(pt) Coletivo Anarquista Bandeira Negra - PROTESTO NÃO É CRIME - PELA ABSOLVIÇÃO DE NICOLAS PACHECO! (en)
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Sábado, 6 de Setembro de 2014 - 16:38:30 CEST
Com muita organização, suor, sangue e ação direta, centenas de trabalhadores,
trabalhadoras, estudantes da Universidade Federal do Paraná em conjunto com inúmeros
outros usuários do SUS estão conseguindo marcar a história da luta por uma saúde pública
de qualidade no Estado do Paraná. ---- No dia 28 de agosto de 2014, dia marcado por muita
truculência policial, vários golpes dos representantes da classe dominante (Reitoria e
mídia burguesa) e criminalização do movimento de luta em defesa do Hospital de Clínicas,
perdemos uma batalha, mas não a guerra. ---- Desde 2012, a comunidade acadêmica da UFPR e
usuários do SUS têm travado várias batalhas contra o Governo Federal e a Reitoria da UFPR
para barrar a entrada da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, EBSERH, que é um
sinônimo de privatização da saúde. Desde lá, com as vitórias da classe oprimida, a
repressão e criminalização do movimento de luta só se intensificou.
Defendemos que a desaprovação da EBSERH seja feita a partir de um plebiscito em que toda
população paranaense possa votar. Pois quem trabalha, estuda e utiliza o hospital é quem
deve decidir. Democracia representativa e privatização não são as soluções!
Com organização, tática e estratégia conseguimos impedir a votação dessa medida
privatizante pelo Conselho Universitário (que conta com 63 conselheiros que sequer usam o
SUS) por três vezes durante este ano. Mas desta vez, mesmo com tanta truculência policial,
o que garantiu a votação foi uma artimanha 'ilegal e injusta' da Reitoria: a votação foi
feita por viva-voz do celular do Reitor.
O movimento de luta em defesa do HC garantiu que não entrasse o número necessário de
conselheiros para votação, como artimanha tentaram fazê-la por vídeo conferência, mas como
a energia foi cortada, decidiram pela privatização do maior hospital público do Paraná por
celular.
Em resposta, o movimento se posicionou em frente ao Prédio da Administração da Reitoria
para exigir que a votação fosse anulada e o braço armado do Estado mostrou seus dentes.
Com balas de borracha, bombas de gás lacrimogênio, spray de pimenta e muita brutalidade
policial pudemos ver o que os "de cima" fazem quando os "de baixo" se movem e lutam.
Não bastasse isso, por volta das 8h30min, o companheiro do PSTU Nicolas Pacheco, de 18
anos, que estava somando esforços na luta, foi sequestrado e mantido em cárcere privado
pelos policiais federais. Dentro do Prédio da Administração da Reitoria, passou mais de 5
horas algemado, sofrendo ameaças policiais e sem poder sequer falar com advogado. O
companheiro foi levado para a carceragem da polícia federal e foi acusado pelos crimes de
resistência, desacato e constrangimento ilegal.
Em reportagem realizada pela RPC-TV fica claro que tais acusações são descabidas (veja o
vídeo a baixo). Como se pode ver, Nicolas foi agarrado por trás e, sob efeito do gás
lacrimogênio, não pode apresentar resistência alguma, como foi acusado. Outra acusação
feita foi a de que ele teria tentado desarmar os policiais; como um militante sozinho
poderia desarmar um contingente de pelo menos 8 policiais que estavam o abordando?!
http://g1.globo.com/pr/parana/paranatv-2edicao/videos/t/edicoes/v/empresa-passara-a-administrar-hospital-de-clinicas-junto-com-ufpr/3593957/
Na madrugada desta sexta-feira, 29, após esforços do corpo jurídico do movimento e da
ampla divulgação da prisão política, Nicolas foi solto.
O que vemos é mais um episódio de manifestantes sendo criminalizados por lutar. Novamente
os movimentos sociais estão sendo brutalmente criminalizados. PROTESTO NÃO É CRIME!
Toda a arbitrariedade do COUN, o fato de não ter havido a divulgação do local exato para
dar início à sessão, o quórum ter sido validado mesmo com os conselheiros não estando
todos no mesmo local e a votação ser sido realizada via celular, demonstram ainda mais a
posição antidemocrática do Reitor tucano dessa universidade.
A Frente de Luta Pra Não Perder o HC entrará na 'Justiça' alegando a ilegitimidade dessa
votação e requerendo sua invalidação. Porém, não devemos simplesmente confiar em tais
vias, pois sabemos a serviço de quem o Poder Judiciário está. Precisamos nos manter
mobilizados para defender a Saúde Pública e lutar contra a privatização do Hospital de
Clínicas. A luta não acabou! Semana que vem precisamos impedir a legitimação da
privatização do HC, que está programada para acontecer no COPLAD (Conselho de Planejamento
e Administração).
RODEAR DE SOLIDARIEDADE OS QUE LUTAM!
PLEBISCITO JÁ!
DA LUTA NÃO NOS RETIRAMOS!
SAÚDE NÃO É MERCADORIA!
PROTESTO NÃO É CRIME!
Coletivo Anarquista Luta de Classe - Organização integrante da Coordenação Anarquista
Brasileira
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