(pt) anarkismo.net - Chamado à Solidariedade - Os ‘Quatro de Boiketlong' e a Criminalização da Pobreza e do Protesto by Zabalaza Anarchist Communist Front - ZACF
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Segunda-Feira, 28 de Agosto de 2017 - 07:22:50 CEST
Liberdade para Dinah e Sipho, Justiça para Papi! ---- Em fevereiro de 2015, quatro
militantes comunitários da favelai de Boiketlong, na região de Vaal, no sul de
Joanesburgo, foram sentenciados a 16 anos de prisão cada um, após um protesto comunitário.
Essa é uma sentença muito severa e a condenação foi baseada em evidências duvidosas. Os
‘Quatrode Boiketlong' foram presos por terem supostamente atacado a sub-prefeita local e
ateado fogo em seu barracão e em seus dois carros durante um protesto comunitário. Eles
foram condenados por agressão com intenção de causar dano corporal grave, incêndio
criminoso e dano intencional à propriedade. ---- Os Quatro de Boiketlong ---- Esse é um
exemplo da terrível injustiça perpetrada contra ativistas negros da classe trabalhadora e
que pode causar repercussões perigosas para lutas futuras da classe trabalhadora negra e
pobre na África do Sul se não for combatida. As pessoas precisam estar conscientes dos
fatos e agir para demandar justiça e combater a criminalização da pobreza e do protesto.
A evidência apresentada na corte pelo procurador era duvidosa e as testemunhas do Estado
ou não conseguiam identificar os quatro acusados ou não conseguiam localizá-los na cena na
hora do ocorrido. Para condená-los o Estado usou uma lei de 1973, da época do apartheid,
dita do "propósito comum"ii, o que quer dizer que eles foram considerados culpados
simplesmente porque são líderes comunitários; ainda que nenhuma evidência conclusiva
conectando os quatro ao incêndio da casa e dos carros da sub-prefeita tenha sido
apresentada. Pelo menos uma dos quatro, Dinah Makhetha, sequer estava presente no momento.
A testemunha chave que estava disposta a testemunhar que Dinah não estava presente no
barracão da sub-prefeita no momento em que ele foi queimado, Papi Tobias, desapareceu sob
circunstâncias misteriosas em fevereiro de 2016 e não foi visto desde então. Acredita-se
que ele esteja morto.
Em junho de 2015, os quatro de Boiketlong solicitaram fiança e apelação tanto da
condenação quanto da sentença. A apelação da condenação foi concedida, mas não a apelação
da severidade da sentença - o que significa que se apelação da condenação falhar eles
terão que cumprir todos os 16 anos de cadeia. A fiança também foi negada.
O pedido de fiança e a petição de apelação plena foram processos na instância do Supremo
Tribunal, o que acarretou um enorme fardo financeiro e emocional para as famílias pobres e
trabalhadoras dos acusados. Um comitê de arrecadação de fundos foi criado para levantar
dinheiro dentro da comunidade, para o pagamento das despesas legais e outras despesas
relacionadas.
Após 9 meses na cadeia os quatro militantes foram soltos por fiança em outubro de 2015. E
então, em 19 de junho de 2017, dois dos quatro foram novamente presos e jogados de volta
na cadeia - onde atualmente se encontram. Nós precisamos urgentemente demandar que sejam
soltos por fiança e que tenham suas condenações anuladas.
Neoliberalismo, corrupção e a criminalização da pobreza e do protesto
Os quatro de Boiketlong eram líderes comunitários militantes da luta por moradia,
desenvolvimento na favela e pelo que o governo do ANC (sigla inglesa do partido governista
Congresso Nacional Africano) vem prometendo a eles - e à classe trabalhadora negra e pobre
da África do Sul - por mais de 20 anos.
Isso, ser pobre e lutar para mudar suas condições e levantar a si mesmos e suas
comunidades foram seus únicos ‘crimes'. Acredita-se que foram alvos de uma ação do Estado
com motivações políticas, sob as ordens do ANC a nível local, para suprimir e criminalizar
suas atividades militantes por causa de seu papel de oposição às políticas anti-pobres do
governo neoliberal do ANC, expondo e desafiando a corrupção de políticos locais e das
elites. Eles não são criminosos, são prisioneiros políticos/da luta de classes.
