(pt) Núcleo Anarquista Resistência Cabana NARC - Puxirum #1 - MULHERES Nem mais, nem menos, somente nossos direitos! (en)
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Terça-Feira, 13 de Maio de 2014 - 10:59:43 CEST
O dia 08 de março é uma data de reflexão sobre a questão da mulher na sociedade no
decorrer da história, pois chegamos ao século XXI convivendo com uma realidade nada
animadora para a condição feminina no que toca ao seu papel social, uma vez que a postura
das instituições dominantes (Estado, família, Igreja, meios de comunicação de massa e
outras) pouco mudaram em relação a essa situação. E não sejamos ingênuos de pensar que
mudarão por boa vontade. A mulher ainda é cantada em verso e prosa para a exaltação de seu
papel de mãe, esposa, princesinha dócil, amável e bem comportada, ou, num outro extremo,
numa perspectiva de objeto sexual, em imagens ou textos apelativos e depreciativos da
indústria erótica machista. ---- A dominação masculina sobre a mulher ainda vai mais
longe, quando Igreja e Estado interferem nos direitos da mulher sobre seu próprio corpo,
criminalizando o aborto e ao mesmo tempo colocando em risco a vida daquelas que procuram
essa alternativa, de forma clandestina e desumana.
Quando se fala em direitos da
mulher, a questão é colocada como uma
concessão e não como conquista; ou
então é tratada como algo a ser
comemorado de forma "romântica",
sendo mesmo aproveitada
comercialmente como um motivo para
festinhas com direito a presentinhos
"fofos", como jóias, bombons, flores,
passeios em shoppings e restaurantes
(coisas que mulher tem que gostar).
Nossos direitos nunca são lembrados
como fruto de luta e resistência de
mulheres que não aceitaram permanecer
em plano secundário numa sociedade
que precisa igualmente da mulher e do
homem para garantir sua continuidade.
É importante lembrar que
biologicamente somos diferentes dos
homens, e, psicologicamente também
apresentamos algumas singularidades,
até por questões neurológicas e
hormonais, porém, na vida em
sociedade, temos os mesmos direitos de
nos expressar e desenvolver nossas
faculdades mentais e capacidades
físicas, sem a interferência de
instituições opressoras que buscam a
todo momento manter a mulher numa
condição periférica socialmente, sem
seu devido reconhecimento e espaço.
Essa condição resulta sempre em
violência física e psicológica, violência
sexual e outras formas de violação da
integridade e dignidade da mulher, como
salários mais baixos, dupla jornada de
trabalho (profissional e doméstico), posto
que ela é tratada como um ser inferior,
como propriedade do homem,
dependente, e, portanto, submissa. É por
tudo isso que nós, anarquistas,
ressaltamos a importância da
organização das mulheres na luta por
seus próprios direitos, livres de
rotulações que deturpem e desrespeitem
seu papel social que é, sem dúvida,
fundamental para a construção de uma
sociedade justa e libertária para homens
e mulheres no Brasil e no mundo!
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