(pt) colectivo libertario evora: GUIA DE 10 PONTOS PARA A RESISTÊNCIA PÓS BREXIT À VITÓRIA DA DIREITA RACISTA NO REFERENDO PARA A SAÍDA DA UNIÃO EUROPEIA
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Terça-Feira, 28 de Junho de 2016 - 11:02:55 CEST
1.O voto no Brexit (Saída) para o Reino Unido deixar a União Europeia demonstra que, mesmo
quando é fraca, a democracia parlamentar é incompatível com a crescente desigualdade
neoliberal. No Reino Unido, como em outros locais, uma pequena minoria da população tem
ficado, nas últimas décadas, com uma parte cada vez maior da riqueza total. Sobretudo,
devido à austeridade, quase todos têm visto o seu quinhão da riqueza que produzem a
diminuir drasticamente. ---- 2. A campanha pelo Remain (Manutenção) foi liderada pela
classe política do establishment neoliberal e apoiada por corporações neoliberais tais
como a Ryanair. Mas, porque a raiva contra a crescente desigualdade foi desviada com
sucesso, transformando em bodes expiatórios pessoas já marginalizadas, em particular os
migrantes, a campanha para a saída foi igualmente liderada por fanáticos elitistas ricos
cuja variante do neoliberalismo olha mais para as ex-colónias e para os EUA, do que para a
Europa.
3. Os mercados estão agora a punir o eleitorado com a fuga de capitais. Mas a natureza
colonialista e racista da campanha pela saída significa que em vez do capitalismo ser
responsabilizado voltarão a ser os migrantes os bodes expiatórios. O impacto da permanente
desigualdade – sobre os trabalhadores brancos – será atribuído ao facto dos ataques a
migrantes não serem tão cruéis e implacáveis como «era necessário».
4. A alternativa pela qual devemos lutar não é fazer mais um referendo, mas a abolição de
uma ordem mundial construída sobre a desigualdade e a ditadura do mercado.
5. No futuro imediato, a defesa dos migrantes, incluindo aqueles que ainda estão para
chegar, é fundamental para nos opormos à viragem à direita pós-Brexit.
6. Se a esquerda oscilar na direcção de uma simples atitude economicista pós-Brexit então
a natureza colonialista e racista desta votação será solidificada. Devemos discutir sobre
os motivos que levam a uma cada vez mais dificil solidariedade de classe a nível mundial e
não sobre o caminho traiçoeiro dos interesses estritos dos trabalhadores brancos que só
pode servir o nacionalismo reaccionário inglês, baseado no racismo e no colonialismo.
7. As repercussões do voto na saída não se limitarão apenas às fronteiras do Reino Unido,
mas será um impulso enorme para os movimentos colonialistas e racistas em toda a UE. Os
líderes desses movimentos, como Marine Le Pen, já se regozijaram com o voto pela saída.
8. É vital compreender que esta situação não pode ser combatida com chavões liberais,
porque é uma consequência da crescente desigualdade criada pelo liberalismo económico. A
médio prazo, teremos que escolher ou uma transformação para uma democracia directa radical
que crie igualdade económica ou um regresso às políticas autoritárias de controlo,
necessárias para impor profundas divisões na riqueza.
9. As coisas parecem sombrias, mas elas já eram sombrias quando sabíamos que tínhamos que
enfrentar as alterações climáticas ou a automatização sob o capitalismo. A ascensão do
racismo de extrema-direita e colonialista não é um fenómeno natural, mas uma consequência
de um sistema em que a crise é um produto fundamental do seu próprio funcionamento.
10. É preciso retirar o mundo da supremacia da elite branca patriarcal e capitalista que
domina o planeta e que dominou ambos os lados do referendo da UE. A transformação de que
precisamos, se não quisermos enfrentar uma escalada da pobreza, guerra e destruição
climáticas, é uma transformação total que elimine o estado e o capitalismo para criar o
comunismo libertário.
Workers Solidarity Movement (Irlanda)
https://colectivolibertarioevora.wordpress.com/2016/06/24/guia-de-10-pontos-para-a-resistencia-pos-brexit-a-vitoria-da-direita-racista-no-referendo-para-a-saida-da-uniao-europeia/
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