(pt) liga rj - Construindo o discurso único: mentira, preconceito, ódio. -- Saturnino Gonzaga(1) -- Professor Paraibano
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Sábado, 10 de Agosto de 2019 - 10:49:23 CEST
O Governo autoritário de extrema direita do Bolsonaro assessorado nacional e
internacionalmente pela extrema direita tem uma agenda e um projeto em curso: ampliar e
aprofundar o selvagem capitalismo neoliberal no Brasil. ---- Apoiado nacionalmente pela
maioria de evangélicos conservadores e por militares autoritários capitalistas, eleito por
cidadãos pobres de educação precária e conservadora, contando com votos na classe média,
média alta de perfil proto-fascista, financiado e orientado parcialmente pela elite
capitalista especuladora, rentista, latifundiária no país Ele governa hoje uma maioria do
povo Brasileiro atônita e amedrontada pela crueldade, a chantagem e terrorismo de governo
implantados no seu governo. ---- A eleição "democrática" autorizou por quatro anos, caso
nenhum crime seja realizado pelo presidente, o governo de um ex-militar pró ditadura de
1964, pró capitalismo subalterno internacionalmente e nacional-populista autoritário
internamente.
O presidente diante do silêncio e omissão das instituições nacionais do Estado Brasileiro
e da aristocracia capitalista nacional conivente autoriza diariamente, através de frases
de efeito, jargões, piadas em redes sociais e em rede nacional de Televisão, Rádio,
Revistas e Jornais impressos comerciais a pena de morte de pobres, indígenas, mulheres,
quilombolas, presos, jovens negros de periferias. Assim policiais, como os do Pará, cantam
"pena de morte a brasileira", jagunços assassinam cacique Waiãpi no Pará, policias
rodoviários federais invadiram e interrogaram arbitrariamente professores no Amazonas por
preparar manifestação contra o presidente. Os exemplos mais e menos piores se multiplicam
nos 8 meses deste governo.
A MENTIRA
No atual governo seu projeto tem como uma de seus pontos da agenda realizar o desmonte da
educação precária em todos seus níveis e a destruição da infraestrutura de investigação,
produção acadêmica e científica. Tudo isso sobre o pretexto que a educação, a academia e a
ciência são ideológicas e portanto nada científicas e distantes de Deus.
Cabe dizer que parte considerável do povo brasileiro se relaciona com a educação e o
conhecimento como obrigação e como canal de ascensão econômica, mantendo uma relação
utilitarista e individualista burguesa, mesmo que pobres. E nesse caso, fundados na falsa
crença da meritocracia.
Contando com estas mentiras expostas neste parágrafo e bem recebidas por seus eleitores, o
governo com seus ministros da Educação e da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações
cortaram os recursos para investigação acadêmica e científica, vetam e vetaram seminários
sobre diversidade sexual, gêneros, quilombolas, povos autóctones e pode levar ao
fechamento da várias universidades, dentre a elas a UFRJ no Rio de Janeiro, que já se
encontra em condições operacionais precárias e com pesquisas ameaçadas.
Por fim, o ex-militar presidente, está determinado a reescrever a história do Brasil
utilizando a tinta e o papel pagos pelo povo brasileiro para afirmar, segundo sua fé
evangélica, sua ideologia de extrema direita e em louvor ao capitalismo: a ditadura
militar no Brasil foi uma revolução, foi necessária e justificada pois do contrário uma
ditadura comunista teria sido instalada no país. As mortes realizadas pelo Estado com
tortura ou mesmo frio assassinato foram necessárias pois se trataria de uma guerra entre o
bem e o mal, entre a direita boa e a esquerda má, entre o capitalismo e o comunismo.
Com o poder dado pelo voto, com o dinheiro coletado dos impostos e fundados nas mentiras
repetidas nas redes sociais um discurso único emitido da mente genial do presidente e de
seus ministros aniquilará o trabalho de centenas de historiadores, cientistas políticos,
sociólogos, filósofos e tantos outros cientistas sociais ou de exatas e naturais para dá
lugar aos especialistas das igrejas pentecostais alinhadas e amigos do Rei.
O Preconceito
Bandido bom é bandido morto... Se meu filho for viado eu mato... Essa peça de negão pesa
uma arroba... Tem direito humano para bandido e não tem para polícia... "Jamais estupraria
você, por que você não merece... Daqueles governadores de paraíbas o pior é do Maranhão...
Não existe fome no Brasil." Não existe aquecimento global. Não aumentou o desmatamento na
Amazônia. A terra é chata!
O território hoje do Brasil foi invadido e conquistado pelos portugueses ou foi
colonizado? Teria sido melhor ser colonizado por ingleses do que por portugueses,
espanhóis, holandeses? O negro é vagabundo. O índio é preguiçoso. Carioca é malandro.
