(pt) [Espanha] Se consolida o êxito da greve geral feminista By A.N.A. (en)
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Sábado, 16 de Março de 2019 - 07:19:23 CET
Hoje (09/03) na CNT ainda saboreamos a energia, o calor, o grito unânime de todas as
pessoas que ontem (08/03) inundaram as ruas de Madrid. A alma de mulher que se respirava
por todas as partes. O rosto feminista, os olhares postos em fazer caminho. ---- Pelo
segundo ano consecutivo, as imagens aéreas que mostravam as televisões não davam uma boa
conta do estrondo que enchia o ar, nem a alegria transbordante que se contagiava desde que
alguém subia ao trem das proximidades ou ao metrô, para tentar chegar a qualquer dos
pontos onde os diversos coletivos haviam ficado para reunir-se. Desde a primeira hora da
tarde, já não cabia um alfinete nas ruas, apesar de que as convocatórias para a
manifestação foram horas depois.
Atrás ficava o intenso trabalho das companheiras da CNT, participando de mil assembleias e
coletivos de bairros, reunidas com grupos de mulheres, organizando oficinas de formação
interna, dando palestras em centros de trabalho, em mil lugares, sem parar a meses e meses.
Organizadas nos comitês de Greve, legalizando documentação ou negociando os serviços
mínimos com empresas e administrações. E de seu fruto extraordinário, complexo, árduo e
difícil para um sindicato que não tem nem liberadas, nem subvenções, nem grandes
estruturas, de repente a magia da revolução, da Greve, do apoio mútuo, a conquista dos
sonhos comuns.
Por um dia, como o princípio do que há de ser o porvir, todas e todos fomos companheiras
na rua. Ao lado das Comissões 8M, das companheiras da PAH (Plataforma de Afetados pela
Hipoteca), junto às lutadoras mulheres de "Território Doméstico", as comunidades ciganas,
dando a voz a todas as mulheres de outros lugares, de outros mundos. Juntas. irrefreáveis.
A jornada havia começado na quinta-feira, dia 7, à meia-noite. Por todo o território
espanhol se organizavam os sindicatos, os piquetes de greve, os grupos de comunicação, os
espaços de cuidados. Os companheiros haviam colocado o avental e arregaçado as mangas com
decisão para deixar a rua e a palavra às mulheres. Em todos os sindicatos se organizavam
em nossos locais cafés da manhã, almoços e lugares onde crianças e anciãos podiam
descansar, a cargo de nossos companheiros.
Anotados e denunciados ficam as tentativas de boicote à greve por parte das instituições
do Estado. Vimos como a prefeitura de Madrid impediu a passagem do equipamento de som do
"Bloco de Classe e Combativo" segundo uma nova ordem, como o de Valladolid não permitiu a
entrada às companheiras do comitê de greve a suas instalações, como a polícia de Barcelona
encurralou às companheiras defendendo o castelo capitalista de El Corte Inglés. E outros
muitos exemplos de como a política enche a boca com intenções feministas e logo utiliza
suas armas contra nós.
Hoje, o dia depois de outro histórico 8 de Março, não vamos ficar paradas. Vamos levantar
desse chão pegajoso que costuma nos engolir, e assentaremos as bases para desmantelar este
depredador sistema capitalista. Amamos a Mãe Terra que pisamos. Sabemos o que significa
cooperação e apoio mútuo. Não nos interessa o êxito, nem a ambição. Não queremos
participar em nenhuma forma de poder ou dominação. Não nos interessa reproduzir as
estruturas hierarquizadas do sistema patriarcal.
O Estado não poderá nunca garantir a igualdade. Horizontalidade, solidariedade, elevar o
olhar mais além de nosso território. Humanidade, no feminino, essa será nossa estratégia
na hora de terminar com todas as relações de dominação.
Já não há volta atrás. Nos queremos vivas. Livres. Lindas. Loucas. E não vamos parar até
que nossa voz dê a volta ao mundo de extremo a extremo do planeta. Ontem sentimos que
tínhamos força. Que juntas e organizadas vamos mudar o mundo. Não temos pressa. Não
pararemos até consegui-lo. E nessa viagem até o horizonte, aprenderemos a desaprender e a
construir esse mundo novo que levamos em nossos corações. O amanhã é nosso, companheiras.
nosotras.cnt.es
Tradução > Sol de Abril
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