(pt) [Argentina] A 41 anos do último golpe cívico-militar By A.N.A.
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Sexta-Feira, 31 de Março de 2017 - 07:37:49 CEST
A REPRESSÃO CONTINUA, A RESISTÊNCIA TAMBÉM! ---- Faz um tempo que os meios de comunicação
de massas estão instalando na opinião pública um discurso muito poderoso tendente a
culpabilizar os trabalhadores, aposentados, crianças, mulheres, imigrantes e qualquer
setor que se organiza, resiste e protesta, de serem os causadores dos problemas do país,
justificando assim a criminalização social para legitimar a repressão policial. ----
Denegrir os docentes e que a polícia persiga os que aderem à greve, ameaçar os sindicatos
combativos de tirar-lhe as "personerias gremiales" (prerrogativas de representação), as
repressões nas distintas manifestações, os grupos de tarefas da polícia civil e o projeto
de baixar a idade de imputabilidade não são alguns exemplos isolados senão parte de um
mesmo plano de ajuste para avançar em matéria econômica e social.
Sem muito esforço encontramos paralelismos entre estas estratégias atuais e as que
utilizou a última ditadura militar para justificar a repressão atroz que sofreu o povo
trabalhador há 41 anos. E como temos boa memória, não só comparamos as diversas
estratégias de controle, repressão e ajuste econômico deste governo com a última ditadura,
senão também as que utilizaram os governos e ditaduras anteriores (caso recente o das
taxas de Milani e Berni no Kirchnerato). Estas comparaçõ;es não tem como objetivo
minimizar o genocídio que começou há 41 anos, senão ampliar o horizonte, e vê-lo como um
processo necessário para os governantes com o fim de instaurar um modelo econômico que de
outra maneira iriam tardar muito mais em impô-lo.
Nosso repúdio atual à última junta militar não tem a intenção, somente, de demonizar
individualmente a seus executores, senão de colocá-los de forma justa dentro da engrenagem
que necessitava o Estado nesse momento para seguir reproduzindo o sistema. O mesmo Videla
disse em sua defesa que atuou para defender a razão de Estado, estando todo o "Processo de
Reorganização Nacional" arquivado e documentado. E isto é completamente lógico se
entendemos o Estado como uma instituiç&atild e;o fiadora e reprodutora do sistema de
exploração e opressão, dentro da qual convivem guerras internas entre a burguesia para
resolver como explorar-nos, o que dá lugar a distintas formas de governo, construindo
distintas ferramentas de controle segundo a época. E entendendo isto n&a tilde;o nos
deixamos enganar com a polaridade antimacrista por fetiche, nem esquecemos as misérias que
gerou o governo anterior, sabendo que para expandir a economia capitalista hoje necessitam
um governo liberal e francamente repressivo, e que para consolidar isso na atualidade
necessitaram de um Estado de bem estar que restituía a fé na democracia, após 2001, que
desarme as organizações sociais e que contenha e dilate o descontentamento popular.
Recordamos esta data não só para seguir desmascarando o caráter terrorista - em si - do
Estado em todas as suas formas de governo, como também para compreender quais eram os
motivos pelos quais o Estado chegou a esse nível repressivo. O quê tinham que frear?
Geraram tremenda maquinaria repressiva para acabar com uma guerrilha que já por si mesma
estava em decadência? Utilizaram a teoria dos dois demônios, onde o Estado devia responder
de forma violenta à violência que surgia do povo, como só uma descul pa para
justificar-se? Ou realmente estão convencidos, como nós, que o Estado não admite que se
questione o monopólio da violência? Inclusive se nos aprofundamos, vendo a quem apontava a
repressão, chegamos à conclusão que seu objetivo real era evitar que a organiz ação
operária seguisse crescendo e siga se fortalecendo nos locais de trabalho.
A partir de que as estruturas sindicais institucionalizadas, criadas com o objetivo de
conter e canalizar o descontentamento social, são superadas pelos órgãos de expressão e
decisão próprios dos trabalhadores, o medo dos detentores do Poder de que viremos a
balança para o nosso lado foi aumentando. O que mais temiam era que os trabalhadores
voltassem a construir uma organização revolucionária que não se ajoelhe, que não possam
comprá-la e que tenha como norte a emancipação social. T inham medo que os trabalhadores
no processo de organização e radicalização, voltassem a compreender que o Estado não pode
solucionar os problemas gerados pelo capitalismo e pelo próprio Estado, e que a única
solução é abolir o sistema de explora&cced il;ão e dominação. Hoje em dia esse medo não
mudou. Tem medo de que nós trabalhadores decidamos em assembleias, tem medo que saiamos à
rua e nos encontremos com nossos irmãos e irmãs, tem medo que não tenhamos dirigentes para
tratar com eles, tem medo da classe trabalhadora organizada contra o Estado e o
Capitalismo. Esse medo se manifestou e forma de ditadura há 41 anos, e hoje as estratégias
de controle e a necessidade do mercado faz que não seja conveniente essa forma de governo.
Hoje nos preferem frente à televisão e ao computador, dirigindo nosso ódio a personagens
efêmeros. Hoje nos preferem com o medo ao gatilho fácil, ou de perder o trabalho, ou
diretamente a não ter trabalho, ou buscando no lixo para comer, ou drogados com qualquer
coisa, que é também uma forma de nos fazer desaparecer. Hoje nos preferem votando e em
silêncio.
Qualquer que seja a forma de governo, o Estado vai buscar com que nós trabalhadores
sigamos enriquecendo a uns poucos, e já demostrou várias vezes que vai fazer o que
considere necessário para garanti-lo.
Os trabalhadores e trabalhadoras da Sociedade de Resistência de Ofícios Vários Capital,
aderente à F.O.R.A. queremos deter esta maquinaria exploradora que não vai se deter por
decisão própria e que só nos mantêm na miséria. Por isto é que queremos fazer crescer o
espirito de rebelião nos lugares de trabalho e nos bairros; que construímos organizações
horizontais, assembleárias e federalistas nos lugares onde estamos e que impulsionamos a
ação direta para derrotar & agrave;s patronais e os governos.
Ontem e hoje, todo Estado é terrorista
Ontem e hoje, lutamos pela emancipação
Sociedade de Resistência de Ofícios Vários Capital
Aderente à F.O.R.A.
Tradução > Sol de Abril
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