(pt) liga-rj: Estado venezuelano realizou mais de 8.200 execuções em dois anos.
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Sábado, 29 de Setembro de 2018 - 08:56:16 CEST
Relatório da Anistia Internacional publicado nesta quinta-feira (20/09) afirma que forças
de segurança do Estado venezuelano usam força letal com intenção de matar os setores da
população mais vulneráveis e excluídos, criminalizando a pobreza. O resultado foi de mais
de 8.200 execuções extrajudiciais entre 2015 e junho de 2017. ---- "A Venezuela está
passando por uma das piores crises de direitos humanos em sua história. A lista de crimes
sob o direito internacional contra a população está aumentando", afirmou Erika
Guevara-Rosas, diretora para Américas da Anistia Internacional. ---- A Venezuela está hoje
entre os países mais violentos do mundo. Em 2017, a taxa de homicídio foi de 89 por 100
mil habitantes, mais alta que em El Salvador (60) e três vezes mais alta que no Brasil
(29,7), segundo dados da fundação InSight Crime.
"O número de homicídios na Venezuela é superior ao de muitos países em guerra", afirmou
Esteban Beltrán, diretor da Anistia Internacional na Espanha.
A entidade apresentou relatos de mães e pais que testemunharam os filhos sendo mortos
dentro de casa, de onde foram roubados objetos de valor, como roupas e eletrodomésticos, e
dinheiro.
"Nesses casos documentados pela Anistia Internacional, as vítimas estavam desarmadas. As
autópsias mostram disparos no pescoço, tórax ou cabeça e que a morte ocorreu quando a
vítima estava ajoelhada ou deitada. As autoridades alegam enfrentamento, mas não há
informação sobre um policial ferido", disse Beltrán.
No ano passado, ao menos 95% das vítimas de homicídios, resultantes tanto de crimes quanto
da ação das forças de segurança, eram homens jovens, com idades entre 16 e 29 anos, pai de
crianças pequenas e responsáveis pelo sustento da casa.
O estudo afirma ainda que a 92% dos casos de crimes comuns não são resolvidos, índice que
vai a 98% em casos de violações de direitos humanos. Aponta também que existiam 5,9
milhões de armas leves em 2017 no país, que tem 30,6 milhões de habitantes.
Segundo o relatório, as políticas de segurança implementadas entre 2002 e 2017 priorizaram
o uso de métodos repressivos pela polícia em operações de combate ao crime, com relatos de
buscas ilegais, execuções extrajudiciais e uso de tortura durante essas operações.
"Essa resposta pesada que coloca o crime como um ‘inimigo interno' contribuiu para o
aumento nas taxas de homicídio", afirma o texto.
"Uma das consequências mais notáveis dessas violações de direitos humanos em massa e da
falta de segurança pública estão o aumento dramático no número de pessoas fugindo para
outros países, principalmente nas Américas", diz o organismo.
agência de notícias anarquistas-ana
https://ligarj.wordpress.com/2018/09/24/estado-venezuelano-realizou-mais-de-8-200-execucoes-em-dois-anos/
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