Eles foram injustamente acusados por causa do papel que tiveram nos protestos comunitários
causados por um tratamento injusto, corrupção e má-administração. A classe trabalhadora
negra da África do Sul já sofreu demais o impacto da pobreza e da desigualdade, mas quando
tomamos as ruas sofremos a força repressiva do Estado e a brutalidade policial. Os
políticos supostamente colocados no poder para servir à comunidade rapidamente se
esqueceram de fazê-lo porque estão vivendo uma vida de luxos.
Nossos irmãos e irmãs que continuam a luta por justiça não deveriam ser os condenados por
essas ações. O governo de coalizão de 1994 disse que não faria o que o Partido Nacional
fez com a classe trabalhadora negra da África do Sul, mas mais de 20 anos depois estamos
experimentando quase o mesmo tratamento. O inimigo provou ser o partido governista e os
capitalistas do setor privado.
Como tantas favelas, áreas rurais e comunidades pobres na África do Sul, a comunidade
negra, pobre e trabalhadora de Boiketlong sofre há muito tempo com as promessas quebradas
do governo do ANC. Desde as primeiras eleições multi-raciais em 1994, o ANC tem sido
repetidamente reeleito por meio de promessas quebradas de prestação de serviços, criação
de empregos e desenvolvimento e melhoria das condições nas favelas e outras áreas
sub-desenvolvidas que têm há muito tempo sofrido com a falta de acesso decente e barato a
saneamento, água, eletricidade e moradia assim como à educação, e saúde etc. como parte do
legado do colonialismo e do capitalismo de apartheid.
Confrontada com o crescente descontentamento e protesto em resposta à sua própria falta de
vontade política e inabilidade - devido às políticas neoliberais anti-classe trabalhadora
que adotou - de sequer começar a cumprir suas promessas e implementar desenvolvimento em
larga-escala, melhoria da condição de vida nas favelas, reforma agrária, prestação de
serviços e criação de empregos ao redor do país, o governo do ANC está cada vez mais
respondendo com a criminalização do protesto - e dos pobres - para suprimir e conter as
lutas sociais e a resistência da classe trabalhadora.
Isso é por causa de dois processos muito importantes em que a elite política está
envolvida: usar o Estado para acumulação privada e impor políticas neoliberais criadas
para redirecionar a riqueza para os de cima, tirando da classe trabalhadora negra e pobre,
para a classe dominante - composta por brancos, e agora também por capitalistas do setor
privado, além de políticos e administradores estatais negros. Isso é para recobrar a
lucrabilidade e manter os lucros, transferindo os custos da crise econômica para a classe
trabalhadora, particularmente para o setor negro. Isso é feito através da comercialização
e privatização, da flexibilização do trabalho, da austeridade orçamentária e de cortes em
gastos sociais, de medidas agressivas de recuperação de custos etc.
A nível local, a terceirização levou a contratos e licitações para moradia, prestação de
serviços e desenvolvimento de infra-estrutura sendo entregues a indivíduos e donos de
empresas politicamente conectados, particularmente a nova elite do BEE (Black Economic
Empowerment)iii, resultando em nepotismo, corrupção e financiamentos generalizados. Para
lucrarem tanto quanto possível através desses contratos, esses empresários de licitações
do BEEiv cortam custos explorando trabalhadores, usando os materiais mais baratos
disponíveis e dando ‘jeitinhos' em termos de segurança e padrões. É por isso que tantas
moradias subsidiadas pelo Estado estão desmoronando, cheias de rachaduras e é por isso que
a prestação de serviços nas favelas da classe trabalhadora negra é tão terrível.
