(pt) Comunicado conjunto de várias organizações internacionalistas da Rússia, Ucrânia e Moldávia sobre os nacionalismos russo e ucraniano
a-infos-pt ainfos.ca
a-infos-pt ainfos.ca
Segunda-Feira, 3 de Março de 2014 - 22:41:15 CET
Este comunicado (ver abaixo), datado deste domingo, e assinado por algumas organizações
anarcosindicalistas e anarquistas da Rússia, Ucrânia e Moldávia apresenta uma perspectiva
séria contra o nacionalismo galopante pró-ucraniano ou pró-russo que parecem estar a
ofuscar o debate político. A esquerda europeia parece tomada de uma doentia vertigem
nacionalista pró-Putin, como se o regime russo fosse "flor que se cheirasse". Um dos
motivos tem sido o excessivo alarme colocado na existência de grupos fascistas entre os
apoiantes do novo regime ucraniano. A extrema-direita tem estado presente nos dois lados
do conflito, mas a dimensão do seu peso tem sido, deliberadamente, exagerado. Também
datado de ontem um comunicado da Organização Autónoma de Trabalhadores Ucranianos
(anarcosindicalista) - ver aqui - se referia a esta questão, assinalando que do lado de
Putin nada de bom se pode esperar e que uma qualquer invasão da Ucrânia apenas teria a ver
com os seus desejos imperialistas sobre todo o território ucraniano.
Hoje é este conjunto de organizações que vêm alertar para o nacionalismo de um e outro
lado, cujo único objectivo é sempre o de fautores da guerra e da instabilidade na região
para aumentarem o poder dos seus grupos de apoio. A posição revolucionária, apesar da
complexidade da situação, só pode ser a da recusa dos vários nacionalismos, a
internacionalização da luta e a construção de organizações de trabalhadores, assentes numa
base federalista, que no futuro tenham uma palavra a dizer na disputa entre as várias
cliques oligárquicas na região. (CLE)
no_war_between_nations_bumpersticker_card-rc1008dcc886e410ea1534a5f6b9235eb_xvuak_8byvr_512
Nem uma única gota de sangue pela "nação"!
A luta pelo poder entre os clãs oligárquicos na Ucrânia ameaça transformar-se num conflito
armado internacional. O capitalismo russo pretende utilizar a recomposição do poder no
Estado Ucraniano de maneira a satisfazer as suas aspirações imperiais e expansionistas de
longa data sobre a Crimeia e o leste da Ucrânia, onde detém fortes interesses económicos,
financeiros e políticos.
Prevendo a próxima crise económica iminente, o regime tenta alimentar o nacionalismo russo
para desviar a atenção dos problemas socio-económicos da classe trabalhadora que estão em
crescimento: salários e pensões de miséria, o desmantelamento dos serviços de saúde
existentes, a educação e outros sectores da área social. Com a explosão da retórica
nacionalista e militante é mais fácil concluir a construção de um Estado autoritário e
corporativo assente em valores conservadores reaccionários e em políticas repressivas.
Na Ucrânia, a crise económica e política aguda levou ao acentuar do confronto entre
"velhos" e "novos" clãs oligárquicos e os primeiros utilizaram mesmo formações
ultra-direitistas e ultra-nacionalistas para provocarem um golpe de Estado em Kiev. A
elite política da Crimeia e do Leste da Ucrânia não tenciona partilhar o seu poder e os
seus bens com os próximos dirigentes de Kiev e para isso julgam contar com a ajuda do
governo russo. Ambos os lados recorreram a uma crescente histeria nacionalista,
respectivamente ucraniana e russa. Tem havido confrontos armados e sangue derramado. As
potências ocidentais têm os seus próprios interesses e aspirações e a sua intervenção no
conflito poderia levar a uma Terceira Guerra Mundial.
A guerra entre chefes de grupo faz, como tem sido hábito, que lutemos entre nós, pessoas
comuns - trabalhadores assalariados, desempregados, estudantes, aposentados...-, pelos
seus interesses. Embebedam-nos com a droga nacionalista, põem-nos uns contra os outros,
fazendo-nos esquecer as nossas reais necessidades e os nossos interesses: não temos nada
que nos preocupar com as suas "nações" quando temos problemas mais importantes e urgentes
- como acabar com o sistema que eles encontraram para nos escravizar e nos oprimir.
Não vamos cair na embriaguez nacionalista. Que vão para o inferno com o seu Estado e as
suas nações, as suas bandeiras e as suas sedes! Esta guerra não é nossa e nós não devemos
cair nela, pagando com o nosso sangue os seus palácios, as suas contas bancárias e o
prazer de se sentarem nas fofas cadeiras do poder. E se os chefes em Moscovo, Kiev, Lviv,
Kharkov, Donetsk e Simferopol começarem esta guerra o nosso dever é resistir por todos os
meios!
2/3/2014
Não à guerra entre "nações" - Não à paz entre as classes !
KRAS , secção russa da Associação Internacional dos Trabalhadores
Internacionalistas da Ucrânia , Rússia, Moldávia, Israel, Lituânia
Federação Anarquista da Moldávia
Fracção dos socialistas revolucionários (Ucrânia)
(aberto á assinatura de outros colectivos...)
aqui: http://www.aitrus.info/node/3608
tradução: Portal Anarquista
More information about the A-infos-pt
mailing list