(pt) [Rio de Janeiro] A luta contra a PEC-241 e os movimentos de base by Movimento de Organização de Base (MOB)
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Sábado, 12 de Novembro de 2016 - 10:45:40 CET
Diante a conjuntura de crescente ataque aos direitos dos trabalhadores, o governo Temer
(PMDB) enviou ao congresso a Proposta de Emenda a Constituição (PEC) 241, que vai na
prática, congelar os recursos para a educação e a saúde por 20 anos. Sob a desculpa de
“PEC de teto de gastos”, a PEC na verdade, precariza ainda mais os direitos sociais das/os
de baixo, enquanto para os altos setores do judiciário e do legislativo, o governo Temer
concede grandes aumentos de renda. Não há nenhuma alteração no limite dos gastos com a
dívida pública, que sangra, quase metade do orçamento brasileiro, dando dinheiro para
banqueiros, grandes acionistas e outros membros do cassino da especulação financeira.
Enquanto pagam com juros os agiotas do sistema financeiro, o governo propõe limitar os
investimentos em saúde e educação apenas à correção da inflação. Cabe reafirmar, que
diversos cortes na educação, aconteceram no próprio governo petista (PT-PMDB), que seguiu
grande parte da cartilha do adversário derrotado (PSDB) mas que agora, são aprofundados e
radicalizados pelo governo PMDB-PSDB.
A PEC-241 também prevê que se o limite de gastos for desrespeitado pelo poder público, o
salário mínimo não poderá ser ajustado. Enquanto isso, o judiciário, teve seu salário
reajustado em 41,4% e 12% para o Ministério Público da União. Em nível estadual, o governo
Pezão-Dornelles (PMDB) também promoveu um pacote de “maldades”. Além das milionárias
isenções dadas a empresas capitalistas, encaminhou o desconto de 30% do salário dos
servidores inativos (aposentados, afastados ou de licença), fim dos programas sociais,
como aluguel social, aumento do Bilhete Único e extinção de secretarias. Ou seja, a crise
estoura apenas nas/os de baixo, enquanto os/as de cima continuam com seus privilégios.
O que essas medidas como a PEC significam?
Essas medidas significam que não podemos ter nenhuma confiança nas mudanças realizadas no
andar de cima. Toda mudança deve ser fruto da luta e do acúmulo de força social dos/as de
baixo. Não é mudando o governo que iremos enfrentar os ataques a classe trabalhadora, mas
é construindo instrumentos de luta e organização, que podemos massificar a resistência
contra mais esse golpe nos direitos.
Os atos contra a PEC 241: reflexão necessária
Infelizmente, a capacidade de mobilização contra a PEC 241, ao menos no RJ, foi muito
inferior ao que precisamos para derrotar esse infame projeto. Isso é fruto de vários
fatores. Primeiro, há uma dificuldade da esquerda de modo para mobilizar os/as
trabalhadores/as de maneira massiva. Esse não é um problema de um ou outro setor da
esquerda, mas com algumas exceções, parte da crise geral que vivemos. Lembrando que a
ascensão de governos de esquerda, vem sempre, acompanhada de burocratização e
“pacificação” de movimentos que o sustentam. A burocratização dos movimentos, que fica
mais explícita, quando centrais sindicais de porte nacional, conseguem mobilizar muito
pouco (proporcionalmente ao seu tamanho).
Para piorar, parte desses movimentos (ex-governistas, petistas e próximos ao petismo)
condena qualquer ato que extrapole a moderação republicana. Essa esquerda bem-comportada
(ex-governistas e reformistas), atuou de maneira muito vergonhosa no último ato, agredindo
manifestantes independentes e inclusive pedindo a polícia para expulsar o bloco
independente. Repudiamos essa postura e vemos nela, uma tentativa de pacificar a
resistência popular. Nenhum motivo ou divergência na luta justifica a delação policial ou
agressão interna nos atos. Devemos sempre politizar a participação nas ruas e avançando na
organização coletiva. Divergências devem ser tratadas na luta. Não derrotaremos a PEC 241
e os cortes nos direitos sem uma ampla força de diversos movimentos e organizações nas
ruas e tampouco podemos vencer esse ataque com as velhas manifestações burocratizadas.
A necessidade de superar o espontaneísmo e o ativismo
Outra questão necessária é construirmos uma trabalho político firme e bem organizado. Não
adianta reclamar da burocracia e dos atos esvaziados, se durante os outros dias do ano,
grande parte da militância independente, permanece desorganizada, fragmentada ou atuando
de maneira dispersa. Acreditamos que quem deseja construir movimentos autônomos e de base
devem doar sua vida a um projeto de transformação radical da sociedade. Devemos dar o
exemplo da sociedade que queremos construir!
Um ato é sempre o resultado de um trabalho político e de base feito nos anos anteriores.
Se isso não é feito, continuamos com poucas possibilidades de disputar as ruas. Nesse
sentido, saudamos as ocupações de escolas, universidades e a resistência popular nas ruas
contra os ataques! É com ação direta, ocupações e luta nas bases e nas ruas que podemos
derrotar esses cortes.
Contra a PEC do apocalipse, Ocupa tudo!
Quando xs de baixo se mexem, os de cima caem!
MOB-RJ
https://organizacaodebase.wordpress.com/2016/11/10/rio-de-janeiro-a-luta-contra-a-pec-241-e-os-movimentos-de-base/
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