(pt) lutafob: [FOB-DF] REACENDER AS CHAMAS DE JUNHO! CONSTRUIR A GREVE GERAL INSURRECIONAL por Sindicato Geral Autônomo (SIGA-DF), filiado à FOB
a-infos-pt ainfos.ca
a-infos-pt ainfos.ca
Quarta-Feira, 19 de Junho de 2019 - 06:45:19 CEST
Site: http://www.lutafob.wordpress.com | Email: fob-df protonmail.com | Facebook: FOB-DF
Os poderosos precisam sentir o calor das ruas novamente! Em 2019 completam 6 anos do
Levante de Junho, quando em 2013 protestos combativos incendiaram o Brasil de norte e sul
colocando governos na parede. Hoje, o povo deve mostrar novamente seu poder de pressão.
Bolsonaro-Mourão (PSL-PRTB) fazem duras ameaças como a reforma da previdência, cortes na
educação, militarização da sociedade, terrorismo de Estado, pautas conservadoras e
privatizações. É preciso resistir ativamente! ---- O Levante de Junho de 2013 ---- Entre
17 de junho e 7 de setembro de 2013, houveram protestos em pelo menos 577 ou cerca de 10%
dos municípios brasileiros. O que levou o povo às ruas? Aumentos de tarifa de transporte
em pelo menos 20 capitais desde 2012, forte repressão policial, investimentos escandalosos
na Copa do Mundo que contrastavam com a péssima qualidade dos serviços públicos e décadas
de grito entalado na garganta do povo brasileiro.
O "20 de Junho" foi um dia simbólico: em Brasília manifestantes cercaram o Congresso
Nacional e quase tomaram o Palácio do Itamaraty; no Rio de Janeiro a Assembleia
Legislativa foi tomada por manifestantes. Era o poder do povo pela força das ruas. Neste
dia, ocorreram protestos em pelos menos 136 municípios, mobilizando cerca de 2 milhões de
pessoas. Isto representou cerca de 1% da população brasileira. Parece pouco? Mas foram os
maiores protestos no Brasil em três décadas. Suficientes para que prefeitos e governadores
revogassem aumentos do transporte em pelo menos 104 cidades de 17 estados, por exemplo.
Empresários e a mídia se desesperavam. Governos do executivo e legislativo perderam
temporariamente o comando. Hoje, precisamos triplicar esta mobilização.
O Levante e as Greves
O Levante de Junho de 2013 foi um movimento que caminhou junto com um Levante de Greves no
Brasil. Segundo o DIEESE, em 2013 ocorreram 2.050 greves, aumento de 134% sobre o ano
anterior. Somente nas 932 greves em que foi possível mapear, foram mobilizados 2.017.306
grevistas. Foi o maior número de greves até aquele ano desde o início da série histórica
em 1983. Entre 2014 e 2016 a quantidade de greves continuou nestas proporções. Isto revela
a insatisfação da classe trabalhadora com as políticas econômicas e sociais do governo
Dilma (PT); o Levante de Junho e o Levante das Greves mostram isso.
As greves em 2018 continuam em números maiores do que antes de 2013. E podem voltar a
subir, pois as condições de trabalho, salário e direitos estão piorando no Brasil, a
exemplo da possibilidade de terceirização irrestrita e da reforma trabalhista aprovadas no
governo Temer (MDB). Há um crescimento de ações grevistas em categorias profissionais mais
vulneráveis, como terceirizados. Boa parte destas mobilizações foram defensivas: direitos
não cumpridos por governos e patrões e atrasos salariais. Ou reivindicações mínimas como
reajuste salarial, vale alimentação e condições de trabalho.
A vitória de Bolsonaro e o crescimento da direita são reações desesperadas aos Levantes de
2013, e não sua continuidade. Bolsonaro não é um homem contra o sistema, como diz. Ele é a
cria feroz do próprio sistema tentando salvar as taxas de lucro da burguesia. Usa da
própria ilegalidade para garantir o poder.
2019: A Revolta Popular entre falsos aliados e o governo Bolsonaro
Neste ano, duas grandes manifestações contra os cortes na educação e a reforma da
previdência de Bolsonaro ocorridas nos dias 15/5 e 30/5 revelaram que a necessidade de
lutar supera o medo. No dia 15/5, cerca de 222 cidades registraram protestos; no dia 30/5,
foram ao menos 129 cidades com protestos.
Pela quantidade de cidades com protesto, impossível não comparar com o Levante de Junho de
2013. Mas há um detalhe, a qualidade e fôlego das manifestações ainda estão moderadas.
Existe uma revolta contida contra o Governo Bolsonaro. Sua popularidade é a mais baixa em
presidentes de primeiro mandato da história: 30% acham o Governo ruim ou péssimo.
