(pt) Portugal, Em Lisboa, concentração junto ao Consulado Geral da Espanha em repúdio pelo julgamento fantoche dos anarquistas Mónica Caballero e Francisco Solar
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Sexta-Feira, 25 de Março de 2016 - 17:26:12 CET
Repudiamos o julgamento fantoche dos anarquistas Mónica Caballero e Francisco Solar que se
encontram há mais de dois anos reféns do Estado espanhol. ---- Nos dias 8, 9 e 10 de Março
de 2016, em Madrid, na Audiência Nacional, realizou-se o julgamento contra xs anarquistas
Mónica Caballero e Francisco Solar. Julgamento farsa, por dois motivos: porque o que
perseguem é a própria liberdade, nem são culpadxs nem inocentes. Além disso, as “provas”
que apresentam em tribunal não são nenhumas, xs próprixs negam a autoria dos fatos de que
xs acusam. O que pretendem com este julgamento – espetáculo é precisamente impor o
terrorismo de Estado. ---- Mónica e Francisco encontravam-se há mais de dois anos em
prisão preventiva, à espera de julgamento. Agora regressaram à prisão de Villabona,
Astúrias, à espera da sentença (passado um mês).
A acusação contra elxs são três destruições, conspiração e pertença a organização criminal
com fins terroristas, pelos quais a acusação pede uma condenação de 44 anos para cada um.
A sua detenção foi a primeira de uma série de operativos antiterroristas na Catalunha,
Madrid e Valência – operativos conhecidos com os nomes de Pandora e Piñata o que
corresponde a mais de 40 pessoas acusadas de fazer parte desta organização “terrorista”.
Desde Novembro de 2013, antes mesmo da detenção de Mónica e Francisco – num período de
tensão crescente e de contestações sociais nas ruas – que se podia observar como a
repressão contra aquelxs que lutam contra a opressão, anarquistas incluídxs, estava a
aumentar. Neste contexto também se fizeram numerosas alterações legais para incrementar a
repressão, tal foi o caso da lei da segurança cidadã, a reforma do código penal e a
assinatura de um novo pacto antiterrorista.
Para além disto, também fomos testemunha de como estas alterações se traduziram em
constantes detenções, julgamentos e condenações – não só das pessoas que lutam, também das
pessoas que ousam mostrar o seu descontentamento; outros processos judiciais são por
coisas tão ridículas tais como meros comentários nas redes sociais ou letras de canções
inclusive – corroborando isto, para se ver até onde chega a mentira, veja-se o caso duns
artistas com marionetes “tiriteros” que acabaram na prisão por “enaltecimento do
terrorismo” quando na realidade, na sua obra, criticavam a repressão aos/às anarquistas.
O julgamento de Mónica e Francisco não é o julgamento final, trata-se antes de um início
que pode constituir um precedente a repercutir-se nas atuais lutas assim como nas futuras.
Criando assim uma organização fictícia onde todxs têm cabimento. O que parece uma burla,
no sentido comum, deixa de o ser quando cada vez mais gente enche as prisões do Estado
espanhol.
A acusação de terrorismo, ou na sua ausência a de “enaltecimento”, serve como uma espécie
de varinha mágica, através da qual o Estado procura fazer desaparecer as diversas formas
de oposição à sua omnipresença e repressão.
Fazemos um apelo à solidariedade com Mónica e Francisco, dando visibilidade à sua situação
e fazendo sentir a Mónica e Francisco que não estão sós perante este aparelho que lhes
quer roubar a liberdade e a vida.
Mónica e Francisco em liberdade, já!
Anti-autoritárixs em solidariedade com Mónica e Francisco
Concentração em frente ao Consulado Geral da Espanha
Quando: Quinta-feira, 24 de março; Horário: 17h30; Local: R. Salitre, 3, Lisboa.
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