(pt) Movimento de Organização de Base (MOB): Nota sobre o último ato contra a destruição da previdência! Repúdio às agressões e mentiras da CUT-RJ!
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Domingo, 2 de Abril de 2017 - 08:50:37 CEST
Dia 15 foi um dia muito importante para a classe trabalhadora. Diante os ataques a
previdência e a aposentadoria, um grande ato foi marcado para o centro do Rio de Janeiro.
Sabemos que diversos atos são marcados no Rio de Janeiro por forças de esquerda distintas
e com divergências políticas das mais diversas, mas entendemos que neste momento, a
tentativa de destruição da previdência é mais importante do que as divergências
estratégicas e táticas que existem dentro da esquerda. Estas, evidentemente, precisam ser
encaradas urgentemente e de modo muito franco. Já que para superarmos a atual conjuntura,
de voraz ofensiva direitista, é essencial que entendamos como chegamos aqui e qual a
relação do caminho tomado nos últimos anos com o fortalecimento dos setores reacionários.
A luta contra a destruição da previdência é interesse de toda classe trabalhadora,e não é
patrimônio de nenhum partido ou central sindical específica e, por conta disto, pode
cumprir um papel extremamente importante para a rearticulação da esquerda. A proposta de
destruição da previdência impulsionada pela direita golpista, assim como o restante do seu
programa anti-povo, abrem uma oportunidade privilegiada para a realização do debate
aberto, franco e fraterno dentro da esquerda a respeito das táticas e estratégias capazes
de nos fornecer a linha política correta para derrotar a direita golpista e o seu programa
anti-povo.
Sendo assim, diversos movimentos populares autônomos, organizações, estudantes
secundaristas, universitários, professores e demais militantes participaram do ato do dia
15 para somar forças e barrar a destruição da previdência. É bom reforçar, que ao
contrário da caracterização feita pela CUT, não havia ali, nenhum "fascista", mas
estudantes e trabalhadores organizados em sindicatos, movimentos populares territoriais,
centros acadêmicos, pré-vestibulares comunitários e entidades organizativas diversas com
real trabalho de base. Com fisionomia política própria, essas forças políticas formaram um
setor na manifestação que caminhou de maneira unitária pela avenida Presidente Vargas com
o ato, até a chegada na Central do Brasil. Ao chegar na Central, o carro de som das
centrais sindicais (especialmente da CUT) estacionou na pista lateral direita e o bloco
autônomo permaneceu parado ali. Num primeiro momento, houve um princípio de confusão com a
Guarda Municipal e alguns manifestantes, mas que logo foi estancada e o ato tranquilizou-se.
Foi aí, então, que algo surpreendente e desprezível ocorreu. Alguns indivíduos à serviço
da CUT saíram da pista onde estava estacionado o carro de som e correram até a pista onde
estava o bloco autônomo e agrediram, gratuita e covardemente, professores, midiativistas e
estudantes que gritavam palavras de ordem. A partir dessa agressão infundada, os
militantes reagiram e expulsaram os capangas para o outro lado. Ainda que a CUT-RJ, em sua
nota sobre o ato, não tenha assumido que esses agressores eram parte de seu movimento,
quando esses indivíduos que compunham o bloco da CUT, passaram para o lado em que estava o
bloco autônomo, o presidente da CUT pediu para que estes voltassem para o carro de som.
Portanto, são inverídicas as informações que a CUT não tinha controle sobre esses
agressores, pois assim que ordenou, esses "cães de guarda" retornaram ao seu canil.
Parte do bloco da CUT com soco inglês e bonés da central sindical fazendo apologia ao
assassinato de black blocs.
Também nos estranha, a nota da CUT-RJ afirmar que distribuiu bonés da CUT para todos que
pediram e que por isso não tem responsabilidade sobre ações de qualquer manifestante que
utilizasse seus bonés e estava no seu bloco. O estranhamento cheira a deslavada mentira,
quando os próprios agressores (todos vestindo bonés da CUT e com latas de cerveja na mão)
utilizaram a rede social do facebook antes do início do ato para dizer que estavam ali
trabalhando de segurança e,com grave incitação a violência, afirmaram em letras garrafais
que "Os Black Blocs vão morrer". Nas fotos (reiteramos, todos com bonés da CUT) também
pode-se ver a presença de um soco inglês e comportamento semelhante ao de parte das
torcidas organizadas. À partir da agressão de indivíduos do bloco da CUT-RJ se iniciou uma
repressão da Guarda Municipal aos manifestantes que causou a crescente dispersão do ato.
Ao contrário da nota da CUT-RJ, que chama o bloco autônomo agredido de fascistas, não
consideramos - apesar desse ato desprezível e covarde - a CUT-RJ uma organização fascista.
Ainda que seja uma organização reformista, pelega e burocratizada e que frequentemente
traia a luta dos trabalhadores por acordos eleitorais, sabemos que é uma organização
composta de trabalhadores, mas dirigida por burocratas à partir de uma política de
conciliação de classes. Sabemos, igualmente, que a luta contra a destruição da previdência
só será vencida se houver uma resistência real, com manifestações que não sejam apenas
numericamente expressivas, mas que atemorizem os detentores do capital e os políticos.
Isso a CUT ainda não está disposta a fazer e pelo contrário, cumpriu um papel deprimente
no ato do dia 15 ao reprimir a legítima revolta popular contra a absurda proposta de
destruição da previdência; MENTE sobre o que ocorreu no último ato e não faz nenhuma
auto-crítica sobre o espancamento covarde comandado pela sua direção.
Agressores comemorando a agressão com bonés da CUT.
Post de um dos agressores afirmando que foi para o ato como segurança.
Não temos fetiche pelo enfrentamento como espetáculo político e tampouco acreditamos que o
pacifismo seja um caminho efetivo. Criticamos qualquer ato espontaneísta como algo
insuficiente para realizar a vitória de classe, mas saudamos a rebeldia popular como algo
que não se pode capturar e que faz parte da luta real. A luta é de todas e todos. Não se
pode crer que a ação da polícia será distinta se nos comportamos de modo ordeiro e
pacífico. Diversas manifestações ao longo dos últimos anos foram massacradas pela polícia
sem qualquer motivo explícito. A polícia não precisa de motivos para reprimir
manifestantes, sua própria existência já justifica esse tipo de prática. O que nos causa
mais estranhamento e horror é saber que a agressão sofrida por parte dos manifestantes
tenha partido daqueles que se dizem, integrantes e defensores da classe trabalhadora.
Não aceitaremos nenhum ato de covardia daqueles que se dizem representantes da classe
trabalhadora, mas agem como cães de guarda e policiais infiltrados. Que esse ato
desprezível não se repita. O povo organizado não será reprimido nem por policiais nem por
capangas sindicais degenerados.
Movimento de Organização de Base - RJ (MOB-RJ)
https://organizacaodebase.wordpress.com/2017/03/29/nota-sobre-o-ultimo-ato-contra-a-destruicao-da-previdencia-repudio-as-agressoes-e-mentiras-da-cut-rj/
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