(pt) [Palestina-Israel] 13 anos de luta contra o Muro By A.N.A.
a-infos-pt ainfos.ca
a-infos-pt ainfos.ca
Sexta-Feira, 16 de Março de 2018 - 08:06:00 CET
Em 2 de março de 2018, a localidade de Bil'In celebrou 13 anos de resistência não violenta
e marchas semanais populares e unificadas contra o Muro e contra a ocupação israelense.
Nesses eventos, que ocorrem todas as sextas-feiras, como em outras aldeias palestinas,
participam ativistas palestinos, israelenses e internacionalistas, e ocorrem
simultaneamente em muitas aldeias espalhadas pelo muro, que justamente separa as aldeias
dos campos cultivados pelos palestinos. ---- Em abril de 2003, três anos após o início da
Segunda Intifada, um pequeno grupo de ativistas israelenses, principalmente anarquistas e
já envolvidos em trabalho político nos Territórios Ocupados, formaram o "Anarchists
Against The Wall¹ (AATW)" (Anarquistas Contra o Muro). O grupo se formou nas áreas do
acampamento de protesto perto da aldeia de Mas'ha, que foi ameaçada pelo Muro e que
roubaria 96% da terra da aldeia, deixando-a no lado "israelense".
O acampamento, no qual participaram palestinos, israelenses e ativistas internacionais,
foi constituído por tendas erguidas nos terrenos da aldeia confiscada. A presença
constante de palestinos, israelenses e internacionais foi assegurada por 4 meses e o campo
tornou-se um centro de disseminação de informação e de tomada de decisão em prol da
democracia direta. Várias ações diretas foram planejadas, inclusive uma realizada em 28 de
julho de 2003, na vila de Anin, quando ativistas palestinos, internacionais e israelenses
conseguiram abrir uma brecha no muro, apesar do assalto do exército².
No final de agosto de 2003, enquanto a construção do muro em Mas'ha foi concluída, o
acampamento se moveu e ocupou o pátio de uma casa destinada a demolição forçada. O
bloqueio das obras durou dois dias e foi seguido pela demolição da casa: mas o espírito de
resistência que simbolizava não foi demolido.
Em 2004, a aldeia de Budrus começou a lutar contra o muro, e o AATW juntou-se às
manifestações diárias. Com a sua persistência na mobilização, luta e resistência da
população, a vila de Budrus ganhou importantes vitórias.
Sem apelar para os tribunais israelenses e usando apenas a resistência popular, a aldeia
conseguiu afastar o muro e salvar quase todas as suas terras.
O sucesso de Budrus inspirou muitas outras aldeias que começaram a construir uma
resistência popular, talvez o maior sucesso de todos. Durante a maior parte do ano, quase
todas as aldeias afetadas pela construção do muro se levantaram contra ele. O AATW
juntou-se às mobilizações de todas as aldeias que o pediram.
Na aldeia de Bil'in, no noroeste de Ramallah, onde a maior parte da terra agrícola da vila
está destinada a ser confiscada para abrir espaço para o muro e uma colônia em expansão
patrocinada pelo governo israelense, as iniciativas de resistência seguiram uma a uma
durante 13 anos. É possível seguir a página dos comitês de luta popular para se manter
informado sobre as manifestações que ocorrem nas diferentes aldeias palestinas onde os
protestos contra o Muro resistem.
[1]awalls.org
[2]Ver artigo de Haaretz:
awalls.org/5_ism_activists_hurt_in_clash_trying_to_tear_down_security_fence
Fonte:
http://alternativalibertaria.fdca.it/wpAL/blog/2018/02/28/palestina-israele-13-anni-di-lotta-contro-il-muro/
Tradução > Liberto
Mais informações acerca da lista A-infos-pt