(pt) Núcleo Anarquista Resistência Cabana NARC - Puxirum #1 - QUEM TEM MEDO DO ANARQUISMO? (en)
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Sexta-Feira, 9 de Maio de 2014 - 18:47:08 CEST
No mundo de hoje, em qualquer parte do planeta, não existe estabilidade econômica,
política e social. Queremos dizer com isso que o capitalismo, mesmo com todo o seu avanço
tecnológico, não é capaz de resolver os males que atacam a humanidade, como a fome, a
miséria, a repressão, o preconceito racial e desigualdade de gênero e de renda. Pelo
contrário, afirmamos que os problemas elencados sempre fizeram parte da lógica
capitalista, um sistema opressor, repressor, desigual e excludente. ---- Na Europa, berço
do capitalismo moderno, a crise está em toda parte. A maioria dos países apresenta
indicadores de desemprego bastante preocupantes. Espanha e Grécia precisam, a todo o
instante, serem socorridos pela União Européia. No lado leste daquele continente, pipocam
insatisfação contra os regimes remanescentes da ex-URSS, como é o caso da Ucrânia,
demonstrando o quanto é necessário outra forma de organização social.
Na América Latina temos algo
diferente quanto à necessidade de lutar
contra o capitalismo, que é a falsa idéia de
que o capitalismo dirigido por partidos ditos
populares, resolve os problemas da miséria
e da desigualdade. Mas as revoltas
indígenas e populares no Brasil, as revoltas
na Venezuela e o levante indígena no
México, são exemplos de que nós, latino-
americanos, não acreditamos nessas
alternativas reformistas que se
apresentam. Pelo contrário, propomos a
resistência e luta como a melhor alternativa
para o povo. No mundo de hoje, em
qualquer parte, é importante que sejamos o
protagonista de nosso próprio destino.
O Brasil, este ano, terá diversos
momentos para mostrarmos nossa
insatisfação e nossa disposição para as
lutas, única alternativa do povo para
mostrar sua capacidade organizativa de
exigir melhores condições de vida através
de políticas públicas mais eficazes e, ao
mesmo tempo, forçar os patrões a
aumentar os salários dos trabalhadores.
Pelo principio da ação direta, o povo pode
pedir a melhoria de suas condições de vida,
negando a participação nas eleições deste
ano, já que estas nunca irão resolver
nossos problemas, pois apenas
anestesiam nossas necessidades por
melhores condições de vida. Os
movimentos populares organizados podem
exercer um poder de pressão muito forte,
mas para isso precisam se tornar
verdadeiramente autônomos diante dos
partidos reformistas, que estarão
envolvidos até o pescoço com a eleição
deste ano.
Com relação à Copa do Mundo, os
movimentos populares precisam
demonstrar que este evento da
multinacional FIFA não serve aos
interesses dos mais necessitados das
favelas, das periferias e de todo o povo
brasileiro, pois os bilhões de reais que
foram gastos na construção dos estádios,
poderiam ser investidos muito bem na
construção de escolas, hospitais e
saneamento básico, elementos
fundamentais para melhores condições de
vida para o nosso povo. Lutar contra as
eleições burguesas; protestar contra a
Copa do Mundo; lutar pelo passe livre e
melhoria nas condições de mobilidade
urbana; lutar pelo direito à moradia, urbana
ou rural; lutar junto com a resistência
indígena e quilombola; lutar contra Belo
Monte; lutar contra a homofobia, lutar pelos
direitos da mulher; lutar contra o racismo;
lutar contra as idéias nazistas e fascistas;
lutar por um prato de comida; enfim, todas
essas lutas são direitos que nosso povo
vem desenvolvendo há séculos. E não
serão esses partidinhos reformistas,
preocupados com cargos no executivo e no
legislativo, nem será essa mídia
reacionária ou os setores burgueses deste
país, que irão nos tolir e nos tirar este direito
que exercemos desde quando os
colonizadores aqui chegaram e que, até
hoje, aqui continuam. Mais do que lutar,
devemos, neste ano, apoiar e nos
solidarizar com todos aqueles lutadores do
povo. Independente de ideologias, neste
ano de lutas, onde houver um membro de
nossa classe combatendo os patrões e seu
sistema de apoiadores, deveremos
estender nosso apoio, pois, acima de tudo,
pertencemos à mesma classe. De norte a
sul do país, não aceitaremos intimidações
de nenhum setor conservador e elitista da
sociedade. Estamos falando dos direitos do
povo, do direito de irmos para as ruas e de
levantarmos nossas bandeiras e faixas.
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