(pt) quebrando muros: ENQUANTO MORAR FOR PRIVILÉGIO, OCUPAR É UM DIREITO!
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Segunda-Feira, 4 de Junho de 2018 - 06:17:30 CEST
Enquanto o governo federal congela verbas, como aquelas destinadas para programas de
habitação, os estados e municípios seguem beneficiando o mercado imobiliário, gerando
construções de novos edifícios, valorizando regiões e afetando a população de baixa renda
local, que é criminalizada e constantemente manobrada dos seus locais de moradia. ---- Há
algumas semanas, o Edifício Wilton Paes de Almeida, prédio de 24 andares, desabou em
chamas no Centro de SP, ocupado por mais de 150 famílias, sendo que ao menos 4 pessoas
morreram e 4 permanecem desaparecidas. Dez dias após a tragédia, outra ocupação (Ocupação
Douglas Vieira) pegou fogo na mesma capital. No Paraná não é diferente. As ocupações
ocorrem onde o mercado formal não chega, justamente em áreas de risco e prédios
abandonados. As ocupações existem em consequência da necessidade de moradia e falta de
direitos. As reintegrações de posse são um atentado a sobrevivência dessas pessoas, que
não tendo pra onde ir buscam outros prédios ou favelas, além de ter que enfrentar a
truculência da ação policial, passando por esse processo humilhante em cada desocupação.
Em caso de realocação das famílias, encaixadas na classificação de "extrema necessidade"
não supre as necessidades de proximidade de trabalho e estudo, pontos importantíssimos na
escolha de uma moradia, demonstrando que "morar" não é apenas um teto.
E o que é feito diante disso? Mantém-se frequente os despejos, a criminalização dos
movimentos sociais, e o descaso com as famílias desalojadas, mas medidas que venham para
oferecer moradia de qualidade, atribuída de tratamento de esgoto, energia elétrica,
recolhimento do lixo, água tratada, proteção contra vetores, proteção contra acidentes,
acessibilidade (no amplo sentido) etc, não são tomadas. Além das diversas características
que transformam uma habitação em um lar, que nunca pareceu um ponto na pauta das moradias
para a população de baixa renda.
Evidentemente que as ocupações são a resposta das famílias organizadas frente a essa
situação. E o Estado, ao criminalizar os movimentos sociais por moradia e acusar as
famílias das tragédias ocorridas, como o desabamento do prédio da capital paulista, assume
uma postura covarde e cruel, negando sua responsabilidade pela crise, e pela situação de
extrema vulnerabilidade da população.
Enquanto o Estado não se responsabilizar pela moradia e regularização de energia elétrica,
saneamento e prevenção de riscos em ocupações já existentes, não direcionar investimento
público na viabilização de moradias dignas, não ouvir as exigências da população
organizada e não converter edifícios ociosos em moradia popular, as ocupações só se
multiplicarão, estando elas sob condições de risco de desabarem e serem acometidas por
desastres naturais.
QUEM OCUPA NÃO TEM CULPA!
OCUPAR É UM DIREITO!
https://quebrandomuros.wordpress.com/2018/05/30/enquanto-morar-for-privilegio-ocupar-e-um-direito/
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