(pt) Apelo dos/das anarquistas italianos/italianas em solidariedade à resistência popular contra a ditadura de Ortega-Murillo na Nicarágua Por A.N.A.
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Domingo, 13 de Outubro de 2019 - 11:16:35 CEST
Com este documento, como anarquistas e libertários, queremos expressar nossa firme
condenação à violência política exercida pelo Estado e à contínua violação dos direitos
humanos na Nicarágua. O atual regime Ortega-Murillo[presidente e vice-presidente]é
responsável por essas violações que causaram aproximadamente 350 mortes nos últimos meses.
---- Após a repressão de abril de 2018, cerca de 130 presos políticos permanecem detidos e
cerca de 80.000 nicaraguenses optaram pelo exílio. Nos últimos meses, as tropas
paramilitares do governo atacam as casas de opositores políticos, incluindo muitos
ex-prisioneiros e prisioneiras políticos. Os órgãos de imprensa não alinhados com o
governo são impedidos de trabalhar e publicar.
A indignação, a dor, o sentimento de frustração histórica são ainda mais fortes porque
essa aberração política é o resultado da ação de líderes e governos que afirmam ser
esquerdistas. Na realidade, estamos testemunhando o enriquecimento de uma oligarquia
ligada a interesses econômicos transnacionais que é enriquecida por trás dos deserdados,
agitando a bandeira "anti-imperialista". Não há pior imperialismo do que o colonialismo
interno, que se transforma em violenta opressão disfarçada de uma retórica anti-imperial.
Essa indignação é ainda mais forte ante o silêncio cúmplice das organizações e partidos da
esquerda italiana que, em parte, optaram por se alinhar à antiga linha stalinista e ainda
apoiar ditadores como Ortega, que realizam massacres contra seu próprio povo.
Denunciar esta situação tão dolorosa e inaceitável, levantando a voz contra a violação das
liberdades e dos direitos mais básicos do atual governo nicaraguense, não é apenas um
dever de solidariedade humana. É também um ato e um apelo coletivo em defesa da memória
revolucionária; uma tentativa de evitar o resultado trágico da degeneração em curso.
E tudo isso acontece na Nicarágua. A terra que era o símbolo fértil da esperança
emancipatória no final da década de 1970 e se transformou em um novo campo de autoritarismo.
A memória de uma das revoluções mais nobres e esperançosas de Nuestra América[alusão ao
famoso texto de José Marti], como foi - e é - a memória de Sandino[1895-1934]; a memória
das lutas anticapitalistas de um povo violentado, mas corajoso, hoje é pisoteada por
(tentarem) esconder a violência comum característica de mais um regime ditatorial.
Levantamos nossa voz para condenar publicamente a ditadura do governo Ortega-Murillo.
Expressamos nossa solidariedade com o povo e os jovens que, hoje, mais uma vez, se
levantam e resistem.
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Fonte: https://umanitanova.org/?p=10691
Tradução > Liberto
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