A elite política a níveis local, estadual e nacional - tanto o ANC (o partido no poder)
quanto, em algumas áreas o DA (sigla inglesa para Aliança Democrática, o partido da
oposição) - usam seu acesso a, e controle de recursos do Estado para acumular riqueza para
si mesmos e consolidar seu poder e controle do Estado e de seus recursos. É isso que
"corrupção" significa, e ela é praticada em detrimento da classe trabalhadora negra e
pobre - que consegue nada além de moradia fajuta, péssima prestação de serviços e
repressão estatal caso protestem.
No contexto de crise capitalista global e de uma escassez cada vez maior de recursos
estatais há uma crescente luta entra as elites políticas para se segurar no poder e manter
o acesso a recursos estatais limitados. É foi essa competição por acesso ao poder estatal
e recursos para auto-enriquecimento que levou às batalhas faccionais que estamos
atualmente testemunhando entre as duas principais facções rivais do ANC - os que apoiam
Jacob Zuma e os que apoiam Cyril Ramaphosa.
Entretanto, por trás da retórica hipócrita, ambas as facções e os dois braços da classe
dominante - administradores do Estado/elite política/políticos, de um lado, e capitalistas
do setor privado/elite econômica/chefes, do outro - ambos dependem de explorar a classe
trabalhadora e pobre e do modelo de trabalho negro barato, parte do qual envolve uma falta
de investimentos massiva nas favelas.
Isso só pode ter fim com uma luta de classes e uma resistência consistente e independente
e é exatamente isso o que a classe dominante teme - e porque o Estado e a elite política
que o controla estão cada vez mais recorrendo à criminalização da pobreza e do protesto
para suprimir a resistência da classe trabalhadora.
O governo do ANC quer fazer dos Quatro de Boiketlong um exemplo para mandar uma mensagem
clara aos pobres, aos desempregados e à juventude marginalizada liderando e participando
das lutas por terra e moradia, empregos e prestação de serviços. A mensagem é que se você
ousar se organizar ou se envolver em lutas sociais na busca por seus direitos, se você
expuser ou simplesmente falar contra a corrupção desenfreada da elite política, vão lidar
com você duramente e depressa. As pesadas sentenças dadas aos Quatro de Boiketlong e a
negação de fiança e apelação têm a intenção de intimidar e dissuadir outros de participar
da resistência da classe trabalhadora independente e de protestar.
Logo é de extrema importância que os militantes da luta de classes façam tudo o que for
possível para fazer campanha pela anulação da condenação e da sentença - porque se não o
fizermos o Estado vai usar esse caso como um precedente para criminalizar ainda mais a
pobreza e o protesto e cada vez mais pessoas serão jogadas na cadeia com acusações
supostamente criminais e assoladas com duras sentenças por protestar contra a sua pobreza
e lutar por seus diretos.
Justiça para Papi Tobias
Na noite de 6 de fevereiro de 2016, Papi Tobias saiu de sua casa em Boiketlong para ir
assistir futebol numa taverna local. Ele foi visto pela última vez saindo da taverna na
companhia do comandante da delegacia de Sebokeng, Brigadeiro Jan Scheepers.
Papi, pai de 3, também era um militante líder da comunidade na luta por moradia e
desenvolvimento na favela e estava frequentemente na linha de frente dos protestos por
prestação de serviços.
Ele também era uma das pessoas do comitê designadas para arrecadar fundos para as despesas
legais dos Quatro de Boiketlong. Seis dias antes de seu desaparecimento, Papi compareceu a
uma acalorada reunião comunitária convocada pelo prefeito local, na qual ele criticou o
comitê de arrecadação de fundos por usar indevidamente o dinheiro levantado para a defesa
dos Quatro de Boiketlong. Consta que ele também disse que a comunidade foi "ameaçada e
ouviu mentiras" do comitê, "que o comitê elegeu a si mesmo porque não é nosso, do povo" e
que "as pessoas erradas foram presas".
Papi também havia dito para o Brigadeiro Scheepers, para o advogado que então estava no
caso dos Quatro de Boiketlong, para o assistente do advogado no Orange Farm Human Rights
Advice Centre (Centro de Aconselhamento em Direitos Humanos de Orange Farm) e em reuniões
públicas que ele estava disposto a testemunhar que Dinah não estava nos arredores do
barracão da sub-prefeita quando ele foi incendiado e que ela e outros três foram
falsamente acusados.
