(pt) alianca anarquista: 8 de março: Dia de Luta das Mulheres
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Quinta-Feira, 6 de Abril de 2017 - 09:37:31 CEST
Ao redor do mundo ataques e retrocessos estão sendo aplicados contra nós. A crise do
capitalismo tem tido uma única vítima: as condições de vida dos mais pobres. Contra as
demissões, arrochos e perdas de direitos estão eclodindo lutas em todos os continentes. O
cenário parece ser de colapso. Enquanto alguns querem manter seus privilégios e sua
riqueza, outros se levantam contra as injustiças. Deste conflito, impossível de ser
conciliado, precisamos construir nossas vitórias. O ano de 2017 deverá ser um marco:
precisamos reconstruir a força da esquerda socialista para que seja possível reverter este
cenário assustador. ---- Eles nos atacam e nós dizemos não! ---- Nos Estados Unidos entre
os inúmeros ataques encabeçados pelo governo Trump está a retirada de verbas do programa
Planned Parenthood - programa que promove educação sexual, planejamento familiar, e acesso
ao aborto. Na Polônia, em outubro de 2016, tentaram aprovar um projeto de lei que proibia
o aborto e que penalizava mulheres com até 5 anos de prisão caso fizessem este
procedimento. Na Rússia, em fevereiro de 2017, foi aprovada uma lei que legaliza algumas
práticas de violência doméstica que não causam lesões profundas; hematomas, arranhões e
ferimentos superficiais na vítima não serão reconhecidos como crime, mas sim uma "falta
administrativa" - o que só banaliza a violência contra mulher e reforça que mulheres são
propriedades de seus maridos.
No Brasil o governo Temer lançou uma série de ataques e entre os mais alarmantes para as
mulheres está o da reforma da previdência. Tal reforma será um desastre: irá aumentar a
idade mínima de aposentadoria e dificultará o acesso à aposentadoria especial, além disso
também ignora que a expectativa de vida para os trabalhadores do campo é muito menor do
que os trabalhadores urbanos e querem desconsiderar isso igualando os requisitos para
todas as categorias de trabalho. Esta reforma também ataca diretamente as mulheres, pois
desconsidera a dupla jornada das trabalhadoras que, além do trabalho formal, ainda são as
responsáveis pelo trabalho doméstico. Esta reforma propõe uma "igualdade" de critérios que
não existe na realidade: é uma falsa ideia de igualdade em uma sociedade desigual.
Nós podemos vencer
Mesmo com todos esses ataques, os últimos tempos também tem sido marcados por grandes
manifestações de mulheres. Na Polônia foi organizada uma greve de mulheres inspirada na
que aconteceu nos anos 70 na Islândia e estima-se que 100.000 mulheres foram para as ruas
vestidas de preto para barrar a criminalização do aborto. Tal manifestação foi vitoriosa e
dia 06 de outubro o projeto de lei foi retirado.
Na argentina, após a morte de uma adolescente de 16 anos por traficantes, milhares foram
às ruas de preto em um chamado por uma greve geral de mulheres contra o feminicídio. O
mote da manifestação "Ni una a menos" (nenhuma a menos) se espalhou por outros países da
América Latina que também fizeram manifestações repudiando a violência contra a mulher.
Nos Estados Unidos um dia após a posse de Trump houve a marcha de mulheres que foi a maior
manifestação da história dos Estados Unidos. Outros 60 países também tiveram protestos de
mulheres contra o Trump. Em meio a este cenário de luta, diversas ativistas
norte-americanas, como Angela Davis e Nancy Fraser, fizeram uma convocação para uma greve
geral no dia 8 de março.
Por um 8 de março que seja um marco na luta das mulheres
O significado do 8 de março está em constante disputa. A mídia tenta esconder seu
histórico de luta aproximando-o a romantizações sobre o que é ser mulher. Distribuição de
flores e cosméticos tentam ocultar a mobilização das operárias russas que em 8 de março de
1917 abriram caminho para o processo da Revolução Russa na luta contra as mazelas do
capitalismo.
No ano do centenário da revolução russa o cenário para os trabalhadores e trabalhadoras é
alarmante. Em meio a tantos ataques, desemprego, arrocho salarial, perda de direitos e
avanço da repressão, cabe a nós tornar o 8 de março de 2017 um marco na retomada da luta
das mulheres contra o capitalismo.
Contra os ataques e retrocessos: mulheres organizadas e em luta!
Fazemos um chamado a todas as mulheres lutadoras para que tomem as ruas na próxima
quarta-feira e façam com que o 8 de março erga a luta contra a reforma da previdência e
retome as mobilizações de nossas bandeiras históricas pela legalização do aborto e fim da
violência contra a mulher.
Em São Paulo convocamos as companheiras para que se somem ao ato que será realizado às 16h
no MASP em unidade com os professores estaduais: para este mesmo dia a APEOESP convocou
uma assembleia com indicativo de greve. Em um momento de intensos cortes salariais,
sucateamento, privatizações e demissões em massa é fundamental que as lutas se integrem
cada vez mais. Composta em sua maioria por mulheres, a categoria dos professores deverá
encarar um cenário muito difícil para a luta e precisará ser cercada de toda a
solidariedade de classe. Infelizmente o ato de mulheres, convocado pela CUT e outras
organizações, não se somará nesta mobilização. Referendemos o eixo decidido nas reuniões
organizativas do 8 de março em São Paulo: as palavras de ordem expressas em "Aposentadoria
fica, Temer sai! Paralisamos pela vida das mulheres" é o espírito que deve nos guiar nas
lutas do próximo período, mas defendemos que o espírito também precisa ser de unidade e
construção coletiva. Este 8 de março será só uma das batalhas que precisaremos estar
presentes e fortes. Todas à luta!
Contra a reforma da previdência!
Pela legalização do aborto!
Nenhuma a menos, basta de violência contra as mulheres!
Se nossas vidas não importam que produzam sem nós!
Toda força para o Dia Internacional de Luta das Mulheres!
http://alianca-anarquista.org/8-de-marco-dia-de-luta-das-mulheres/
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