(pt) Núcleo Anarquista Resistência Cabana NARC - Puxirum* #1 - BAKUNIN - 200 ANOS O homem das barricadas (en)
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Domingo, 18 de Maio de 2014 - 10:20:40 CEST
Mikhail Aleksandrovitch Bakunin é considerado uma das figuras mais importantes da história
do anarquismo mundial e, até hoje, suas ideias servem de base para a organização dos
movimentos anarquistas no mundo todo. Nascido no dia 30 de maio de 1814 na cidade de
Premukhimo, localizada na província de Tver, no então Império Russo, Bakunin tinha sete
irmãos, e seus pais, pertencentes à nobreza russa, eram donos de grandes áreas de terra.
Este ano, nós anarquistas, comemoramos o bicentenário de nascimento de uma das figuras
mais importantes da história do anarquismo em todo mundo. ---- Seu pai, Alexander
Michailowitsch Bakunin, queria que Bakunin seguisse a carreira militar e o enviou, aos 14
anos, para São Petersburgo, onde estudou na Universidade de Artilharia, na referida
cidade. Após concluir seus estudos, chegou a fazer parte da guarda imperial russa. Porém,
com o passar do tempo, Bakunin começou a ficar descontente com a carreira militar, e
tornou-se negligente com suas responsabilidades, deixando de obedecer as ordens de seus
comandantes.
Diante de tal situação, seus
superiores disseram-lhe que ele teria que
cumprir suas funções, caso contrário,
deveria deixar o exército. Então Bakunin
optou por largar a vida militar e voltou
para sua casa, para desgosto de seu pai.
m das baEm 1835, Bakunin vai para Moscou,
estudar filosofia. Na universidade ele fez
amizade com um grupo de estudantes
que se dedicavam ao estudo da filosofia
idealista. Eles leem e discutem as obras
de escritores como Kant, Schelling,
Fichte e Hegel, entre outros.
Entusiasmado com o grupo de estudos
da faculdade, Bakunin organiza em sua
cidade um círculo de estudos filosóficos.
Bakunin tinha interesse em se tornar
professor, mas sua paixão pelos ideais
libertários era tão grande, que ele passou
a se dedicar mais a estudar e organizar
ações revolucionárias, viajando pela
Europa, e conhecendo mais pessoas que
simpatizavam com suas ideias, e com
quem também aprendeu bastante.
Tornou-se então um grande
agitador, sempre falando de revolução e
liberdade, lutando pela autonomia dos
povos e opondo-se duramente ao
governo russo. Por causa de suas ideias,
Bakunin foi perseguido constantemente,
não só pelo Império Russo, mas também
por governos de outros países,
chegando a ficar preso por vários anos.
Morreu aos 62 anos, na cidade de Berna,
capital da Suíça.
Bakunin foi, talvez, entre os
anarquistas, quem exerceu de forma
mais ativa o compromisso com suas
palavras. Apesar de sua parca e instável
produção literária, para seus camaradas,
seguidores e admiradores, Bakunin era
simplesmente um homem de ação. No
início da década de 1860, percebeu com
maior clareza que havia chegado a hora
dos movimentos utilizarem as teorias
anarquistas com maior vigor para
fomentar o descontentamento dos
operários e camponeses pelo mundo.
Esta concepção o levou à Primeira
Internacional Socialista, e,
antecipadamente constatou as
implicações autoritárias do socialismo
científico marxista. Foi durante o
confronto dentro da Internacional que
apareceram as irreconciliáveis
diferenças entre Bakunin e Marx diante
das construções do socialismo libertário
e do socialismo autoritário.
Bakunin proferiu inúmeras
conferências, derrotando por algum
tempo os planos marxistas, porém, os
socialistas autoritários conseguiram
expulsá-lo da Internacional, através de
seu conselho geral, comandado por
Marx. Diante destas distintas
personalidades, as condutas diferiam.
Marx era autoritário, centralista e
planejava conquistar o Estado. Bakunin
era libertário, federalista e buscava
destruir o Estado. Este debate persiste
até os dias atuais nos caminhos para se
chegar ao comunismo livre de Estado e
livre de qualquer espécie de governo.
As doutrinas do socialismo francês,
dentre elas a de Proudhon, exerceram
uma enorme influência no pensamento e
nas ações de Bakunin. Contudo, apesar
de discordar do mesmo em alguns
pontos vitais da ação revolucionária e
rejeitar a noção de posse individual, além
das ideias sobre operações bancárias
mútuas, jamais deixou de considerá-lo,
como chegou a observar: "Proudhon é o
mestre de todos nós".
Mas perante seu percurso
revolucionário, havia um tom demasiado
peculiar, estritamente bakuniniano no
estilo aterrorizante, apocalíptico, na
importância que concede ao exercício da
destruição como prelúdio necessário à
criação. Exemplifiquemos na citação do
próprio Bakunin "... Confiemos no eterno
espírito que destrói e aniquila, apenas
porque é a inexplorada e imperecível
criativa origem de toda vida. A ânsia de
destruir é também uma ânsia criativa ...".
A questão social importante é, antes de
tudo, uma questão de destruição da
sociedade vigente e estatal. Com noções
esclarecidas sobre a coletivização dos
processos de produção de trabalho, via
no grupo de operários, a coletividade
como uma unidade básica de
organização social, se distanciando dos
individualismos pontuais de correntes
anarquistas, com sua defesa da
indivisibilidade da liberdade. Seu legado
permanece vivo no discurso e nas ações
dos anarquistas em todo o mundo.
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* Publicação trimestral do Núcleo Anarquista Resistência Cabana - NARC
Contato
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http://resistenciacabana.noblogs.org
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