Acredita-se que um dos membros do comitê de arrecadação suspeito de usar indevidamente os
fundos, um líder local do ANC e membro do Boiketlong Concern Group (Grupo de Atenção a
Boiketlong), que é dominado pelo ANC, está por trás do desaparecimento de Papi; e que ele
disse à família que o Brigadeiro Scheepers sabia onde Papi estava pouco antes dele
desaparecer. Também se suspeita que, além do membro do comitê, o Brigadeiro Scheepers e o
Prefeito Local da Municipalidade de Emfuleni, Simon Mofokeng, também estão envolvidos no
seqüestro.
Pouco antes de seu desaparecimento o cachorro de Papi foi morto e um membro do Boiketlong
Concern Group disse que tinha ouvido rumores de que a vida de Papi estava em perigo antes
que ele desaparecesse.
Papi está desaparecido há mais de um ano agora e acredita-se que esteja morto. Seu
desaparecimento e suposto assassinato são quase que com certeza politicamente motivados e
ligados ao seu papel na luta por prestação de serviços, moradia e desenvolvimento na
favela e por expor o prefeito e membros do comitê de arrecadação de fundos por suposta
corrupção e uso indevido do dinheiro levantado para as despesas legais dos Quatro de
Boiketlong.
Os investigadores da polícia que estão no caso parecem ter feito pouco esforço para
descobrir o destino de Papi ou o seu paradeiro e parece não haver nenhuma investigação em
curso. Até hoje ninguém foi preso ou acusado pelo desaparecimento de Papi.
Liberdade para Dinah e Sipho
Desde que foi libertado sob fiança em outubro de 2015 um dos acusados, Pulane Mahlangu,
não compareceu à delegacia (como é necessário durante o período de fiança) e desapareceu.
Outro, Dan Sekuti Molefe, faleceu em dezembro de 2016. Ele estava doente antes de ser
preso e com certeza o stress de sua condenação, a violência e sofrimento de 9 meses de
cadeia e a possibilidade de passar mais 16 anos preso ajudaram a matá-lo.
Em 6 de junho de 2017, uma audiência de apelação para os dois últimos acusados, Sipho
Sydney Manganye e Dinah Makhetha, aconteceu na Suprema Corte de North Gauteng para apelar
contra a sentença de 16 anos. O pedido foi negado e ordenaram que eles se entregassem à
Corte Regional de Sebokeng em 19 de junho.
Em 15 de junho, Dinah e Sipho se encontraram com seu advogado da Legal Aid SA, que disse a
eles que iria pedir uma extensão de sua fiança na Corte Regional de Sebokeng em 19 de junho.
Entretanto, o Magistrado recusou a extensão de fiança porque o pedido deveria ter sido
entregue à Suprema Corte de North Gauteng, já que foi lá que a fiança foi inicialmente
concedida. Dinah e Sipho foram novamente presos e jogados de volta na prisão.
Os defensores de Dinah e Sipho, a Legal Aid SA, deveria ter feito o pedido de extensão de
fiança à Suprema Corte à espera de que fosse julgado em Sebokeng, mas parece que isso não
foi feito e os acusados agora estão apodrecendo na prisão pela segunda vez, há mais de um mês.
Enquanto estava solto sob fiança Sipho parece ter sido cooptado pela elite local do ANC,
que deu a ele um emprego num projeto de desenvolvimento na favela - uma tática
regularmente usada pelas elites políticas locais para cooptar militantes e afastá-los da
militância e da luta para assim neutralizar a ameaça que representam tanto para o poderio
da elite política local quanto para suas oportunidades de acumular riquezas através do
acesso aos recursos estatais e licitações. De acordo com relatos, Sipho, talvez num ato de
desespero, começou a tecer elogios ao prefeito e a dizer que se importa com as pessoas.
Ele parece não estar mais interessado na luta social e na militância comunitária.
