(pt) Campanha anti-eleitoral na Grécia: Nem direita nem esquerda. Abstenção ativa! By A.N.A. (en)
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Quinta-Feira, 11 de Julho de 2019 - 07:26:58 CEST
Contra a tirania brutal do Estado chamado democracia | Contra todos os tipos de
"salvadores" | Luta nas ruas e auto-organização ---- A Grécia vai às urnas no próximo
domingo (07/07), e o Nova Democracia (direita), liderado pelo conservador Kyriakos
Mitsotakis, mantém uma clara vantagem sobre o governo do Syriza (esquerda), do
primeiro-ministro grego Alexis Tsipras, segundo as últimas sondagens. ---- Por outro lado,
nos últimos dias, diversas intervenções anarquistas anti-eleições tomaram as ruas de
inúmeras cidades do território grego: passeatas, pichações, colagem de cartazes, faixas de
protesto em locais públicos, distribuição de folhetos, ataques contra sedes de partidos,
ocupações, assembleias nos bairros, eventos em escolas e universidades...
Contra o charlatanismo político do Estado e do Capital
"O processo eleitoral e o voto são uma metodologia democrática feita sob medida para os
chefes políticos e econômicos e não podem causar qualquer ruptura social. Todo o resto são
contos de fadas para entulhar os partidos de "oposição."
"A luta é ganha nas ruas, com experimentos sociais de resistência e autodeterminação. A
abstenção ao festival eleitoral nunca é suficiente se for uma escolha isolada e ocasional,
se não estiver relacionada à coletivização, reciprocidade, pensamento crítico, ação. Uma
atitude individual e coletiva, resultante do conflito e da ruptura com a barbárie
autoritária, da auto-organização da vida cotidiana e das lutas, da visão de outro mundo,
do plural, da reciprocidade e da ajuda mútua. Um mundo sem Estado e hierarquia, sem
capital e propriedade individual, sem fronteiras e pátrias, sem religiões e especialistas,
sem patriarcalismo e sexismo, sem nacionalismo e militarismo, sem racismo e discriminação,
sem qualquer forma de superioridade e poder. Longe das eleições. Resistência,
auto-organização, solidariedade nos bairros."
"O caminho para a libertação social não passa pelas urnas, mas pelas lutas ininterruptas,
pela intensificação do conflito com as forças estatais, capitalistas e fascistas, com as
pequenas e grandes revoltas. Nesta caminhada, chamamos todos os explorados e oprimidos
deste mundo."
"Enquanto continuarmos a delegar nossos problemas a "especialistas", com delírios de
participação cívica através das eleições da democracia burguesa, enquanto nos movermos
para a lógica do mal menor e nos humilharmos nas urnas para legitimar o grau de
intensidade de nossa exploração sem sermos capazes de nos organizar contra tudo isso,
políticos e chefes burgueses sorriem."
"A propaganda da mídia de massa continua tentando nos convencer do "sagrado dever do
cidadão consciente" de ir às urnas e votar em qualquer coisa, confirmando sua confiança na
representação. No entanto, seja quem for o vencedor das eleições, o resultado será o apoio
ao parlamentarismo e o restabelecimento do mesmo sistema bipartidário gerido pelo estado
pré-crise. Para nós, a participação nas eleições sempre foi um compromisso de classe e um
desvio. A lógica do mal menor e das migalhas que o Estado compartilha como caridade é um
insulto e desorientação para nossa classe. Mudar a cara na administração do Estado não
trará nenhuma mudança radical em nossas vidas. A reestruturação estatal e capitalista
continuará, e continuaremos a ser peças para a opressão e exploração."
"A abstenção, seja como resultado da indiferença, seja da frustração e do fatalismo, ou de
atitude raivosa, des-liberaliza o parlamentarismo em sua base e questiona a retórica da
"soberania popular". No entanto, a depreciação do parlamentarismo a este nível não é
suficiente. O que defendemos é a abstenção consciente, a rejeição do parlamentarismo pelo
que ele realmente é. A abstenção para nós deve coexistir com nossa participação ativa em
todas as lutas que afetam nossas vidas."
"Nossas propostas não são um kit, não capitulamos com nenhum governo "revolucionário" e
"filantrópico", esperando pelas migalhas que nos concedem. Nunca tivemos medo de nenhum
governo e da repressão que nos promete. Apoiamos e participamos de lutas sociais e de
classe, promovendo sua interconexão e globalização em uma direção revolucionária. Contra
os dilemas colocados pela decisão, eleitoral ou outra, estabelecemos nossos próprios
dilemas e damos nossas próprias respostas, através de nossas lutas auto-organizadas,
antipartidárias, envolvidas pela revolução social, pelo comunismo libertário, pela anarquia."
Acima, trechos de textos anti-eleições distribuídos na Grécia.
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