(pt) luta fob: RECC-MS] 28M - DIA DE MEMÓRIA E LUTA! EDSON LUIS VIVE! VIVA A REVOLTA POPULAR!
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Domingo, 7 de Abril de 2019 - 07:52:52 CEST
SEMANA NACIONAL CLASSISTA E COMBATIVA - DOURADOS, MS ---- Visite nossa página no facebook:
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---- Todos os anos a RECC-FOB traz a memória das combativas e organizadas revoltas
estudantis contra a ditadura empresarial-civil-militar (1964-1985) e ressalta a
necessidade de mantermos essa chama de rebeldia acesa nas lutas atuais. ---- Na semana em
que o crápula Jair Bolsonaro (PSL) comunica ao exército brasileiro que se comemore o dia
31 de março, cortejando mais uma vez em seu discurso os torturadores e as truculências
contra o povo brasileiro, é dever de todas e todos que lutam rememorar nossos mortos, a
viva resistência e revolta popular contra a ditadura.
Desse modo, rememoramos a organização clandestina do movimento estudantil logo após o
Golpe de 64 e a insurgência das ações diretas contra a Reforma do Ensino Superior em 1967,
que tinha como objetivo fazer com que a universidade pública passasse a cobrar uma
anuidade para que as/os estudantes pudessem permanecer, através de um acordo denominado
MEC-USAID entre o Ministério da Educação e uma agência dos EUA, entregando a educação para
o imperialismo. Logo no ano seguinte, em 1968, os estudantes secundaristas insurgem com
grandes mobilizações no restaurante estudantil-popular Calabouço, organizando
reivindicações por uma educação pública e gratuita, melhorias na alimentação do
restaurante, melhores condições na estrutura do local e principalmente organizam ações
contra a ditadura empresarial-civil-militar, unindo-se a luta dos trabalhadores e
trabalhadoras do povo.
No dia 28 de março do mesmo ano (1968), durante uma manifestação no Calabouço com a
presença de mais de 300 estudantes, o Estado com seus instrumentos de repressão ordenou
que os seus capachos, a Polícia Militar, invadisse o local e atacassem todas e todos que
ali estavam. Em meio aos disparos de metralhadoras, dentre muitos feridos e mortos, o
estudante Benedito Frazão ficou gravemente ferido indo a óbito dias depois e o estudante
secundarista Edson Luis foi assassinado com um tiro no peito. O corpo de Edson foi
carregado pelas/pelos camaradas nas ruas da cidade do Rio de Janeiro até a Assembleia
Legislativa, mostrando a população a verdadeira face da ditadura e da violência de Estado.
Nos meses seguintes, o povo levanta grandes revoltas por diferentes lugares do Brasil,
organizando passeatas e greves gerais contra as delações, torturas e mortes.
Neste dia 28 de março, a RECC-FOB Dourados/MS ressoou o grito da juventude combativa,
retomando a memória da resistência das lutadoras e lutadores do povo como exemplo para as
nossas lutas. Colocando como tarefa essencial das/dos estudantes unir-se ao combate das
trabalhadoras e trabalhadores na cidade e no campo, à luta das mulheres, à luta pela terra
dos povos originários, à luta pela terra dos camponeses e camponesas, à luta dos quilombos
e à luta do movimento antirracista. Pela construção coletiva de movimentos sociais
combativos e organizados pela base, pela ação direta e pela construção do Poder Popular.
Historicamente, a repressão contra o povo é produto de um Estado Penal-Policial que
criminaliza as/os que lutaram e que lutam por liberdade e que acreditam que outro mundo é
possível.
Por isso, no dia 28 de março, a RECC-FOB Dourados-MS junto aos estudantes da Licenciatura
em Educação do Campo da Faculdade Intercultural Indígena, junto a conselheiras da Retomada
Aty Jovem e Kuñague Aty Guasu, que trataram, entre outras coisas, da luta vitoriosa contra
a municipalização da saúde indígena, e estudantes de diferentes cursos da Universidade
Federal da Grande Dourados (UFGD), juntos dos quais rememoramos as guerreiras e guerreiros
que aqui construíram suas trincheiras de combate. Relembramos sempre, pois, só o
esquecimento é morte. Enquanto houver memória e luta, haverá vida!
Relembramos a companheira Dorcelina Folador assassinada com seis tiros pelas costas em
1999. Relembramos a luta do guerreiro Guarani e Kaiowá Clodiodi de Souza, assassinado pelo
Estado brasileiro em aliança aos ruralistas e seus paramilitares, após retomada de uma
área do tekoha, no massacre de Caarapó em 14 de junho de 2016. Relembramos Ambrósio
Guarani e Kaiowa preso e perseguido por lutar pela terra. Relembramos a luta de Marielle
Franco e Anderson Gomes, assassinados por um Estado racista e seus braços aliados de
milícias. Relembramos a luta da companheira Dilma Ferreira, coordenadora regional do
Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) do Pará, assassinada no dia 22 de março à
mando do grileiro Fernando Ferreira Rosa Filho. O mesmo, é também responsável pela
truculência ocorrida dias depois contra um casal de caseiros e um tratorista que trabalham
em sua fazenda, e que estavam insatisfeitos com o não-cumprimento de seus direitos
trabalhistas e reivindicavam seus direitos.
Na conclusão do debate, as/os estudantes e lutadores presentes expuseram reivindicações de
seus respectivos cursos, comunidades e territórios, demonstrando a continuidade da
mobilização nos dias hoje, com a chama acesa da memória e da combatividade do povo da
cidade e do campo.
Pela Memória, Verdade e Justiça de todas e todos que tombaram em luta, por todos e todas
que foram e são perseguidos, presos, torturados e assassinados, Nenhum minuto de silêncio
e Toda uma vida de Luta!
NÃO ESQUECEMOS, NÃO PERDOAMOS, E COMBATEMOS A VIOLÊNCIA DO ESTADO!
COMPANHEIRA DORCELINA, PRESENTE NA LUTA!
GUERREIRO CLODIODI, PRESENTE NA LUTA!
CAMARADA MARIELLE FRANCO E ANDERSON GOMES,
PRESENTES NA LUTA!
COMPANHEIRA DILMA FERREIRA PRESENTE NA LUTA!
A luta do povo do campo e da cidade vencerá!
Terra, Justiça e Liberdade!
AVANTE!
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