(pt) Brazil, Coletivo Aanarquista Luta de Classe [CALC] - FARPA, O MACHISMO E A ESQUERDA - UM DEBATE NECESSÁRIO -- CAB, PUBLICAÇÕES
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Segunda-Feira, 30 de Novembro de 2015 - 17:26:45 CET
A violência de gênero está imbricada no conjunto de uma violência estrutural e sistemática
que socialmente divide e fragmenta a humanidade em desiguais. Se é verdade que a violência
de gênero não é uma questão que se resolve nos marcos de um sistema desigual de riqueza e
poder, tampouco o seu combate é algo "pra depois". Foi pra ontem, é pra hoje e será pra
amanhã e até enquanto as relações de gênero signifiquem relações patriarcais e de
opressão. ---- A violência que cotidianamente ceifa a vida de mulheres dos grandes centros
urbanos aos pequenos povoados rurais, que aparece sob suas variadas faces, das mais
visíveis as mais "sutis", deve encontrar a viva resistência contra todas as políticas que
ataquem direitos conquistados e firme combate ideológico aos valores e práticas machistas
em nosso cotidiano.
O machismo que oprime e mata nos lares e nas ruas, está também no interior da militância
de esquerda. Julgar-se dominar historicamente os grandes eventos revolucionários, as
teorias e os conceitos das tradições socialistas, não coloca ninguém em um pedestal como
ser distinto de uma sociedade opressiva e machista. Por outro lado, reconhecer isso, não
pode significar naturalizar o machismo ("se a sociedade é machista, eu também sou") e,
como consequência prática, passar a considerar a luta feminista como uma luta de menor
importância. Reivindicar o posto na luta de classes deve também significar a produção de
novas práticas, a realização da autocrítica e o combate a violência de gênero, em suas
distintas faces e "sutilezas", não só de "fora" das organizações políticas e movimentos
sociais, mas também em seu interior, nas relações pessoais-políticas e na forma em que se
estruturam as organizações e movimentos.
Que a esquerda siga a denunciar e a combater o machismo. Mas não somente o do "outro", o
da "sociedade", mas sim também aquele que silencia companheiras e reproduz "papéis"
tradicionais de gênero no interior das organizações e movimentos, tal como nas relações
dos militantes com suas mães, colegas de trabalho, companheiras etc.. Nos olharmos no
espelho é necessário. A tarefa é urgente.
Federação Anarquista dos Palmares - FARPA
Alagoas, 25 de novembro de 2015
Retirado de:
https://www.facebook.com/cazpalmares/photos/a.280261412156749.1073741828.280250265491197/482341138615441/?type=3&theater
http://anarquismopr.org/2015/11/27/farpa-o-machismo-e-a-esquerda-um-debate-necessario/
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