(pt) [Grécia] Tessalônica: Chamado a mobilizações contra o quarto memorando By A.N.A.
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Quinta-Feira, 25 de Maio de 2017 - 08:07:06 CEST
Cartaz e comunicado do coletivo anarquista de Tessalônica "Negro e Vermelho", publicados
em sua página web. ---- O texto do cartaz: ---- "A humanidade deixou-se bastante tempo,
muito tempo, governar e que a fonte dessas infelicidades não reside em tal ou qual forma
de governo, mas no princípio e no próprio fato, qualquer que seja, do governo". ----
Mikail Bakunin ---- Nenhum governo quer ou pode defender os interesses dos plebeus. Lutas
sociais combativas, sem líderes, contra as planificações do Estado e do Capital. ----
Marcha de solidariedade e apoio à luta dos trabalhadores de Viomijanikí Metaleftikí,
quinta-feira11 de maio de 2017, às 18h, em Kamara. ---- Greve contra a votação do quarto
memorando, o dia da greve geral, quarta-feira 17 de maio de2017, às 10h, em Kamara. ----
Coletividade pelo anarquismo social "Negro e Vermelho", membro da Organização Política
Anarquista/Federação de Coletividades
O texto do comunicado:
A votação que aprovou o quarto memorando intensifica a barbárie estatal e capitalista que
os oprimidos estão sofrendo. A partir desta acepção notamos que a coalizão governamental,
estando em plena concordância com sua trajetória e não surpreendendo a ninguém, reforça o
aprofundamento da crise, cujas consequências afetam uma vez mais as classes sociais mais
baixas, tornando insuportável seu cotidiano. Claro, esta ofensiva tem tantas
interpretações e facetas como as pretensões dos soberanos. Por um lado, as novas medidas
econômicas conduzem a uma indigência cada vez mais intensa, e por outro lado, a repressão
estatal faz todo o possível para que não haja rupturas como consequência das lutas e das
resistências sociais, já que o governo sabe muito bem que as ilusões sobre uma mobilização
popular convocada por uns mediadores e apoiada por uma parte dos partidos que aspiram a
gestionar o poder desmoronaram totalmente depois da aparição do verdadeiro rosto do
Syriza, quando este partido retirou sua falsa cara lutadora. Já é claro que as formas de
resistência que surgiram não podem ser ensinadas, mas constituem uma reação espontânea
contra a degradação de nossas vidas e a indigência, e se voltam contra a política estatal,
os governos e a gestão de nossa vida pelo Poder, ou seja contra a essência dos sistemas de
Poder.
A ratificação da medida que permite a abertura das lojas pelo menos trinta domingos ao
ano, enquanto que já se começou a falar de cinquenta e dois domingos ao ano, demonstra da
maneira mais clara o que o quarto memorando reserva aos trabalhadores, aos aposentados e
aos desempregados. A coalizão governamental aplica os planos de exploração mais extrema
dos trabalhadores pelo grande Capital. Já as chamadas "linhas vermelhas" são umas
narrações cômicas com consequências trágicas para o povo trabalhador. Os aposentados e os
desempregados estão novamente no ponto de mira, já que cortam as pensões principais e
suplementares, enquanto que o limite do ganho máximo isento de impostos constitui o índice
emblemático da indigência em curso. Concretamente, a aprovação do quarto memorando prevê a
redução do limite isento de impostos aos 5.681 euros, a redução do subsídio por desemprego
e do subsídio de calefação, a ajuda familiar, os subsídios aos afetados por desastres
naturais, os subsídios de pobreza, mais demissões no setor público, assim como a abolição
do domingo como dia festivo. Também, dão aos supermercados o direito de vender
medicamentos, prevê a liberalização das demissões massivas, a abolição dos convênios
coletivos e do direito ao desconto por apresentar recibos de gastos médicos, a abolição do
direito das mulheres viúvas de cobrar a pensão de seu esposo falecido, e a supressão com
vários truques buroc ráticos de muitos desempregados dos arquivos do Instituto Nacional de
Emprego. Um dos objetivos do anteriormente citado é dar a sensação falsa da redução da
taxa de desemprego. Isto demonstra com que facilidade são confeccionadas as cifras e qual
é seu verdadeiro valor.
Também, o governo da "Esquerda", que andava dizendo que iria prevalecer a "legalidade
democrática" no país, ao mesmo tempo que denunciava que os memorandos anteriores estavam
contra a Constituição, segue a política de seus predecessores direitistas, e não só impõe
a via única da exploração e a opressão, senão também aprova umas novas medidas cujas
consequências continuarão sendo notadas depois de seu mandato. Estas medidas vem a
somar-se à longa lista das medidas impostas aos oprimidos, piorando as condições de
sobrevivência dos de baixo, servindo os que vão votar como uns servos aos interesses do
sistema capitalista, do qual constituem uma parte integrante. O novo Medievo é chamado de
novo "desenvolvimento" e "modernização" na "nova linguagem" do totalitarismo moderno.
Estamos entrando em um período de muitas mudanças em vários níveis. Este período deve
começar com a massificação e reforço das resistências sociais e de classe, assim que se
derrubem os planos econômicos e repressivos do Estado e do Capital. Por isso, ainda que
saibamos muito bem o custo econômico significativo que tem para os trabalhadores a perda
de um dia de trabalho, consideramos que já é hora de que os explorados e os oprimidos
saiam de novo de maneira combativa às ruas. O dinheiro perdido da jornada de trabalho de
17 de maio não será perdido, se conseguirmos reestruturar as resistências de classe,
impedir a realização dos planos do governo, do Estado e do Capital, e organizar a defesa e
o contra-ataque social.
