(pt) federacao anarquista gaucha: ONTEM, HOJE E SEMPRE. Não esquecemos! Não perdoamos!
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Segunda-Feira, 10 de Abril de 2017 - 08:52:15 CEST
Frente a uma conjuntura de sistemáticos ataques, avanços conservadores e golpes de novo
tipo sobre o conjunto dos(as) oprimidos(as), mais do que nunca, fazer Memória e lutar por
Verdade e Justiça é fundamental. Aos que tombaram lutando contra a tirania, o arbítrio e a
opressão, ontem e hoje, nem um momento de silêncio e uma vida de Luta! Aos lacaios,
tiranos e algozes que mataram e seguem matando o nosso povo, nem um minuto de sossego!
---- A conjuntura que tem nos tocado viver traz semelhanças e reedita certas memórias que
remetem ao período duro da ditadura civil-militar brasileira (1964-1985). Tanto as novas
versões de farsa midiático-jurídico-parlamentares construídas para dar ares de
legitimidade à retirada de direitos, como a permanente violência do Estado (sobretudo
sobre o povo pobre, negro e periférico) trazem para o presente aquele passado recente de
21 anos de autoritarismo que marcou com sangue de lutadoras e lutadores as páginas da
história do país.
Nesse momento de ataques frontais desferidos pelos de cima, de assanhamento da direita
mais agressiva que representa o que de mais podre pode haver na sociedade e de aumento da
repressão e do encarceramento por parte do Estado, fazer memória da ditadura é muito mais
do que olhar para o passado como algo distante, como quem olha um álbum de fotos
envelhecidas. Fazer memória da ditadura é trazer para o presente os exemplos de luta e de
resistência.
É perceber que o "entulho autoritário" daquele período não só se manteve intocado, mas é
parte integrante do Estado. É ele que explica os assassinatos dos milhares de Amarildos,
de Claúdias, de Eltons, de Maria Eduardas e de tantos outros/as jovens de periferia, na
sua esmagadora maioria negra. É esse "entulho autoritário" que explica a sanha repressiva
e autoritária das Polícias Militares contra as manifestações e as lutas populares, a
exemplo das agressões e prisões que sofreram nossas companheiras e companheiros
municipários de Cachoeirinha no último dia 30/03 durante manifestação em frente a Câmara
de Vereadores em meio a greve da categoria. São muitos os exemplos.
Para nós, enquanto Anarquistas Organizados, fazer memória é se colocar em luta junto, ao
lado, ombro a ombro, com os e as de baixo, com aqueles e aquelas que sistematicamente são
violados e encontram nas resistências cotidianas a sua dignidade e a sua rebeldia. Para
nós, fazer memória é manter sempre presentes aqueles e aquelas que entregaram suas vidas
em uma luta sem tréguas contra a tirania. Manter viva a memória dos e das que tombaram no
caminho é não dar um só momento de trégua para seus algozes.
Como é sabido e aqui reafirmamos para que não restem dúvidas, nossa ideologia Socialista e
Libertária nunca se furtou em dar combate à opressão e ao fascismo, seja qual for sua
expressão. Nesse sentido, para nós não há espaço para perdão quando se trata de inimigos
ou algozes do povo. Para ditadores e torturadores a única possibilidade é a punição
exemplar. Não nutrimos qualquer esperança nas curtas e insolentes promessas da "transição
democrática" e nem na justiça burguesa, ambas subservientes e legitimadoras de um processo
pactuado e tutelado pelos generais que manteve "anistiados" todos que torturaram e
mataram, dando carta branca para que a violência e os crimes do aparato repressivo do
Estado permaneçam ocorrendo.
Vale destacar que o pacto de silêncio e esquecimento que foi selado por cima nos momentos
finais da ditadura manteve o povo distante da história e da verdade sobre o que ocorreu
naquele período. Infelizmente esse pacto manteve sob velado sigilo as barbáries que
ocorreram nos porões do regime, nas delegacias e até mesmo em céu aberto. A (des)memória
resultante desse processo alimentou em amplos estratos da população falsos entendimentos,
onde justiça passou a remeter revanchismo e as denúncias dos crimes e abusos cometidos
foram relativizadas sob o argumento mentiroso de "combate a subversão" naquilo que seria
"uma guerra interna".
Além disso, o silêncio que supostamente garantiria a conciliação manteve as condições para
que os vermes, de tempos em tempos, voltassem a se apresentar como solução para os
problemas do país. É por isso que os identificamos. É por isso que denunciamos seus
crimes. É por isso que estampamos nas ruas as suas faces sombrias. É por isso que lhes
chamamos pelo que realmente são: TORTURADORES e ASSASSINOS!
Nem perdão, nem esquecimento!
Memória é Resistência!
Federação Anarquista Gaúcha - FAG
https://federacaoanarquistagaucha.wordpress.com/2017/04/03/ontem-hoje-e-sempre-nao-esquecemos-nao-perdoamos/
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