(pt) CAB, NOTAS, ORL, carta publica de comemoracao dos 7 anos da organizacao resistencia libertaria
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Sexta-Feira, 25 de Dezembro de 2015 - 08:57:11 CET
Companheiras e companheiros de caminhada nesta luta por igualdade e liberdade, ---- Nossa
Organização completou 7 anos de atividade política e pública. Aos olhos de muitos, esse é
um tempo pequeno diante da caminhada pela liberdade. Aos nossos olhos, esse tempo modesto
tem amplo significado, tanto para nossas vidas como para a experiência de luta do
anarquismo neste estado. ---- Em meados de 2007, a recente experiência de luta de
muitos/as estudantes secundaristas e universitários/as se unia a experiência organizativa
de muitos/as militantes anarquistas que há longos anos movimentava a luta libertária
nestas terras cearenses. Naquele cenário, de aliança de militâncias jovens e de uma
militância mais experiente e ideológica, prosperou a fraternidade necessária e a vontade
de fazer crescer um coletivo independente das forças políticas existentes até ali, que a
nosso ver representavam um prejuízo aos movimentos sociais, retirando-lhes potência e ação.
Foi exatamente um ano o tempo necessário para nossa constituição como corpo político. Aos
8 de dezembro de 2008, na abertura do I Encontro Libertário: Anarquismo e Movimentos
Sociais (em Fortaleza), a Organização Resistência Libertária lia seu Manifesto de Criação.
Esse processo, de um ano de discussão interna, teve uma importância decisiva em nossa
organização. Nesse tempo, dezenas de discussões políticas e muitos/as militantes se
revezaram na difícil tarefa de diálogo e construção de laços de uma unidade possível e
fazer crescer nossa militância.
A experiência da luta do anarquismo cearense, sobretudo naquela história recente, era
tributária de muita luta, mas pouquíssima organização entre os/as anarquistas. Era uma
intensa atividade política, mas entre nós nos entendíamos pouco e isso era refletido
também em nossas ações, condenando-nos a atividades pontuais e de pouco alcance. A
necessidade de uma maior organização entre os anarquistas era cada vez mais evidente. E
começávamos a entender, com muito esforço, e aliado a muitas companheiras e companheiros
anarquistas deste país, que nosso limite estava ali. Ou dávamos um passo à frente e
construíamos laços mais orgânicos e que nos impulsionariam a crescer politicamente, ou
então, como já tinha acontecido dezenas de vezes em anos anteriores, estaríamos condenados
a inanição política como coletivo ou a mera ação individualizada, que já havia se mostrado
estéril politicamente.
Aqui queremos dar um registro especial a todas e todos que construíram a ORL. Ainda que
muitos fundadores e fundadoras não estejam mais conosco organicamente, registramos a
importância de cada um de vocês. É preciso não ter dúvidas. Foi cada palavra, cada
conflito e cada calma, cada gesto, de todo/as, que fazem esse texto ser lido agora. Aqui
está a Organização Política que vocês ajudaram a construir. Aqui está, com novos rostos, e
depois de muitas sementes, a vossa plantação. Somos nós que, entendendo os motivos de cada
militante que precisou se afastar por um curto ou largo período, manifestamo-nos
diariamente na manutenção do sonho que certamente temos em conjunto. Importante também
fazer um registro dos/as apoiadores/as que, mesmo nunca tendo feito parte orgânica da do
nosso grupo, foram sem dúvidas de inteiro companheirismo desde primeira hora. A
Organização também é resultado do apoio de vocês, foram também decisivos em cada momento.
É preciso também dizer que nossa história não é triunfalista. Recusamos o típico discurso
das organizações políticas que comemoram novos ciclos apenas a cantar vitórias e ações
revolucionárias. Nossa história não é bela e nem feia. Ela foi, dentre as muitas
possibilidades de ação, construída coletivamente, a partir da força, dos medos, da
radicalidade, dos anseios… de cada um de nós que, compartilhando ações com mais um mundo
de lutadores sociais intentamos projetar novos mundos. É preciso ter coragem, sob tantos
os ângulos, para afirmar nossos acertos e principalmente nossos erros. Foram muitos destes
erros que nos fizeram amadurecer e prosseguir, dirimindo traumas e construindo um espírito
de luta coerente com nossa caminhada.
Foi no terreno da luta social, da difícil luta militante, de muito trabalho e pouco sono,
que pudemos semear nosso sonho libertário. É na peleja com muitos lutadores que nos
criamos. Na militância estudantil, indígena, comunitária, sindical… aprendemos com a
prática aquilo que já pensávamos no plano teórico. Juntos com a militância dos/das
companheiros/as do Movimento de Luta em Defesa da Moradia (MLDM) e, mais recentemente, do
Movimento Social FOME (Sobral), do Movimento Passe Livre (MPL), do Movimento de Oposição
Sindical (MOS) e na Biblioteca Social Plebeu Gabinete de Leitura, temos se construído como
militantes, aprendendo com cada um e cada uma, renovando diariamente nossas ideias de
transformação social.
No plano político, mais orgânico, é preciso reconhecer de início a forte influência que
tivemos da Federação Anarquista do Rio de Janeiro (FARJ). Foram nossos/as primeiros/as
companheiros/as de leitura e concepção de projeto revolucionário, participando diretamente
da nossa formação. Saudamos também em nome de todas as organizações irmãs, a Federação
Anarquista dos Palmares (FARPA), também irmãos e irmãs de primeira hora, desde 2008, e por
todo o esforço com que tem trabalhado em conjunto conosco pela construção do anarquismo no
Norte e Nordeste desse país. Internacionalmente, nossas relações com a Federação
Anarquista Uruguaia (FAU) não poderá jamais ser esquecida, pelas elaborações teóricas e
pela experiência de luta compartilhada nos últimos 5 anos.
É preciso afirmar também nosso imenso crescimento político com a construção da Coordenação
Anarquista Brasileira (CAB), que desde 2012 tem reunido organizações irmãs de diversas
partes deste país, tentando criar um projeto de transformação social construído pelos “de
baixo” e em sintonia com nossas princípios e práticas militantes. Que cada militante, de
cada organização irmã, sinta um forte abraço de cada um de nós. É com vocês que criamos
nosso projeto e é com vocês que nosso projeto avançará. Vocês são nossa bandeira
tremulando em cada território saqueado desse país, vocês são nossa esperança de
resistência e luta.
A Organização Resistência Libertária agradece a fraternidade de todas as
organizações-irmãs, nomeadamente: Federação Anarquista Gaúcha (FAG/RS), Rusga Libertária
(RL/MT), Federação Anarquista do Rio de Janeiro (FARJ/RJ), Federação Anarquista dos
Palmares (FARPA/AL), Coletivo Anarquista Luta de Classes (CALC/PR), Organização Anarquista
Socialista Libertário (OASL/SP), Coletivo Anarquista Bandeira Negra (CABN/SC), Federação
Anarquista Cabana (FACA/PA) e, mais recentemente, do Fórum Especifista da Bahia (FAE/BA),
da Organização Anarquista Maria Iêda (OAMI/PE) e da Organização Anarquista Zabelê
(OAZ/PI). De pé e em luta, sempre!
Fazer crescer a bandeira negra!
Vivas a Organização Resistência Libertária!
Lutar, Criar, Poder Popular!
Organização Resistência Libertária
19 de dezembro de 2015
http://anarquismopr.org/2015/12/20/orl-carta-publica-de-comemoracao-dos-7-anos-da-organizacao-resistencia-libertaria/
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