(pt) Federação Anarquista Gaúcha - FAG - Aos povos do campo, da cidade e da floresta: nossa Solidariedade!
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Quarta-Feira, 24 de Dezembro de 2014 - 10:08:17 CET
O povo ganhou as ruas no período pré-eleitoral e os efeitos sociais produzidos vão muito
além dos resultados eleitorais expressos na composição ministerial mais conservadora,
dando largo e expressivo poder ao Agronegócio e as corporações que o constituem realocando
seus interesses e projetos de continuidade de dominação. Esta reorganização respingou
também nas disputas e novas composições governamentais. ---- Chegar ao fim de mais um ano
e novamente não ter o que comemorar: eis a dura, trágica e histórica realidade dos povos
indígenas e quilombolas deste país. Se aprovada a PEC 215/2000 promete empurrar os povos
originários à literal necessidade de defesa nesta guerra milenar por seus territórios
ancestrais e pela manutenção dos poucos direitos conquistados a custa de muita luta, suor
e sangue. Para que fique nítido, essa PEC (Proposta de Emenda à Constituição) prevê a
mudança em relação aos órgãos competentes pela homologação de territórios indígenas e
quilombolas, tirando do INCRA e FUNAI a atribuição das demarcações e transferindo para a
matilha do Congresso Nacional essa responsabilidade. O mesmo Congresso que age com
truculência e indiretamente assassina os corpos e a cultura de nossos ancestrais. Isso
significa que toda e qualquer demarcação de terras deverá passar pelas mãos sujas e
corruptas da bancada ruralista para ser aprovada (ou sempre desaprovada), de maneira que
os processos demarcatórios continuam totalmente parados.
Frente à judicialização e criminalização dos que fazem a luta pela terra e pela floresta,
o acirramento das lutas em defesa das titulações dos territórios originários. O
derramamento de sangue e as desaparições seguem sendo arquitetadas pela aliança entre
latifundiários, politiqueiros e empresários que tem como único interesse o extermínio dos
bens naturais para o uso privado do projeto de morte que visa apenas expandir seus lucros
através do modelo colonial agroexportador (soja, minérios, carne).
O período de falsas promessas e falácias sobre a igualdade das urnas e votos passou;
falácias sobre o socialismo elitista que não geram ilusões na maioria da população. É
preciso fortalecer nossas ações na perspectiva do Poder Popular, rompendo o cerco do
isolamento que sofrem nossos territórios através da solidariedade, da denúncia, da
informação e atuação permanente junto ao nosso povo. Se os ataques feitos aos povos
originários são feitos pelas mãos dos de cima, o que resta a nós os DE BAIXO é fechar o
punho e resistir ombro a ombro lutando em defesa dos territórios, dos bens naturais e das
culturas ancestrais.
Em todas as comunidades do campo, cidade e floresta há a permanente necessidade de criar e
organizar novas formas de resistência, seja combatendo o avanço das plantações com veneno
ou enfrentando a especulação imobiliária. A força das Jornadas de Luta não ficou restrita
a junho. Ganhou visibilidade e solidariedade de muitas partes do mundo e o espaço que
tomou no imaginário social gerando noções sobre a capacidade de auto-gestão, de luta
permanente, de descrença no sistema e de confiança nos movimentos sociais como geradores
do poder necessário para as reais conquistas, é o que pode possibilitar avançarmos para um
modelo de sociedade que a vida tenha real valoração.
Continuar a luta dos pobres do campo, da cidade e da floresta.
Pela demarcação, titulação e defesa dos territórios indígenas e quilombolas!
Contra a PEC 215/200.
QUANDO OS DE BAIXO SE MOVEM, OS DE CIMA CAEM!
http://www.federacaoanarquistagaucha.org/
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