(pt) anarkismo.net: As gravações de Lula e Dilma e cia - comentários 1 by BrunoL
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Domingo, 20 de Março de 2016 - 17:51:08 CET
Antes de lerem estas palavras, peço aos amig s daqui que lembrem que quem escreve está à
esquerda do governo, é critico do mesmo e jamais militou em partido eleitoral e menos
assumiu cargo de confiança ou em comissão. Ou seja, não busquem ver governismo onde não
há. Como trata-se de disputa de facções e projetos políticos e, estritamente, não estou
vinculado a nenhum destes, fico bem à vontade para tecer os comentários. ---- O teor
destas conversas está no mesmo patamar ou ainda menor que os grampos realizados durante o
Leilão do Sistema Telebrás com Luiz Barros e Fernando Henrique Cardoso. ---- O teor destas
conversas está no mesmo patamar ou ainda menor que os grampos realizados durante o Leilão
do Sistema Telebrás com Luiz Barros e Fernando Henrique Cardoso.
Após ouvir as gravações divulgadas entre Lula e aliados, incluindo a conversa com a
presidente Dilma, me veio na memória um episodio semelhante durante a década de '90. Não
quero parecer Poliana, mas entendo que o teor das conversas está no mesmo patamar ou ainda
menor do que os grampos realizados durante o Leilão do Sistema Telebrás, onde foram
capturadas conversas pouco republicanas entre Luiz Carlos Mendonça de Barros - então
ministro das Comunicações - e o presidente Fernando Henrique Cardoso. O processo
decorrente terminou nulo. Em 2009, Mendonção foi absolvido pela Justiça Federal das
denúncias de improbidade administrativa. As conversas entre Lula, Jacques Wagner, a de
Luiz Inácio com o presidente da CUT nacional, Vagner Freitas e os curtos diálogos com a
própria Dilma, me pareceram do mesmo teor.
Pode parecer pouco republicano, mas, de fato, é algo corriqueiro em um ambiente como o
nosso. Lula fora nomeado para a Casa Civil tanto para salvar a sua carreira política como
para jogar na forma mais arriscada possível, tentando manter o partido de governo - no
mínimo - até o final do mandato e agora, quem sabe, tentando concorrer em 2018.
Estamos diante de um conjunto de medidas de tipo estrutura policial e jurídica com
autonomia relativa, quase agindo por conta própria e, tecnicamente, tentando ficar dentro
da lei. A conversa entre Dilma e Lula é proporcional aos ataques recebidos. Pode ser pouco
republicana, mas é algo presumível e previsível. O que a todos surpreendeu foi a
divulgação das gravações de Lula - todas autorizadas pela Justiça - e pelo visto, dentro
de uma interpretação bem flexível da lei como da ética na política republicana.O juiz
Sérgio Moro virou o fio, a Globo também, assim como a nova-velha direita ideológica.
Definitivamente, em escala midiática e sem participação das forças armadas ou algum poder
moderador-interventor de tipo militar, o momento lembra o de 1954 em todos os aspectos. Se
Lula recuar, acabou sua carreira política e o governo federal. Se ficar no cargo no limite
da legalidade, o governo pode sobreviver e até renascer do limbo em 2018. Pode tanto sair
preso, como pode terminar tudo em um processo de impeachment, como também - em proporção
menor - terminar sendo eleito ou indicando quem irá suceder Dilma em 2018. O cenário esta
totalmente aberto, e o projeto do pacto de classes e aliança capital-trabalho,
definitivamente, foi para a tumba.
Como sempre, repito: não foi por falta de aviso.
Bruno Lima Rocha é professor de ciência política e de relações internacionais.
site: www.estrategiaeanalise.com.br
email: strategicanalysis riseup.net
facebook: blimarocha gmail.com
http://www.anarkismo.net/article/29171
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