(pt) Brazil, União Popular Anarquista (UNIPA) - Causa do Povo nº 72: Lutar contra a terceirização é organizar a revolta dos terceirizados!
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Terça-Feira, 7 de Julho de 2015 - 12:52:04 CEST
Terceirizadas da limpeza e conservação da UERJ paralisam pelo pagamento de salários
atrasados (29/jan/15) ---- A terceirização é um pilar da acumulação capitalista em nosso
país. Por trás dos lucros, está a realidade de milhões de trabalhadores em condições
precárias de vida. Como os sindicatos vem cumprindo um papel negligente, é preciso um novo
programa de luta e organização. A luta dos terceirizados é a luta de toda a classe. ----
Na última década a terceirização se tornou um dos principais pilares da acumulação
capitalista no Brasil. Empresários e políticos se juntam para defender as maravilhas
feitas pelas empresas terceirizadas: maiores lucros, eficiência e, acima de tudo, sem
greves. Essa é a visão da classe dominante. A atual pressão pela regulamentação (via PL
4330, agora PLC 30 no Senado) faz parte dessa base social reacionária criada pelos
governos petistas.
Porem, por trás dos lucros de uma minoria está a realidade de milhões de trabalhadores em
condições precárias, comendo comida estragada, com salários e direitos atrasados
(vale-transporte, 13º, férias), assédio moral e sexual, demissões de grávidas,
perseguições a grevistas, dentre outras situações de sofrimento e opressão.
Além disso, ainda presenciamos o papel nefasto cumprido pela burocracia sindical (CUT,
CTB, Conlutas, Intersindical), fechando os olhos para tudo isso, quando não participam
diretamente dos mecanismos de opressão. Por exemplo, no último Congresso do ANDES
(fevereiro/2015) propostas de apoio a organização dos terceirizados simplesmente não foram
aprovadas, apenas as genéricas palavras de ordem "contra a terceirização".
Por um novo programa de luta e organização
A questão da organização e luta dos terceirizados é central para a reorganização da classe
trabalhadora. Apesar das adversidades cada vez surgem mais greves e manifestações
autônomas pelos direitos dos terceirizados. Isso tem gerado a necessidade urgente de se
modificar a concepção, estratégia, tática e métodos da luta contra a exploração dos
terceirizados.
1) A luta deve ser feita de baixo para cima e não via Estado (PL's alternativos, disputas
parlamentares ou pedidos de vetos para a Dilma). A ação direta dos trabalhadores, ou seja,
o desenvolvimento de suas forças coletiva através das greves e manifestações é o principal
meio de conquistas de direitos específicos e gerais. Em geral a mudança "de cima pra
baixo" leva a demissões, e isso não pode ser admitido.
2) Trabalho igual, direitos iguais: Se a terceirização é um meio mais lucrativo para o
capital, pois impede o acesso a direitos e salários dignos, deve-se lutar pela isonomia e
combater as desigualdades de poder. As lutas específicas em relação a condições de
trabalho, calotes salariais, etc. devem ser apoiadas e bem organizadas (comissões de base,
assembleias, etc.).
3) Unir o que o capital e o Estado dividiram: Os trabalhadores concursados devem abraçar
essa luta como sua! Os terceirizados devem ser considerados membros das frações de classe
(trabalhadores da educação, petroleiros, etc.).
4) Uma rede de solidariedade e apoio deve ser construída, denunciando as ações mafiosas e
repressivas das empresas, sindicatos e órgãos públicos, gerando a retaguarda necessária
para o enfrentamento e vitória das greves e lutas. Essa rede deve funcionar de maneira a
vigiar e coibir a ação patronal.
5) Espaços de debate e organização dos terceirizados: essa política deve ser defendida
dentro de cada categoria, tais como Seminários e Encontros em diversos âmbitos (local,
regional ou nacional) afim de construir políticas específicas para o combate a exploração
e opressão nos locais de trabalho.
Avante a luta de classes
Estamos certos que uma linha política classista em relação a luta dos terceirizados, que
combata a prática corporativista das burocracias sindicais, e que seja aplicada com
ousadia e firmeza pelos lutadores do povo, pode contribuir decisivamente para a
reorganização da classe trabalhadora e a luta por direitos. Não é tempo para repetir o
mais do mesmo, as palavras de ordem genéricas e as ilusões da via parlamentar. É tempo de
avançar na organização dos setores mais explorados e ir ao combate da patronal e do Estado.
https://uniaoanarquista.wordpress.com/2015/06/26/lutar-contra-a-terceirizacao-e-organizar-a-revolta-dos-terceirizados/
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