(pt) Federação Anarquista do Rio de Janeiro Libera #162 - Faleceu Esther Redes
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Quinta-Feira, 18 de Setembro de 2014 - 09:44:04 CEST
No dia 2 de agosto de 2013, faleceu no Rio de Janeiro aos 92 anos a Professora Esther de
Oliveira Redes.Graduada em Filosofia nos anos 1940, Esther integrou na década seguinte o
Grupo Ação Libertária, filiado à União Anarquista do Rio de Janeiro, do qual o médico
Ideal Peres, seu companheiro, foi um dos fundadores em 1952. Também com Ideal participou
da fundação do Centro de Estudos Professor José Oiticica (CEPJO) em 1958. Bastante
presente a todas as atividades do Centro, inclusive as de caráter administrativo, ali
pronunciou diversas palestras basicamente sobre Psicologia e abordando autores como Jung e
Albert Camus sob uma ótica libertária. Colaborou ainda na década de 1950 com o jornal
anarquista Ação Direta (1946-1959). ---- Em 1969, Esther viu-se envolvida no Inquérito
Policial-Militar instaurado pela ditadura contra os associados do CEPJO. Ideal Peres
permaneceu preso no temido quartel da Rua Barão de Mesquita por um mês
e alguns companheir s do Movimento Estudantil Libertário (MEL)
foram detidos e torturados. Esther, juntamente com Edgar Ro-
drigues, atuou intensamente da defesa dos processados, até a
absolvição de tod s em 1972 Logo a seguir, Ideal e Ester pas-
saram a reunir em seu próprio. apartamento, no bairro do Leme,
jovens que se interessavam pelo anarquismo, retomando assim
sua militância dentro das condições possíveis na época. A passa-
gem dos anos 1970 para os 1980 registram a militância de Esther
e Ideal na Associação dos Moradores do Leme e no jornal do bairro.
Em 1986, Esther teve participação decisiva no nascimento do Cír-
culo de Estudos Libertários (CEL), primeiro
espaço libertário pós-ditadura, da qual foi
administradora até 1991. Integrou o cor-
po editorial da revista anarquista "Utopia",
editada no Rio de Janeiro, que teve 5 nú-
meros lançados entre 1988 e 1992. Com a
morte de Ideal Peres, em agosto de 1995,
doou todo o acervo de livros anarquistas,
que alguns anos depois veio a formar a Bi-
blioteca Social Fábio Luz. Posteriormente,
desligou-se do movimento anarquista. Em
2009 lançou o livro "Caminhos da Vida"
(Edições Reate, Rio de Janeiro), contendo
crônicas e ensaios. Sua atuação por quase
5 décadas foi decisiva na manutenção das atividades libertárias
no Rio de Janeiro no difícil período de 1945 a 1984, bem como
na "passagem do bastão" a uma nova geração de anarquistas.
Fica aqui a homenagem da FARJ. Que a terra lhe seja leve, com-
panheira.
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