(pt) Grécia, "Quando as coisas não vão muito bem para o Estado" (ca, en, gr)
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Quinta-Feira, 3 de Setembro de 2015 - 12:27:56 CEST
O texto abaixo foi escrito por dois anarquistas que foram detidos na marcha ao bosque de
Skuriés, Calcídica, em 23 de agosto de 2015. ---- Ao mesmo tempo em que vão saqueando cada
vez mais zonas da Terra em nome do lucro dos de cima na sociedade, vão surgindo cada vez
mais lutas desde baixo, reagindo a esses planos destrutivos. ---- Há vários anos que a
luta contra as minas de ouro em Skuriés, Calcídica, é caracterizada pela experimentação de
novas técnicas de controle e repressão, como as tomadas maciças de DNA, por vezes, pela
força, a proibição de se aproximar de qualquer local de trabalho da empresa de mineração
Ouro Grego (Elinikós Jrisós) a uma distância de menos de quatro quilômetros, ou a invasão
das forças especiais da Polícia Grega em Ierissós na primavera de 2013. ---- Em 23 de
agosto, foi realizada uma manifestação na zona de Skuriés, no noroeste de Calcídica, com a
participação massiva de muitas pessoas. Durante a marcha reiteradas vezes tratou-se de se
aproximar da área das obras, que estava protegida por centenas de policiais. Depois de
terminada a marcha, o último ônibus que tinha acabado de sair para voltar ao acampamento
de Ierissós foi detido pela Polícia, que confirmou mais uma vez o seu papel, derrubando um
manifestante ao chão e quebrando sua perna com golpes de cassetetes. Em seguida, o ônibus
com 78 passageiros foi levado para a delegacia de Políguiros onde as retenções preventivas
se converteram em prisões sob a acusação de motim (que mais tarde se tornaram alteração da
ordem pública), e depois de tirar fotografias e impressões digitais, começou o processo de
libertação dos 74 detidos. Dos quatro restantes dois nos recusamos a fornecer impressões
digitais, e os outros dois se recusaram a dar às autoridades todos os seus dados, por
isso, ficamos detidos aguardando julgamento no dia seguinte.
Em 23 de agosto, dia de resistência nas montanhas de Skuriés, é um dos dias e os momentos
da luta que realmente sabotam os planos das multinacionais e dos poderosos que enchem seus
bolsos destruindo a terra. Estes planos são tão vitais para o capitalismo que se alguém se
atreve a resistir desde baixo é punido duramente e de forma vingativa.
Da mesma maneira dura e vingativa o Estado pune aqueles que se opõem à sociedade de
controle, recusando-se, por exemplo, a dar a Polícia suas impressões digitais e seu
material genético. Neste contexto, portanto, está associada à decisão de hoje, 24 de
agosto, quando o tribunal condenou a dois de nós a 17 meses de prisão com suspensão e 18
meses de prisão sem suspensão a duas companheiras. A esta sentença posteriormente será
incluída a deportação administrativa executada pela Polícia.
Decidimos não dar nossas impressões digitais porque nos recusamos a ser fichados pelo
Sistema, e porque não vamos nos submeter a nenhum processo de controle. Lutamos contra
este Sistema que expulsa tanto aqueles que são um obstáculo para a realização de seus
objetivos, como aos que não jogam com as regras do Capital.
A solidariedade com aqueles que lutam, com os presos, com os que estão sofrendo nas
fronteiras dos países ou em qualquer outro lugar a espera de uma deportação. Os momentos
de resistência e rebelião devem ser multiplicados e agudizados em todos os lugares.
A paixão pela liberdade é mais forte que todas as celas.
http://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2015/09/01/grecia-quando-as-coisas-nao-vao-muito-bem-para-o-estado/
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