Isso certamente não significa que ele deve ser deixado na prisão sem apoio, mas ele parece
ter sido enganado a pensar que o ANC e a elite política local o ajudariam se ele
interrompesse seu envolvimento nas lutas comunitárias.
A defesa de Sipho, infelizmente, não é tão forte quanto a de Dinah e o advogado parece não
ter sido capaz de encontrar argumentos que desafiassem sua condenação em duas das quatro
acusações que pesam contra ele - agressão com intenção de causar dano corporal grave e
incêndio criminoso. Isso quer dizer que mesmo que o advogado consiga apelar contra as duas
outras acusações ele ainda pode ter que encarar 10 anos na cadeia.
Dinah, uma militante comunitária de longa data e antiga membro do agora inexistente
Anti-Privatisation Forum (APF - Forum Anti-Privatização), entretanto, permaneceu firme em
seu comprometimento com a justiça social e a militância da classe trabalhadora, apesar de
uma ordem de proibição efetivamente da época do apartheid que a proíbe de comparecer a
reuniões comunitárias ou políticas, protestos e etc., apesar disso ela permaneceu
envolvida na organização comunitária e na militância enquanto esteve solta sob fiança.
A defesa de Dinah também é muito forte e o advogado conseguiu encontrar argumentos
convincentes para desafiar todas as quatro acusações das quais ela foi condenada.
É de vital importância que façamos tudo que estiver ao nosso alcance para mostrar
solidariedade imediata e apoiar tanto Dinah quanto Sipho e nos assegurarmos que eles
tenham direito à fiança enquanto aguardam a apelação de sua condenação, que as acusações
contra eles sejam retiradas e eles sejam declarados inocentes.
Dinah e Sipho são prisioneiros políticos do Estado capitalista, que quer fazer deles um
exemplo. O destino deles ajudará a determinar o destino de muitos outros militantes
comunitários e moradores pobres de favelas que se envolverem em lutas sociais e protestos
que ainda virão. Se a condenação e sentenças deles não forem anuladas mais militantes da
classe trabalhadora e pessoas presas durante protestos poderão encarar sentenças
igualmente duras.
Dinah e Sipho comparecerão à Corte do Distrito de Sebokeng na quarta-feira, 26 de julho,
para a audiência da extensão de fiança. Uma manifestação na Corte está sendo planejada
para esse dia e chamamos todas (os) as (os) companheiras (os), aliadas (os) e todas (os)
que amam a liberdade e a justiça no mundo inteiro a fazerem tudo o que puderem, no dia,
antes e depois da quarta, 26 de julho, para demonstrar solidariedade a Sipho e Dinah e
para exigir justiça para ambos e para Papi. Também devemos exigir que seja tirada uma data
para que a apelação da condenação e da sentença seja ouvida pela Suprema Corte de Apelação
o mais rápido possível e apelamos a vocês e às suas organizações que organizem ações de
solidariedade e atividades para demonstrar apoio a Dinah e Sipho nos dias anteriores e no
dia de sua apelação. Comunicaremos a data da apelação assim que ela for decidida.
LIBERDADE PARA DINAH E SIPHO! JUSTIÇA PARA PAPI!
PAREM A CRIMINALIZAÇÃO DA POBREZA E DO PROTESTO!
DEFENDA NOSSO DIREITO À LIBERDADE DE EXPRESSÃO, ASSOCIAÇÃO
E PROTESTO!