Precisamos perguntar e escutar, conversar pra acabar com o preconceito. Mas, hoje, neste
governo, na altura em que se encontra a sociedade brasileira basta afirmar o que sente ou
imagina, atacar o outro desviando ou distorcendo o objeto da questão pois não se trata de
entender-se e compreender o outro. Trata-se de aniquilar o outro. Isso é uma das práticas
fascistas para construção do discurso único: simplificar, anular e excluir. O motivador
nestes casos listados acima é o ódio qual bem difundido e repetido leva ao medo e a
paralisia anulando o pensamento e a expressão divergente.
O Ódio
Uma parte da população brasileira foi às ruas e urnas nos últimos dois anos mobilizada
pela extrema direita renovada nos personagens adaptada em práticas, arcaica nos valores e
hiper-exploradora na economia.
Os recurso do planeta estão em vias de extinção. Para tipos como Bolsonaro, Salvini, Trump
e toda elite financeira, especuladora, latifundiária, e industrial do planeta importa
apenas o gozo do luxo que podem obter da mulher e do homem que exploram pelo máximo de
tempo possível independente das consequências para todo o planeta e espécie humana.
Então pode se atribuir a culpa do desemprego aos impostos caros e variados cobrados às
empresas pelo Estado. Ou pode se culpar os professores por seus filhos se tornarem gays.
Ou pode se culpar a Venezuela pela alta da gasolina e produção de indesejados refugiados.
Ou pode ser que a culpa seja dos trabalhadores que exigem regras de segurança no trabalho
impedindo o crescimento da produção. Ou pode ser culpa das mulheres que estão grávidas que
têm direito de licença maternidade e exigem não trabalhar em condições de insalubridade. A
culpa é do kit gay que impede a família de ser feliz e procriar para alimentar o exército
de desempregados nas periferias. A culpa é da prostitua que existe para seduzir os homens
de bem e acabar com o casamento. Em suma a culta é sua que não serve a deus e está do lado
do diabo. Mas, você pode ser salva entrando na minha igreja aceitando ao senhor deus,
trabalhando e aceitando ao senhor patrão e assim sendo feliz com o que nós te oferecemos
no céu e na terra. O contrário disso é seu inimigo.
O Discurso Único
Esta não é a primeira vez no Brasil que se busca homogeneizar o pensamento, ao menos o
pensamento dos explorados.
O exemplo mais famoso foi o do ditador fascista Getúlio Vargas, mas, antes dele houve o
Presidente Afonso Pena, que perseguiu, encarcerou e extraditou (Lei Adolfo Gordo, agora
reeditada pelo Ministro Sérgio Moro) trabalhadores estrangeiros que lutavam por melhores
condições de trabalho e de vida, e também por um outra organização social fundada no
federalismo anarquista.
Nos 130 anos (1889-2019) a presidência da república que derrubou a monarquia num golpe
militar conta com 10 militares. Uma parte eleita e outra instalada por golpes militares.
Em todos os casos, e independente do governo da presidência ser ocupado por militar ou
não, uma estudo superficial aponta a presença militar em vários cargos da administração
publica levando consigo não exclusivamente uma expertise administrativa e sim a autoridade
e o peso da farda que em última instância pode ser usado para destruir oposições.
Há uma linha histórica da participação militar na ocupação de governos no país. O
personagem militar nos governos no Brasil as vezes está de frente e outras no governo de
retaguarda. O projeto de país, de nação e a manutenção da exclusão do povo trabalhador é
um elemento permanente desta linha política militarista, conservadora capitalista e se
renova ao passar dos anos. Como vemos nos dias atuais temos a retomada desse projeto
militarista para o país na figura do atual presidente.
Finalizando
Os governos da linha histórica militar surgem para presidir e infringir mudanças mais
injustas para a classe trabalhadora e realizar mais uma parte do branqueamento da
população exterminado indígenas e negros. exterminando trabalhadores e trabalhadores nos
campos e nas cidades mantendo a pax cordial tropical que esconde um processo de genocídio
e apocalipse humano e ambiental sem precedentes no cone Sul da América.
Enquanto nos distraímos com notícias, twitter's, facebook, instagram a vida passa diante
de nós como passou para o povo na declaração de independência do Brasil, no golpe militar
que instala a República, no golpe de renovação da República por Vargas, na ditadura
militar dos generais ou nos sucessivos governos de marechais e generais, e agora de um
ex-militar.
Em todos os governos da história republicana, com maior ou menor participação de
militares, o projeto de dominação, domesticação, controle e exploração do povo, da classe
trabalhadora, de manutenção do patriarcado e branqueamento populacional e aniquilação da
diversidade segue inalterado com o apoio estrondoso da direita e a omissão da esquerda
partidárias, esta última com silêncio alimentado pelo desejo de voltarem ao poder mesmo
que vidas humanas sejam perdidas aos milhares como está sendo ou mesmo ao preço da
devastação ambiental do país.
Diante da guerra contra nós todos negros, índios, gays, lésbicas, periféricos, classe
trabalhadora organizar os coletivos, resistir e lutar juntamente com todos os movimentos
sociais antiautoritários são os caminhos para a vida e a liberdade.
(1) Colaborador.
https://ligarj.wordpress.com/2019/08/05/construindo-o-discurso-unico-mentira-preconceito-odio/
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