(pt) A Copa do Mundo e o poder de agendamento - 1 by BrunoL (en)
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Sábado, 28 de Junho de 2014 - 15:06:52 CEST
O tema das relações entre futebol e política é real, necessitando de um debate pautado
pela análise rigorosa. Em 2014, esta correlação também se encontra presente, tendo
começado pelas manifestações de 2013 durante a Copa das Confederações; passando pelo clima
de pânico instaurado com o slogan: "imagina na Copa?"; e materializado em dois campos de
ação simultâneos ocorrendo durante a competição. No presente artigo analisamos a tabelinha
entre mídia e política e no seguinte, a ação de massas. ---- O tema das relações entre
futebol e política é real, tendo começado pelas manifestações de 2013 durante a Copa das
Confederações. ---- Os grandes eventos esportivos têm o poder de impor a sua realização
como a agenda mais relevante durante o acontecimento. No caso da Copa do Mundo do Brasil,
esta é uma evidência. Por mais poder que tenha a FIFA, e ainda que o futebol seja o
esporte mais popular do planeta, este fenômeno não ocorreria sem a capacidade das
indústrias de mídia em transformar o espetáculo na forma mercadoria em um evento massivo e
onipresente. É tamanho o agendamento do campeonato mundial dirigido por Joseph Blatter que
este demarca a ante-sala da política nacional em pleno ano de eleições presidenciais.
Na primeira fila observamos o evidente sucesso da Copa, marcado pela adesão massiva da
população e o triste papel midiático. A figura da indústria promotora do evento subordina
o nobre (e controverso) rol do jornalismo como bastião de toda e qualquer forma de
democracia; o legado de coleguinhas como João Saldanha não se encontra presente.
Nota-se uma aliança um tanto inesperada. O governo de turno, de centro-direita e com um
verniz de "esquerda", caracteriza as empresas líderes da comunicação social como o
principal partido de oposição, estando estas alinhadas - hegemonicamente - ao pensamento
pró-ocidental e neoliberal. Concordo com a caracterização e vejo que, com a promoção do
evento da FIFA, os conglomerados detentores dos licenciamentos o promovem de forma acrítica.
No campo oposto, de perfil baixo e discreto, a oposição política, notadamente de perfil
udenista e atendendo pelo neologismo de "coxinha", termina por torcer contra o sucesso
tanto do evento como da seleção brasileira. A lógica é simplória e pragmática. Se o Brasil
ganhar no campo o clima de euforia terminaria por favorecer a reeleição da herdeira de
Lula. Como se sabe, com uma eventual eliminação do time da CBF, a campanha inicia de forma
antecipada, passando a ser o tema mais relevante.
Tanto para o Planalto como para as empresas de TV - de sinal aberto ou por assinatura -
este sonho da UDN seria o pior dos pesadelos.
Artigo originalmente publicado no blog de Ricardo Noblat
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