O que você pode fazer:
* Uma manifestação com piquete do lado de fora de embaixadas sul-africanas ao redor do
mundo na quarta-feira, 26 de julho;
* Mandar e-mails e fax para o Departamento de Justiça e Desenvolvimento Constitucional
(Department of Justice and Constitutional Development) exigindo que seja concedida a
extensão de fiança a Sipho e Dinah na quarta-feira, 26 de julho;
* Disseminar esse chamado à solidariedade nas mídias sociais e em suas organizações, redes
de contatos e movimentos;
* Escrever notas e artigos sobre o caso e publicá-los na mídia alternativa e, onde for
possível, também em jornais e revistas da grande mídia, etc.;
* Debater o caso e o chamado à solidariedade em podcasts e em rádios comunitárias, em
reuniões estudantis/sindicais/comunitárias, em manifestações, etc.;
* Tirar fotos de atividades e ações de solidariedade, ou suas e de sua organização
segurando cartazes com mensagens de apoio ou exigindo que Sipho e Dinah sejam soltos por
fiança e que suas condenações sejam anuladas e publicá-las nas redes sociais com as
hashtags e marcações (@) abaixo;
* Escrever cartas de apoio para Dinah, Sipho e/ou a família de Papi e enviar um e-mail pra
eles para zacf riseup.net e orangefarmadvicecentre gmail.com para que sejam entregues a eles;
* Pressionar a Legal Aid SA para que priorize o caso, telefonando e mandando e-mails e fax
para pressioná-los constantemente para garantir que estão priorizando o caso.
* Fazer que o governo sul-africano saiba que esse caso está nos holofotes internacionais,
ligando, enviando e-mails e fax para a Presidência e o Departamento de Justiça e
Desenvolvimento Constitucional para exigir que a condenação seja anulada, as acusações
derrubadas e que seja lançada uma investigação de larga escala sobre o destino de Papi.
Nas redes sociais use as hashtags #Boiketlong4Solidarity #Boiketlong4
#FreedomforDinahandSipho #JusticeforPapiTobias e the Twitter handles
@PresidencyZA @GovernmentZA @EmfuleniLM @DOJCD_ZA @LegalAidSA1
@ZabalazaNews
DETALHES PARA CONTATO
Presidência da República da África do Sul
The Presidency of the Republic of South Africa
Tel: +27 12 300 5200
Fax: +27 12 323 8246
Email: president presidency.gov.za
Escritório do Deputy President Cyril Ramaphosa
Office of Deputy President Cyril Ramaphosa
Tel: +27 12 308 5316
E-mail: Deputypresident presidency.gov.za
Ministro da Justiça e Serviços Correcionais
Minister of Justice and Correctional Services
Tel: +27 12 406 4669
Fax: +27 12 406 4680
E-mail: ministry justice.gov.za
Ministro da Justiça e Desenvolvimento Constitucional
Deputy Minister for Justice and Constitutional Development
7Tel: +27 12 406 4854
Fax: +27 12 406 4878
E-mail: deputyminister justice.gov.za
Escritório Central da Legal Aid da África do Sul
Legal Aid South Africa Head Office
Tel: +27 11 877 2000
Centro de Justiça da Legal Aid em Pretória
Legal Aid SA Pretoria Justice Centre
Tel: +27 12 401 9200
Fax: +27 12 324 1950
Centro de Justiça da Legal Aid em Vereeniging
Legal Aid SA Vereeniging Justice Centre
Tel: +27 16 421 3527
Fax: +27 16 421 4287
NOTAS DA TRADUÇAO
N. da T.: Vale notar que as favelas sul-africanas a que se refere o texto foram criadas
pela segregação racial que remonta à época do apartheid. As atuais "favelas" eram os
bairros de negros daquela época.
N. da T.: no original: "common purpose law", se refere à uma lei da época do apartheid,
que dava ao Estado o poder de prender alguém que não estivesse comprovadamente envolvido
em atividades ilícitas se isso fosse considerado do "propósito comum". Essa lei foi
vastamente usada para encarcerar militantes.
N. da T.: BEE (Black Economic Empowerment - Empoderamento Econômico Negro) é um tipo de
ação afirmativa projetada para enriquecer uma pequena parcela de capitalistas negros e
criar uma classe média e burguesa negras. Para que uma empresa possa se qualificar para
concorrer a uma licitação estatal, ela deve ter uma porcentagem de proprietários negros,
por exemplo.
N. da T.: No original "tenderpreneurs", neologismo amplamente adotado na África do Sul,
formado a partir da junção das palavras licitação (tender) e empresários (enterpreneurs),
se refere a empresários que usam de influência política para conseguir licitações e lucrar
com negociatas.
https://www.anarkismo.net/article/30468
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