(pt) luta fob: O governo de SC deve pagar pela morte de Kelvin e de todos os nossos irmãos!
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Sábado, 28 de Julho de 2018 - 07:50:07 CEST
No dia 15 de julho, o jovem Kelvin, de 16 anos, foi espancado e assassinado a tiros,
depois teve seu corpo arrastado e suas roupas queimadas pela Polícia Militar, praticamente
em frente à sua própria casa. O crime aconteceu na Vila Chico Mendes, no Monte Cristo, uma
das comunidades de maior índice de vulnerabilidade social de Florianópolis. A versão da
polícia é de que o garoto teria atirado contra os militares, os moradores contestam essa
versão e afirmam que Kelvin sequer estava armado. ---- No dia 16, os moradores protestaram
contra o assassinato, fechando as vias de acesso à vila com barricadas. Depois da
manifestação, a polícia voltou a invadir a comunidade, reprimindo os moradores com bombas
e balas de borracha. ---- Segundo o Coronel Araújo Gomes (comandante PMSC), a PM faz
incursões diárias na comunidade, em operações de guerra às drogas e ao crime organizado.
Naquele domingo, nenhum dos PMs usava câmeras nos uniformes. Para nós, o cuidado em omitir
os dados sobre as operações policiais nas periferias significa que as práticas violentas
da polícia são rotina nessa guerra contra os pobres. Os crimes cometidos pela polícia são
comuns em operações em territórios periféricos, produzindo medo, violações de direitos e
muitas mortes por parte das "forças de segurança". Em Florianópolis, esses casos estão
aumentando conforme se multiplicam as operações de guerra contra as facções, iniciada em 2017.
No dia 18, a secretaria estadual de segurança pública apresentou dados que apontam que a
intensificação do policiamento no estado de SC desde o ano passado teve impacto positivo
na diminuição de crimes violentos. Apresentou também um plano estratégico com o objetivo
de tornar Santa Catarina o estado mais seguro do país até 2023. De acordo com o relatório
da secretaria, 78% dos autores de homicídios e 65% das vítimas tem registro em ficha
criminal. Mas em um país em que 236 mil pessoas estão privadas de sua liberdade sem terem
passado por julgamento (35% da população carcerária), vemos que é fácil transformar pobres
em criminosos.
Assim como Kelvin, a maior parte das vítimas da violência no Brasil tem entre 15 e 29
anos. A cada quatro pessoas assassinadas, três são negras. A maior parte, sem dúvida, se
torna vítima (ou faz vítimas) devido ao contexto de marginalidade e violência cotidiana
nas periferias, em que muitas vezes a única saída é matar ou morrer. O papel da polícia
nessa tragédia não é pequeno. Em 2016, 453 policiais foram mortos em todo o país. No mesmo
ano, policiais assassinaram 4222 pessoas.
A violência é imposta aos pobres como terror diário, para não deixar dúvida de que os
ricos têm o poder sobre a vida e a morte de trabalhadores e trabalhadoras. Seu maior medo
é que façamos rebeliões e paremos de sustentá-los!
Nos solidarizamos com os familiares de Kelvin e com todas as famílias negras e periféricas
que resistem cotidianamente ao terror policial. O povo não aguenta mais ser morto pelo
Estado. A revolta é justa! Se defender é justo! Bloqueios, piquetes e barricadas são a
força coletiva do povo contra o terrorismo dos governos. Não devemos mais ter medo, eles é
que devem!
Contra a violência policial e as execuções de negros pobres, organizar a greve geral!
Solidariedade e ação direta!
https://lutafob.wordpress.com/2018/07/24/o-governo-de-sc-deve-pagar-pela-morte-de-kelvin-e-de-todos-os-nossos-irmaos/#more-3586
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