(pt) [Porto Alegre-RS] Hotel Intercity demite funcionária por perseguição política Por Federação Anarquista Gaúcha (FAG) By A.N.A.
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Domingo, 10 de Dezembro de 2017 - 07:38:57 CET
No dia de ontem, 04/12, nossa companheira Lorena, que trabalhava na rede de hotéis
Intercity na cidade de Porto Alegre, como garçonete, foi demitida SEM justa causa. Segundo
sua gerente direta foi "corte de gastos". Temos certeza das motivações não ditas desta
demissão e, que sim, são de perseguição política por conta da exposição da companheira em
rede nacional, onde vincularam sua imagem com ações "criminosas", "terroristas", por conta
de sua militância anarquista. ---- Logo após a mega exposição em rede nacional, por conta
da tarefa pública que a companheira exerce, no seu local de trabalho, já não havia como
omitir seu vínculo político, seu compromisso militante. Já na segunda-feira, logo após o
Fantástico da rede Globo, nossa companheira sentiu o peso de ser vitrine de injustas
acusações, várias pessoas, trabalhadoras do hotel se dirigiam a ela para perguntar se era
verdade o que havia passado no programa televisivo, se apoiava o terrorismo ou não, como
estava ela, se precisava de algum apoio, um misto de confusão e solidariedade. Isto, entre
o grupo de trabalhadores do hotel.
Nossa companheira sabe que nunca falou em causa própria, em seu nome particular, como
indivíduo, mas sim como porta-voz de sua organização. Mas, efetivamente sabemos que o
Estado e seus governos (suas polícias) sempre buscaram personalizar sua perseguição, expor
alguns para poder intimidar a todos.
No hotel em questão, nos grupos de redes sociais dos funcionários, o vídeo do Fantástico
circulava e causava curiosidades, diferentes reações, algumas brincadeiras boas, outras
bastante agressivas.
Fato é que com o passar do tempo, o assédio moral, travestido de "padrão de cobrança da
empresa" começou a pesar sobre nossa companheira, diferentes razões levaram a compa
relatar com maior frequência que o clima tava pesado, que se sentia completamente
pressionada e desmotivada a estar no local de trabalho. Nada veio dos colegas em si, mas
sim, principalmente dos e das aspirantes a cargos maiores na empresa, "colegas" que
estavam em funções um pouco melhores e que por meritocracia, "puxa saquismo", entre outras
coisas, começaram a criar o clima hostil pra cima de nossa militante. Criar problemas com
os horários de intervalo, com horários de entrada, fazer intriga com a gerência, omitir
informações de trabalhos importantes, deixar o trabalho pesado para a companheira fazer,
muita vezes sozinha. Desta forma a gerência não precisava fazer o trabalho sujo de
praticar o assédio moral diretamente, bastava encontrar alguém entre os "colaboradores"
que pudesse prejudicar, nas ações cotidianas, a nossa companheira. Certamente estavam
esperando que pela pressão, a Lorena pudesse pedir por conta própria a demissão.
Não bastasse isso, o gerente geral do hotel, chegou estes dias atrás e cumprimentou a
Lorena com o nome que ela usa no Facebook, talvez para mostrar que estava, como não era de
duvidar, totalmente por dentro do assunto.
Só nas últimas semanas a nossa companheira soube que algumas funcionárias da limpeza foram
demitidas, também sem justa causa e, que são direitos trabalhistas estavam prejudicados,
estamos falando de mulheres, a maioria negra, que trabalhavam com grandes jornadas, com
acúmulo e desvios de funções gravíssimos. Ironicamente, há alguns meses, a Rede Intercity
Hotels ganhou um prêmio de "melhor empresa para se trabalhar", MAS a pesquisa não foi
feita com os funcionários, foi uma outra empresa que premiou a Rede Intercity...
Sabíamos que havia um risco eminente de demissão por conta da militância de nossa
companheira, esta não é a primeira vez, tampouco trataremos com vitimismo esta denúncia,
até porque não é do nosso feitio, mas tampouco nos caracteriza que a ofensa feita a um do
nossos passe desapercebida.
Em meio a perseguição "velada" contra nossa companheira, nossa denúncia quer engrossar o
coro contra a reforma trabalhista que vai atacar principalmente os trabalhadores mais
precarizados, o setor terceirizado, do trabalho informal, das grandes jornadas de
exploração, de direitos anulados, de assédio moral autorizado e institucional contra as
mulheres e os mais pobres.
Nenhuma ofensa sem resposta!
Solidariedade de classe é mais do que palavra escrita!
Basta de assédio moral e perseguição política no local de trabalho!
federacaoanarquistagaucha.wordpress.com
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