(pt) Uniaoan Arquista UNIPA - Causa do Povo nº 70 - O O Imperialismo e a Divisão do Iraque (en)
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Segunda-Feira, 28 de Julho de 2014 - 12:13:49 CEST
Braço armado do Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL) ---- Depois do atentando sobre
as torres gêmeas no EUA em 2001, o governo de George W. Bush, dos EUA, e de Tony Blair, da
Inglaterra, invadiram o Iraque em 2003 e destruíram o Estado comandando por mão de ferro
pelo Partido Baath (Nacionalista Árabe, de maioria Sunita - um ramo do islamismo) de
Saddam Hussein sobre a justificativa, falsa, de armas de destruição em massa. Em busca de
uma ação rápida para os interesses do imperialismo, de controle de reservas energéticas,
petróleo, e de controle político, militar e estratégico da região, apoiado por Israel e as
monarquias do golfo pérsico, os americanos e britânicos destruíram o Estado iraquiano,
dividindo-o. ---- A partir de então se iniciou uma guerra civil pelo controle do "novo"
Estado iraquiano e uma luta de resistência contra as tropas imperialistas. Uma parcela de
grupos étnicos políticos locais Curdos e Xiitas, que estavam fora do poder durante o
governo de Saddam Hussein, apoiaram a invasão. Por sua vez, os EUA e a Inglaterra
sustentaram a formação de um governo fantoche composto por Curdos, Xiitas e Sunitas.
Entretanto, os conflitos se acirraram na medida em que antigos grupos fora do poder
passaram a se vingar. Não houve aliança possível para o controle compartilhado do Estado
Neoliberal proposto pelos EUA e aceito pelas classes dirigentes desses grupos
étnico-políticos e religiosos.
Assim, a política da OTAN, de Israel e dos EUA para o Iraque passa pelo redesenho e a
divisão de todo oriente médio. O desmantelamento do Iraque aumentou a resistência a
ocupação com grupos vinculados a rede da Al Qaeda. De origem Sunita, composto por
Jihadistas de várias partes do mundo, esse grupo criou o Estado Islâmico do Iraque e
Levante (EIIL), com leis baseadas em textos religiosos do Islã, formando um novo Califado,
também patrocinado pelos EUA. Os rebeldes da Frente Al Nursa e do EILL são vinculados as
forças paramilitares patrocinadas e treinadas pela aliança militar ocidental. Não por
acaso, romperam com Al-Qaeda para se concentrar na luta pela formação desse Estado que
compreende o Nordeste da Síria e quase todas a regiões de maioria árabe sunita do Iraque.
Gravura mostra parcialmente a divisão geopolítica do Iraque
A fundação do Estado Islâmico do Iraque, do Califado, está vinculado a agenda dos EUA para
retalhar o Iraque e a Síria em mais dois territórios separadas: uma república xiita árabe
e a República do Curdistão. Esse projeto conta com apoio dos israelenses e das ditaduras e
monarquias absolutas do Kuwait, Catar, Arábia Saudita e Emirados.
Portanto, o EILL está vinculado tanto a problemas internos da região como a ação do
imperialismo nos países árabes e na Ásia Central há algumas décadas. Nos anos 80 os EUA
apoiaram os Mujaheddin (grupos étnicos-políticos-religiosos) no Afeganistão contra a União
Soviética, assim como tem apoiado as milicias e forças paramilitares sunitas que passaram
a atacar os xiitas.
Portanto, de um lado temos um bloco americano, com Israel, Arábia Saudita e as monarquias
do golfo, redesenhando todo aquele território, para seu maior domínio político, militar e
econômico. Do outro lado está o Irã, o grupo libanês Hezbollah e a Síria, contando com o
respaldo da Rússia, e resistindo a esse projeto. As disputas entre esses dois blocos e a
ação imperialista que favoreceu o jihadismo global, que se concentra agora na formação do
EILL, não favorece a classe trabalhadora desses países. Todos esses Estados se colocam ao
lado da classe dominante. Aos trabalhadores não cabe a defesa de um dos dois blocos
políticos, a formação de um Estado controlado por determinados grupos políticos. É
necessária a construção do autogoverno dos trabalhadores que passa pelo resgaste do
internacionalismo e da revolução socialista.
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