(pt) Pró-Organização Específica Anarquista - Amazonas: 19 DE ABRIL | O Brasil burguês, latifundiário, branco e racista contra os povos indígenas:
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Terça-Feira, 24 de Abril de 2018 - 05:32:27 CEST
Historicamente, nossos campos e florestas sempre foram palcos de profundas contradições.
De um lado, sem-terras, pequenos agricultores, quilombolas, indígenas e seus diversos
povos originários, e do outro, a grande burguesia, as famílias bilionárias, o latifúndio,
as forças de repressão, o Estado racista. ---- Estado este que foi construído sobre a
violação sistemática dos direitos dos povos indígenas, mesmo aqueles assegurados pelas
Constituições, inclusive a "cidadã" de 1988. No último período, no Poder Executivo, o
casamento entre PT-PMDB-PCdoB, patrocinaram o genocídio indígena. Foi o período onde no
campo e na floresta, houve o avanço das chacinas e assassinatos de trabalhadores e
lideranças indígenas por bandos de pistoleiros e jagunços (em conluio com as forças
policiais) à serviço dos latifundiários e grandes proprietários. Na Câmara Federal e
Senado, a articulação e formação do que hoje é conhecido como "Bancada Ruralista".
No Poder Legislativo, os ataques contra os direitos indígenas estão relacionados à
elaboração de um conjunto de projetos: lembremos da PEC 215/2000 (a famosa PEC da morte e
genocídio indígena e do tal "marco temporal"). A proposta foi aprovada, na Comissão
Especial que analisava o projeto. Tivemos também o PL 1610/1996, de autoria de Romero Jucá
(RR), que buscava liberar a exploração de minério em Terras Indígenas (TI's) tudo em nome
do lucro das mineradoras internacionais e norueguesas. Lembremos também da PEC 71/2011:
esta legislava sobre a indenização à proprietários rurais com áreas incidentes em TIs
homologadas após o 05/10/2013, aprovada por unanimidade no Senado em 2015.
Ainda em 2015, Dilma veta o PL 5944/2013. Este projeto buscava alterar o texto da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) para possibilitar que as escolas indígenas
não fossem avaliadas pelos mesmos critérios de escolas de não-índios, além de permitir que
as línguas originárias fossem utilizadas nas várias modalidades de ensino. Foi neste
contexto que também tivemos o avanço dos mega-empreendimentos: hidrelétricas, portos,
abertura dos parques de exploração de recursos naturais, o avanço da mineração
estrangeira, que na prática, causaram profundos impactos naturais e sociais com a expulsão
de populações inteiras de ribeirinhos e indígenas, sobretudo no Pará (Belo Monte),
Rondônia (Jirau e Santo Antonio).
Também temos de falar sobre a militarização do campo/floresta e a criminalização da luta
indígena: os índios e suas comunidades, suas lideranças, organizações e caciques são alvos
odiados da grande imprensa que a mando do latifúndio, os pinta como bandidos e criminosos
comuns, tudo para justificar o assassinato, perseguição e prisões. A militarização do
campo/floresta parte das OAN (Ouvidoria Agrária Nacional) junto à órgãos como INCRA,
FUNAI, IBAMA etc. A repressão direta é aplicada pelo Exército Brasileiro, a Força Nacional
de Segurança (criado por Lula/PT para reprimir trabalhadores e de um modo geral as massas
em luta), a Polícia Federal (PF), a Polícia Rodoviária Federal (PRF), além das Polícias
Civil e Militar e o Departamento de Operações de Fronteira (DOF).
Entretanto, em meio a escalada de violência do Estado brasileiro no campo e na floresta,
temos vistos o maravilhoso avanço de resistência e organização dos povos indígenas: os
Kokama no Amazonas, os Terena e Guarani-Kaiowá no Mato Grosso do Sul, os Ka'apor no
Maranhão, os Mundurukus no Pará, os Tubinambá na Bahia e entre tantos outros, que travam
décadas de luta, de avanços e recuos, de vitórias e derrotas, forjando sempre novas
táticas de luta e organização. O Anarquismo nacional, precisa estreitar-se com a luta
destes povos se colocando à serviço deles. A OEA, vem afirmar seu compromisso com os povos
originários do Amazonas, mantendo-se firme para se somar na mobilização contra os inimigos
que atacam nosso povo, com agronegócio, discriminação e extermínio.
Pela demarcação imediata das terras indígenas e quilombolas!
Pelo fim do genocídio dos povos originários!
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