(pt) [EUA] Ninguém Virá nos Salvar: Uma Resposta Anarquista à Eleição de Donald Trump By A.N.A.
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Sexta-Feira, 18 de Novembro de 2016 - 09:06:30 CET
Aliança Anarquista Primeiro de Maio - Fist of May Anarchist Alliance ---- Novembro de 2016
---- A surpreendente vitória de Donald Trump na última terça-feira apresentou rapidamente
as pessoas neste país (e em todo o mundo) uma paisagem política muito diferente do que
esperávamos. Estamos vendo um aumento nos ataques de direita ao mesmo tempo em que a
extrema-direita está insuflada pela vitória eleitoral, de forma muito parecida com o que
aconteceu no começo do ano após o sucesso do referendo do Brexit no Reino Unido. A
incompetência e rendição do Partido Democrata forçou muitos de seus antigos partidários a
reconhecer que a luta contra a extrema-direita não pode ser vencida mediante a política
lib eral eleitoral. Esta nova realidade força antiautoritários de todos os tipos a
enfrentar o desafio de construir movimentos fortes para a autodefesa da classe
trabalhadora nessa nova atmosfera.
Muitos escritos nas próximas semanas serão dedicados a resolver, desde a perspectiva
Democrata, "o que deu errado". Muitos autores já argumentaram que o sucesso de Trump é
unicamente o resultado do nacionalismo branco e da misoginia. Parte do apelo de Trump é
que suas ideias são uma resposta racista à existência atual de um presidente negro. A
adesão aberta de Trump à supremacia branca e ao patriarcado foram cruciais para sua
vitória, mas não acreditamos que isso possa explicar toda a história. Não pode, por
exemplo, explicar por que Trump recebeu mais votos de latinos, mulheres e negros do que
outros Republican os recentes.
Outra narrativa afirma que tanto no cinturão industrial, como na Europa, os efeitos
devastadores de décadas de austeridade, acordos comerciais neoliberais e uma orientação
direcionada a corporações multinacionais foram desafiados. Este desafio nos EUA e em
outros lugares veio na forma de nacionalismo xenófobo. Há uma quantidade significativa de
verdade em tudo isso também, mas não se pode explicar o sucesso de Trump sem reconhecer o
sério apelo que o nacionalismo branco e a misoginia aberta ganharam nesta eleição.
Talvez o aspecto mais revelador deste momento é que, após passarem meses descrevendo Trump
como uma grave ameaça às vidas das mulheres, pessoas de cor, pessoas queer e trans e aos
deficientes, o Partido Democrático inteiro imediatamente capitulou diante dele. Deixaram
claro o que sempre sustentaram: que preservar seu sistema quebrado é muito mais importante
que nossas vidas. Muitos em sua base estão pela primeira vez vendo as verdadeiras cores de
seu partido e estão procurando organizações radicais com o interesse de carregar a luta
que os Democratas tão rapidamente abandonaram. Já estamos vendo ataques a muçulmanos,
imigrantes, pessoas de todas as cores além de pessoas brancas, queer e trans. Isto nã;o é
abstrato, já está acontecendo. Devemos esperar mais deste tipo de coisa e precisamos fazer
da organização para o combate uma alta prioridade.
Para os antiautoritários, isto representa um desafio fundamental que precisamos enfrentar.
Muitos na esquerda continuarão a advogar pelos candidatos independentes, terceiros
partidos ou Democratas "progressistas" como Bernie Sanders. Em resposta, precisamos não só
articular que isto é uma estratégia sem saída, mas oferecer alternativas sérias para as
pessoas engajarem-se e compreenderem o que queremos dizer com nosso lema de Autodefesa
Comunitária.
Através dos EUA, de cidades à áreas rurais, é imperativo que anarquistas e
antiautoritários empenhem-se em construir organizações para lutar contra a insuflada
extrema-direita, para defender por meio de ações militantes as necessidades das
comunidades da classe trabalhadora e para combater a repressão estatal. Precisamos
encorajar ampla participação daqueles que estão agora procurando uma alternativa à
estratégia falida que nos trouxe a este momento. Ao prosseguir, precisamos assegurar a
resistência contra a pressão de organizações sem fins lucrativos e eleitoralismo, que
certamente bloquearão as atividades radicais uma vez que o Partido Democrata se recuperar.
Trump é um oportunista que entendeu a frustração de pessoas brancas com dificuldades e se
aproveitou desta raiva. Ele não é no momento um fascista, mas tem tendências fascistas que
encorajam fascistas e autoritários de muitos tipos. Chamá-lo de um deles limita nosso
entendimento de fascismo, que precisamos desenvolver para melhor combatê-lo.
Estamos encorajados com o fato que tantas pessoas tomaram as ruas através do país.
Esperamos que mais façam o mesmo. Os ataques de Trump na forma de política e os ataques
físicos e intimidações de seus apoiadores precisam ser combatidos desde o primeiro dia.
Nossa organização precisa ser efetiva. O sentimento de desespero que muitos estão sentindo
é baseado na realidade de uma extrema-direita ascendente. Agora, encontram pouca
resistência. O senso de urgência que muitos de nós sentimos é um reconhecimento da
necessidade de construir esta resistência. Está na hora de assumirmos esta tarefa, de
encontrar novos companheiros dispostos a lutar e lutar. Ninguém virá nos salvar - não
podemos usar este sistema eleitoral para lutar contra a extrema-direita de forma efetiva.
Está na hora de parar de esperar e começar a defendermos uns aos outros nas ruas!
O Que Precisa Ser Feito:
1. Não à "cura" Nacional, trabalhar com ou permitir um período de graça ao Regime Trump.
2. Tomar as ruas - construir uma resistência militante.
3. Construir organizações de defesa da classe trabalhadora que resista a ataques racistas,
agressões sexuais, ataques da segurança interna contra imigrantes e deportações,
brutalidade policial e repressão estatal.
4. Agitar e organizar ações de trabalhadores - incluindo uma greve geral contra Trump.
5. Não confinar a luta de novo no Partido Democrata, no eleitoralismo e no Complexo
Industrial e Sem-Fins-Lucrativos (ONG's).
Fonte: http://m1aa.org/?p=1268
Tradução > PF
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