(pt) Brazil, Coletivo Quebrando Muros - Protestar não é crime – Criminoso é o Estado!
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Sexta-Feira, 8 de Maio de 2015 - 09:21:44 CEST
Depois da maior repressão ao funcionalismo público da história do Paraná, a Secretaria de
Estado da Segurança Pública (SESP) quer encontrar um bode expiatório para “justificar” o
massacre ao movimento de luta que resiste ao desmonte da educação e da previdência dos
servidores públicos do Paraná. No dia 29 de abril de 2015, no Centro Cívico de Curitiba, a
polícia atacou e feriu centenas de trabalhadores, trabalhadoras e estudantes. Mas o Estado
quer culpar alguém por ter começado o dito “confronto”. ---- Quem tentou impedir a votação
desse projeto de lei absurdo, que acaba com a previdência dos funcionários públicos, foi o
movimento de luta composto por professores, professoras, agentes penitenciários,
funcionários da saúde e educação e estudantes. Não foram grupos ‘radicais’ que
protagonizaram a luta direta contra os ataques do governo – como Francischini afirmou em
coletiva de imprensa, foram os próprios trabalhadores, trabalhadoras e estudantes,
afetados diretamente por tais ataques.
No mês de fevereiro quem impediu que o ‘pacotaço de maldades’ fosse votado a toque de
caixa pela Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (ALEP) foi a ação direta dos
trabalhadores e estudantes que, por meio da ocupação daquela casa, levou à retirada do
projeto. Desta vez foram, novamente, os próprios trabalhadores e estudantes que resistiram
até o fim contra o PL da Previdência.
Agora, querem acusar os ‘black blocs’, o movimento Antifascista e o Coletivo Quebrando
Muros de serem grupos criminosos, mas os verdadeiros responsáveis por esse massacre são
Beto Richa, Fernando Francischini e todo braço do Estado (PM, CHOQUE, BOPE, cachorros
treinados, atiradores de elite, cavalaria, helicóptero) que nos atacaram com jatos d’água,
spray de pimenta, cassetetes, balas de borracha, chutes, socos, bombas de gás lacrimogênio
vindas de todos os lados, inclusive do helicóptero, não preservando sequer as crianças da
creche que fica ali perto.
Quem começou o ataque foi o próprio Governador Beto Richa quando, por meio da PL 252/2015,
atacou o direito à previdência dos servidores do Paraná, e os deputados que votaram
favoráveis a esse projeto de lei. O governador se utilizou do maior contingente policial
da história do Paraná para reprimir o movimento social.
Foram milhares de pessoas indefesas contra uma artilharia de guerra. Apenas um lado dessa
‘guerra’ tinha armas, o que houve não foi um confronto mas sim um massacre. Centenas de
pessoas desmaiaram, ficaram feridas, perderam parte da audição, parte da visão e estão de
cama até agora. Além dos milhares de trabalhadores e trabalhadoras que vão ter sua
previdência destruída.
Entendemos que não foi por acaso que escolheram justo os libertários e anarquistas para
serem bodes expiatórios. Há muito tempo na história da humanidade o anarquismo é
erroneamente confundido como sinônimo de baderna e desordem. Entretanto, os libertários
compõem um setor dos trabalhadores oprimidos que se organiza para combater toda forma de
dominação e exploração. O governador Beto Richa e o seu secretário de segurança Fernando
Francischini querem se aproveitar do erro banal do senso comum para colocar na cabeça do
povo que a culpa do massacre não é deles, mas nossa! Eles querem usar desse jogo para
tirar de foco o massacre do dia 29 de abril!
Hoje, mais de 90% da população paranaense apoia a luta dos professores e a popularidade do
governo está em baixa. O governador não vai enganar o povo dizendo que usou de toda aquela
força para reprimir ‘black blocs’. O povo sabe por meio da mídia alternativa e dos
diversos vídeos que deixam claro que criminalizar “grupos radicais” não passa de mentiras
e enganação.
Não nos deixaremos abater! Buscamos derrubar os muros que isolam e alienam todos e todas
nós da realidade que nos cerca. Nós, do Coletivo Quebrando Muros, somos um coletivo
libertário que atua no movimento estudantil de diversas faculdades e universidades
paranaenses; somos professores estaduais do Paraná atuantes no movimento sindical;
construímos um movimento comunitário por moradia digna para todas e todos e fazemos
diversos trabalhos sociais como hortas agroecológicas, alfabetização de adultos, cursinhos
pré-vestibulares e cirandas de educação infantil.
Somos estudantes e trabalhadores que lutam por movimentos construídos horizontalmente, com
protagonismo do povo e sem líderes ou patrões. Estamos em defesa da educação, da saúde e
do transporte públicos, estamos e vamos continuar na luta contra todas as formas de
dominação e opressão que sofremos; nós, trabalhadores, estudantes, mulheres, homossexuais,
negros, pobres da periferia.
Nenhum passo atrás!
Nenhum direito a menos!
Não à criminalização dos movimentos sociais!
https://quebrandomuros.wordpress.com/2015/05/05/protestar-nao-e-crime-criminoso-e-o-estado/
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