(pt) Coletivo Anarquista Bandeira Negra CABN: Eduardo Torres, um companheiro presente!
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Sábado, 10 de Novembro de 2018 - 08:32:36 CET
Eduardo Torres, Punk ou Calopsita. São algumas das diferentes maneiras pelas quais o
companheiro anarquista é lembrado por amigos, amigas e familiares, entre outras que
certamente habitam nossas memórias individuais e coletivas. Com certeza, o próximo dia 12
de novembro será uma data de triste lembrança para as pessoas de suas famílias, do punk e
das lutas populares no campo e na cidade. ---- Entre os anos de 2012 e 2017, o compa
Eduardo Torres foi figura presente em diferentes manifestações por direitos sociais em
Joinville/SC. Protestos contra os aumentos de tarifas no transporte coletivo e contra a
máfia dos zarcões, em defesa dos direitos humanos e contra todas as formas de opressões.
Na jornada de lutas de junho de 2013, ao lado de muitos punks das periferias, ocupou as
ruas para expor toda a sua raiva contra o sistema. No dia 13 de julho de 2016, no momento
do desfile da tocha olímpica por Joinville, Eduardo tentou apagar a tocha, símbolo da
expulsão de milhares de famílias das suas casas e do enorme gasto de dinheiro público em
interesses privados.
Em 2017, no III Sarau Primeiro de Maio, organizado pelo Coletivo Anarquista Bandeira
Negra, na sede da AMORABI, Eduardo esteve presente, dialogou, se emocionou e pensou sobre
novas formas de atuação política. Semanas depois, o compa se juntou ao Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra, integrando o acampamento localizado em Araquari.
No acampamento organizou uma pequena biblioteca com temas de literatura brasileira,
filosofia, questão agrária e anarquismo. Ao lado de outras e outros compas acampados,
buscou realizar um trabalho de base baseado na autogestão e autonomia.
No dia 07 de novembro, estivemos no acampamento. Por lá conversamos com Eduardo,
conhecemos sua casa construída com as próprias mãos, sua horta sem agrotóxicos, e doamos
novos títulos anarquistas para sua biblioteca. A lembrança mais forte deste dia é o quanto
o compa estava integrado no ambiente rural, o quanto era querido por muitos trabalhadores
e trabalhadoras sem terra.
Ali no acampamento ele era conhecido como Calopsita, por conta de seu corte de cabelo
punk, o que não o impediu de estar junto ao seu povo e estabelecer laços de confiança.
Nessa visita, quando era a hora de nossa partida, um camponês mais velho havia pedido ao
Eduardo para que ele cortasse o seu cabelo - apoio que foi prontamente atendido.
O próximo dia 12 de novembro completará o primeiro ano do assassinato do companheiro
anarquista Eduardo Torres. As motivações e o contexto de sua morte ainda são
desconhecidos. Enquanto isso, companheiras, companheiros de militância e familiares sofrem
com o silêncio por parte do Estado, cuja responsabilidade de investigação é da Polícia Civil.
Quando a injustiça e a morte são feitas contra os pobres, oprimidos por todas as formas, o
Estado Policial de Ajuste permanece cúmplice, em silêncio. As nossas memórias fervem por
justiça!
Punk, presente!
Calopsita, presente!
Eduardo Torres, presente!
06 de novembro de 2018,
Coletivo Anarquista Bandeira Negra,
integrante da Coordenação Anarquista Brasileira
Tagged: araquari, eduardo torres, Estado, Joinville, MST, polícia civil, sarau 1º de maio
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