(pt) [Espanha] Rojava: A formar comitês internacionalistas! A organizar a resistência! By A.N.A.
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Segunda-Feira, 31 de Dezembro de 2018 - 06:40:08 CET
Um chamado internacionalista à ação conjunta ante a iminente ameaça contra a revolução em
Rojava e Curdistão ---- Não é a questão nunca mais de se acontecerá ou não, mas de quando
começarão os ataques contra nossa revolução no Norte da Síria. O presidente fascista turco
Recep Tayyip Erdogan anunciou faz uns dias que lançará o quanto antes uma ofensiva militar
contra as áreas de autogoverno no Norte da Síria e Rojava. Na segunda-feira 17 de
dezembro, Erdogan declarou que as preparações do exército turco foram completadas e
ameaçou com que a ofensiva é só questão de tempo. Depois da declaração de uma invasão
militar em Rojava por parte do presidente da Turquia, a administração autônoma do Norte da
Síria fez um chamado à mobilização. Nas cidades, povoados e bairros a resistência já está
sendo organizada pela sociedade.
A guerra de ocupação da Turquia contra o Cantão de Afrin em princípios de 2018, mostrou ao
mundo inteiro do que é capaz o Estado turco. Enquanto que a guerra destruía a Síria
durante os últimos sete anos, Afrin se manteve um oásis de paz. Com a ocupação turca,
Afrin foi reduzido a escombros, centenas de milhares de pessoas tiveram que fugir. O povo
de Afrin está vivendo todos os dias massacres, violações, sequestros, destruição e outras
brutalidades. Afrin, a ilha da tolerância, é hoje um centro de treinamento para
Salafistas. O que o Estado turco tratou de destruir desde o princípio em Afrin é o projeto
democrático que foi construído e defendido com grandes esforços e duros sacrifícios
durante os seis anos da revolução. A revolução no Norte da Síria e Rojava nos demostrou
que outro mundo é possível. Um mundo mais além do nacionalismo, do sectarismo religioso e
da hegemonia imperialista. É uma revolução das mulheres, na qual as mulheres tomaram as
rédeas de suas vidas em suas próprias mãos e estão organizadas autonomamente em todas as
áreas da sociedade.
Uma luta decisiva pela sobrevivência
Quando Kobane foi sitiada pelos bandos assassinos do chamado Estado Islâmico, e Afrin foi
atacado e ocupado pelo exército turco, centenas de milhares na Europa e em todo o mundo
tomamos as ruas para defender precisamente estes valores junto com esta revolução. O Dia
Mundial por Kobane, o Dia Mundial por Afrin e a campanha "Mulheres levantemo-nos por
Afrin", são uma expressão de que a revolução de Rojava é nossa revolução comum. Agora a
luta crucial pela defesa do projeto da Federação Democrática do Norte da Síria está
preparando-se. As sociedades no Norte da Síria e Rojava já anunciaram que defenderão os
territórios liberados até o final, com todas as consequências que isso implique. Está
agora em nossas mãos divulgar e denunciar os ataques contra Rojava e ser a voz de nossa
revolução.
Uma invasão da Turquia com o apoio dos Estados Europeus e potências internacionais
Nossa tarefa agora é organizar-nos e preparar os protestos na Europa. Está claro que a
iminente intervenção militar só se fará realidade graças ao apoio que o regime de Erdogan
recebe das potências internacionais tais como a Rússia, Irã, os Estados Unidos e os países
europeus. Os aviões, bombas e drones que bombardeiam os territórios e populações do
Curdistão são da OTAN. Os tanques, veículos e rifles com os quais os soldados turcos
invadiram Afrin e travam uma guerra no Norte do Curdistão são alemães. É antes que nada o
respaldo incondicional e político desde Berlim e outros países europeus o que alenta
Ankara a cometer semelhante violação da lei internacional. Não só isso, é especialmente o
apoio direto das políticas internas na Alemanha e outros países europeus, a repressão dos
protestos ou a proibição de bandeiras e símbolos do movimento curdo, assim como a
criminalização contínua e intensificada das organização, simpatizantes e ativistas do
movimento curdo. Não é casualidade que precisamente neste momento muitas autoridades
europeias estão começando a investigar e processar internacionalistas por apoiar às
YPG/YPJ (Unidades de Defesa do Povo/Unidades de Defesa das Mulheres).
Nesta tarefa o governo do Estado espanhol não é uma exceção. De sobras é conhecida sua
estreita simpatia e ampla colaboração econômica, política e militar com o regime da
Turquia. A presença militar espanhola na base de Inlcirlik ao sul da Turquia com o
pretexto de lutar contra o terrorismo internacional, a reunião oficial do ex-primeiro
ministro turco Binali Yildirim em Madrid no passado 25 de abril por causa da "VI Reunião
de Alto Nível Hispano Turca" na qual ambos governos reafirmaram sua cooperação na luta
contra o "terrorismo separatista interno", ou a notícia confirmada de que Espanha será um
dos maiores compradores das azeitonas roubadas e saqueadas do ocupado cantão de Afrin,
engrossando a Turquia milhões de euros, são só alguns exemplos de como o Estado espanhol
lucra com a morte, guerra e massacre dos povos do Oriente Médio e Curdistão.
Já que o Estado espanhol vai ser um agente mais na próxima guerra em Rojava, é importante
fazer pressão aqui contra o governo e levar nossos protestos e ações às ruas. Com o
espirito de ontem de Kobane e Afrin, devemos hoje também unir nossas forças, organizar-nos
e atuar de forma conjunta.
Coordenemos a resistência
É por isso que fazemos um chamado àquelas companheiras e companheiros que se identificam
com os valores desta revolução, às que já estão organizadas em grupos de solidariedade com
Rojava e o Curdistão, a todas aquelas para quem Rojava se converteu em esperança e
inspiração nos últimos anos, e a todas as que não querem ser cúmplices de outro massacre
no Oriente Médio com o apoio dos Estados europeus e das potências internacionais: uni-vos
em vossos territórios, cidades e bairros e formem Comitês de Resistência
Internacionalistas em defesa de Rojava, construindo alianças mais além das diferenças
ideológicas. Assim como nos juntamos durante as resistências de Kobane e Afrin em comitês
e alianças solidárias, devemos agora também coordenar nossa resistência comum e fazê-la
forte e duradoura. É importante enfatizar que uma construção estratégica e a longo prazo
destes comitês ou estruturas é decisivo e importante para um futuro não tão longínquo de
resistência comum também aqui na Europa. Porque a única força na qual pode confiar a
revolução de Rojava é a força dos movimentos populares revolucionários globais, é nossa
própria força organizada desde a base que luta pela liberdade e contra o fascismo em todas
as partes.
Formem comitês de resistência internacionalistas, participem nas ações e eventos de apoio
ao movimento revolucionário do Curdistão em vossas localidades. Unam forças com
companheiras e companheiros de vosso território e saiam à rua contra a guerra e o apoio
militar ao extermínio da Turquia no Norte da Síria e Rojava.
Juntas defenderemos a revolução!
Contra o fascismo, não passarão!
Viva a revolução de Rojava!
Internacionalistas
Tradução > Sol de Abril
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