço de Segurança Integrado ECU 911.
Os protestos deixaram até o momento um civil morto, 73 feridos (incluindo 59 agentes de
segurança) e 477 detidos, de acordo com as autoridades.
Vários setores sociais rejeitam a decisão do governo em eliminar os subsídios, anunciada
na última quinta-feira, que atende a um acordo assinado com o FMI para a concessão de um
empréstimo de 4,2 bilhões.
A medida gerou aumentos de até 123% nos preços dos combustíveis. O galão de 3,79 litros de
diesel passou de 1,03 para 2,30 dólares e o da gasolina comum de 1,85 para 2,40 dólares.
Por conta dos protestos, Moreno decretou o estado de exceção, que além de mobilizar as
Forças Armadas, lhe confere poderes para restringir direitos como o da livre mobilidade e
impor censura prévia à imprensa.
Fonte: agências de notícias
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