Esta revolta e impopularidade precisam ser transformadas em protestos de tom mais
combativo. Embora grandes, as manifestações ainda moderadas se explicam por alguns
fatores, como: 1) os aparatos policiais buscar reprimir e prender, causando intimidação;
2) os trabalhadores e movimentos sociais independentes e combativos podem melhorar a ação
ofensiva e autodefesa dos atos e aumentar a mobilização das bases nos locais de trabalho,
estudo e moradia para disputar forças com partidos e movimentos pelegos; 3) há um grande
esforço para controlar e castrar a combatividade nos atos dirigidos por partidos como PT e
PCdoB, suas centrais como CUT e CTB e seus movimentos e sindicatos como UNE e CNTE,
interessados acima de tudo na corrida eleitoral de 2022.
Estes partidos, centrais e movimentos oficiais não querem a revolta contra Bolsonaro. São
falsos aliados. Querem governar a insatisfação popular. Por isso muitas vezes falam mais
em Lula do que contra a reforma da previdência. Hora animam, mas logo freiam as
manifestações. Isso ocorreu em 2017 após a greve geral de 28/4 e o Ocupa Brasília em 24/5.
Vendo a revolta se generalizar nos protestos eles temem perdem o controle.
Um exemplo é o DF, onde as Centrais Sindicais sequer chamaram manifestação de rua na greve
geral de 14/6. Patético! Outro sinal foi o acordo entre 25 governadores dia 11/06,
incluindo partidos ditos "oposição" (PT, PCdoB, PSB, PDT), pela aprovação da reforma da
previdência com poucas modificações, mas mantendo a destruição da previdência para
milhares de trabalhadores. Negociando nossos direitos pelas nossas costas!
Construir a Greve Geral Insurrecional
Foi decretado para 14/06/19 pelas Centrais Sindicais um dia de Greve Geral. Mas para
resistir a toda ofensiva bolsonarista, que age com tripé militar-liberal-conservador, não
basta uma greve de um dia, com táticas recuadas e controlada pela burocracia.
A situação da classe trabalhadora no Brasil exige táticas de organização e pressão que
envolva mesmo quem não está diretamente empregado. Segundo IBGE (abril, 2019), o Brasil tem:
4,9 milhões de desalentados (desistiram de procurar emprego)
13,2 milhões de desempregados (procuram emprego)
23,9 milhões de trabalhadores por conta própria
Sem a Reforma da Previdência, estes trabalhadores já tem dificuldades para se aposentar;
caso a Reforma seja aprovada, tornaria a aposentadoria um direito ainda mais distante. Os
cortes na educação também deixam mais distante o direito dos filhos da classe trabalhadora
ao ensino técnico e superior público.
PROTESTOS DE RUA são, portanto, uma tática de permitir a participação destes setores. Pois
dizer apenas que "greve é parar a produção" não faria sentido para um desempregado, camelô
ou estudante. Além disso, travar com barricadas as ruas das cidades e estradas são táticas
de PARALISAÇÃO INDIRETA DA PRODUÇÃO, pois funcionam para impedir a circulação de
mercadorias e serviços, como na greve de caminhoneiros, afetando patrões e pressionando o
governo. Outras táticas como ocupar temporariamente órgãos estatais, liberar cancela de
pedágios, danificar propriedades de grandes empresas, resistir à repressão policial são
exemplos de táticas para a DEFENSIVA ATIVA.
O Levante de Junho e o Levante das Greves de 2013 inauguraram um novo ciclo na luta de
classes no Brasil. Hoje são os governos e a burguesia que estão com a ofensiva. Assim, a
defensiva dos trabalhadores não pode ser nem passiva nem covarde, deve ser ativa e ousada
para preparar um contra-ataque! A greve geral não pode ser um teatro para partidos e
sindicatos oficiais negociarem nossos direitos nos gabinetes. Precisamos preparar
mobilizações e greves que mostrem a revolta popular, reacendendo as chamas de junho pelo
poder das ruas! Defender com nossas próprias mãos o destino de nossas vidas!
NEM BOLSONARO, NEM O PT: TRABALHADORES NO PODER!
PRA DEFENDER A PREVIDÊNCIA: É BARRICADA, AÇÃO DIRETA E RESISTÊNCIA!
https://lutafob.wordpress.com/2019/06/13/fob-df-reacender-as-chamas-de-junho-construir-a-greve-geral-insurrecional/
Mais informações acerca da lista A-infos-pt