Nestas condições de imposição da indigência, nos enfrentamos com tudo o que foi criado
pelas políticas de gestão soberanas. São umas políticas que favorecem os patrões de todo
tipo e a suas vanguardas. São umas políticas que põem no ponto de mira os lutadores e
regiões inteiras, tratando de criar a imagem de umas zonas-gueto. São umas políticas que
favorecem intencionadamente os interesses empresariais e outros, já que se trata da
substituição a todo custo da formação de alianças com mafiosos, depois do fracasso da
restrição no outorgamento de licenças televisivas, e a aliança com Melissanidis e o
apartheid social que tenta estabel ecer no bairro da nova Filadélfia, assim como os
ataques ao bairro de Exarchia e contra as lutas do movimento anarquista (neste bairro se
conseguiu a recuperação do espaço público por seus habitantes, mediante uma luta
organizada e consequente contra a máfia), assim como a elevação dos fascistas ao rol de
aliado político, através das presenças públicas comuns e a política do governo, que
intensificando a miséria dentro da trama social, dão às escórias fascistas a oportunidade
de emergir. Não é difícil entender que, como está esgotado o discurso do Syriza "contra os
memorandos", e este partido está esforçando-se para ficar no Poder, se dirige aos
partidários da "legalidade", enquanto que ao mesmo tempo se volta de maneira combativa
contra o inimigo interno, que segue sendo sempre o mesmo: Os anarquistas, os okupantes, os
que se solidarizam com os perseguidos e com os que lutam contra os planos da Soberania.
Ao mesmo tempo, à nível social trata de desorientar as pessoas das políticas de indigência
que aplica, e de reprimir as resistências sociais. Desencadeando a repressão estatal, sua
orientação política tenta, por um lado, criar um público e umas alianças políticas
reunidas em torno ao dogma da pacificação social e a segurança, e por outro lado, tenta
anular a criação de movimentos sociais capazes de derrocar a situação atual, criando
rupturas no Estado totalitário moderno e no Capital. Ataca okupas e estruturas do
movimento, detêm antifascistas, conduz os imigrantes ao estado da invisibilidade e da
inexistência, põe no ponto de mira trabalhadores lutadores , como os trabalhadores dos
meios de transporte coletivos que estão travando uma luta social combativa, enquanto que
ao mesmo tempo sela a via única da indigência e da pobreza dos estratos sociais plebeus,
votando as novas medidas. E como o futuro que nos reserva é lúgubre e sombrio, nós como
anarquistas e como segmento da parte mais afetada da classe trabalhadora, não temos mais
remédio que lutar sem retroceder, sem mediadores e desde baixo, contra as novas medidas,
contra os patrões, contra os fascistas, contra a ofensiva dos meios de desinformação,
contra todo tipo de máfias que contribuem para a agudização do canibalismo social, contra
o Estado e o Capital. Devemos preparar-nos para o enfrentamento por todos as frentes com
os governos esquerdistas ou direitistas, devemos formar resistências, cultivar os
conceitos da solidariedade de classe e da auto-organizaç&ati lde;o social, da formação
política anti-hierárquica sem instituições e partidos, ainda que se trate das organizações
e partidos da esquerda extra-parlamentar, os quais simplesmente são outra face da política
do Syriza.
Neste novo período devemos atuar sobre a base da massificação e o reforço das resistências
sociais e de classe, para que assim se anulem (se derrotem) os planos econômicos e
repressivos do Estado e do Capital. Já é tempo de voltar às batalhas, uma após a outra,
tendo, no entanto, um plano unitário de auto-organização social. Há que deixar claro que
estas batalhas concernem a amplos segmentos dos de baixo. Jovens, trabalhadores,
desempregados, estudantes, aposentados, devem lutar sem retroceder e sem mediadores, para
anular na prática leis velhas e novas que hipotecam o presente e o futuro. O movimento
anarquista organizado, como a única força que pode, quer e sabe formar resistências e mo
vimentos sem mediadores e líderes (cuja única tarefa é traí-los na primeira oportunidade),
deverá lutar de maneira combativa, sendo consequente e pondo metas que possam inspirar os
oprimidos, assim que se cultive ainda mais o conceito da auto-organização social, da
formação política sem hierarquias, e que aumente o rechaço das propostas institucionais e
parlamentares.
O próximo período será crucial, terá que se ganhar terreno, já que a crise estará
avançando e criando mais pontos mortos para os oprimidos. Durante este período o dilema
"Barbárie estatal e capitalista, fascistização e guerra, ou revolução social" estará se
colocando cada vez más. Enquanto a crise vai avançando, nós estaremos propondo e estaremos
lutando pela revolução social, a anarquia e o comunismo libertário contra a barbárie
estatal e capitalista, a fascistização e a guerra.
Marcha de solidariedade e apoio à luta dos trabalhadores de Viomijanikí Metaleftikí,
quinta-feira,11 de maio de 2017, às 18h, em Kamara.
Greve contra a votação do quarto memorando, no dia da greve geral, quarta-feira, 17 de
maio de 2017, às 10h, em Kamara.
Coletividade pelo anarquismo social "Negro e Vermelho", membro da "Organização Política
Anarquista - Federação de Coletividades"
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