(pt) Brazil, Coletivo Quebrando Muros - [RP - Alagoas] QUILOMBOLA Nº1 - 2015 - Mobilidade Urbana: A solução vem da luta, não por decreto.
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Quarta-Feira, 8 de Abril de 2015 - 18:57:34 CEST
Pensar num projeto de mobilidade urbana para cidade tem que ser fruto dos interesses da
população usuária e dos trabalhadores de transportes urbanos. Quem usa o transporte e quem
trabalha nele tem melhores condições de identificarem os maiores problemas e podem apontar
para soluções que apontem para uma saída coletiva e que promova o bem estar da cidade como
um todo. ---- A câmara de vereadores de Maceió aprovou em dezembro de 2014 uma lei que
pretendia reduzir o tempo de espera entre as viagens de ônibus em 20 min. Algo que a
primeira vista parece um boa para a maioria da população, porém se melhor analisado vai se
ver a total ineficácia de sua aplicação. Primeiro porque não é por decreto que se mudará
situações como essa. Precisamos pensar a mobilidade dentro da cidade como algo prioritário
e que garante o funcionamento de várias outras atividades. Para isso tínhamos que pensar a
cidade para a maioria da população e não para apenas alguns poucos. Privilegiar o
transporte público e valorizar o trabalhador que trabalha nele.
Se a cidade tivesse o transporte público como prioritário e não o individual não
teríamos tantos engarrafamentos, nem tanta poluição, por exemplo. Temos que pensar as vias
públicas de outra maneira e num transporte que possa fazer o deslocamento da população com
segurança, conforto e agilidade.
Diminuir a tempo entre as viagens sem dá a condição para isso pode prejudicar e muito
a situação de desgaste e estresse vivenciada pelos rodoviários, sem atingir o objetivo
desejado. Essa categoria precisa ser mais bem valorizada, tendo tempo de descanso
respeitado para que possa transportar a população em segurança.
Precisamos de mais transportes públicos, mas com vias que permitam seu trânsito com
agilidade. A cidade tem que ser para quem mora nela e não para quem lucra com ela.
As empresas de ônibus financiam muitas campanhas de vários políticos, que tem que
prestar conta a elas depois que são eleitos. Não podemos esperar que a solução venha da
boa vontade deles. Somente a organização dos debaixo (a maioria de quem vive na cidade)
pode ter força suficiente para lutar por uma melhor política de mobilidade urbana.
O transporte dos habitantes da cidade deveria ser um bem público e não um negócio
lucrativo para aqueles que não sofrem nenhum problema de ordem econômica. Os empresários
repassam todos os seus gastos para a população com sucessivos aumentos de tarifa,
desproporcional ao aumento dos salários da população trabalhadora. Tão pouco os
rodoviários são beneficiados. Porque não conseguem nem o mínimo reivindicado em reajuste
salarial, muitas vezes tendo sua direção de sindicato negociando aumento menores do que o
desejado pela categoria.
Para onde então vai a grande arrecadação que se tem com tarifas de ônibus? Viram
lucro dos empresários.
Lutar por uma outra lógica de transporte urbano é uma luta difícil que não passa por
fazer "acordões" com políticos e empresários. Somente com muita mobilização da população
usuária em unidade com os trabalhadores de transporte urbano teremos força para
conseguirmos avançar na disputa da cidade.
Retirado de: http://resistenciapopular-al.blogspot.com.br/2015/03/quilombola-n1-2015.html
https://quebrandomuros.wordpress.com/2015/03/31/rp-alagoas-quilombola-no1-2015-mobilidade-urbana-a-solucao-vem-da-luta-nao-por-decreto/
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