(pt) Brazil, Anarkio.net: A-Info #20 - Os infinitos tons de Vermelho e Negro + O “X” da questão
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Sexta-Feira, 10 de Maio de 2013 - 22:18:48 CEST
O amor livre sempre foi um tema muito recorrente entre xs anarquistas, com o decorrer do
tempo tem tido, ao sabor dos tesões envolvidos, grandes variações e aprofundamentos
decorrentes das lutas, choques e conflitos que uma abordagem de amor livre sugere. ----
Muita coisa mudou e para melhor no amor livre proposto pelo anarquismo. Do inicio, sobre
influência ainda das relações patriarcais e dos tabus da igreja católica, o amor livre é
simplesmente a possibilidade de optar por uma parceira diferente, desde que essa
concede-se essa situação. Isso foi mudando com o tempo, não só ampliando as possibilidades
de relação, como também com quem te-las ou até se for em grupo, ou da própria opção com
qual gênero se relacionar, isso tudo se avançou muito.
Parte disso foi incorporado pela libertinagem
liberal, e até temos isso como uma referência:
“fulano é liberal, sicrana é liberal, são um casal
liberal, uma relação liberal”... e assim vai,
sendo que nisso, existe elementos repressores
muito forte que dão a tonalidade dessas
relações e há uma confusão com o amor livre
proposto pelo anarquismo.
Amar livremente consiste em uma
reciprocidade, sinceridade e liberdade entre
todxs xs envolvidxs, de tal forma que se obtém
uma espécie de “contrato relacional” ou algo
assim, criando uma convenção, parâmetros e
regras entre xs envolvidxs, de tal forma em não
oprimir e nem explorar cada um dos envolvidxs.
Tudo poderá ser aceito se o acordo que pré-
defina isso ou conforme o avanço do
relacionamento aja o dialogo aberto e franco
(há certo limite nisso, porque estou escrevendo
base em relações entre pessoas adultas,
comformadas e maduras sexualmente, seja qual for
sua opção e não de relações com crianças, por
exemplo, que são um abuso de poder, uma
violência opressora altamente condenável.
Sabe-se que há inúmeros casos em que
pais/mães/cuidadores “liberais” que levam as
crianças à bailes, clubes, espaços e ambientes
que expõe essas relações, forçando e expondo
prematuramente as tais relacionamentos, sem
nenhum preparo ou educação sobre o assunto).
O que vemos é a total desestruturação das
pessoas para amar livremente; submetendo-se
aos tabus, preconceitos ditados por valores
arcaicos, obsoletos que criam enormes traumas
psíquicos e sexuais, milhões de frustradxs e que
buscam projetar alguma satisfação, por
exemplo, em romances apimentados que expõe
parte dos tesões que muitxs poderiam ter,
sendo que, isso também é uma projeção de um
tesão falso e superficial, porque muitxs ainda
não ou escondem de fato qual seja seu
verdadeiro tesão. Bloqueios como casamentos
forçados, arranjados, prematuros, pseudo-
construção do macho, da fêmea, os estereótipos
relacionados a isso deformam milhões de
pessoas; essas não podendo lidar com a própria
sexualidade, tendem a reproduzir seus
bloqueios nxs outrxs, criando uma bola de neve.
Muito ainda precisamos aprofundar nessa
conversa, sobre a infinitude das relações e como
podem ser tesudas e gostosas quando há o
envolvimento sincero dxs demais. Temos ainda
muita coisa a percorrer nesse universo visto
que ainda é muito pouco discutido de forma
coletiva, porque há por exemplo, um tabu na
psicanalise em evitar tratamentos coletivos, aja
visto o desprezo e a marginalização imposta a
um dos grandes freudianos, Wilhelm Reich que
via que a solução de muitos problemas
individuais nesse quesito eram sintomas
sociais, mostrando que a doença era coletiva,
social e deveria ser tratada também na forma
coletiva e social. Dessa influência por exemplo,
temos a Somaterapia de Roberto Freire como
um instrumento de libertação sexual e para a
construção do amor livre, tão necessário e tão
incompreendido nesses tempos onde as pessoas
são destruídas e arrasadas em seus
relacionamentos por falta de respeito, de
experiência e de convívio igualitário e sincero.
Pela construção do amor livre, com respeito e
reciprocidade sempre!
Ame com tesão sempre, tesão é revolução e
solução!
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O “X” da questão
Muitas pessoas tem nos perguntado se nossos
computadores estão bugados (com virus ou algum erro de
configuração ou algo dessa monta). Nossas máquinas
estão bem, funcionando com linux.
Bem, não é isso a causa que diversos textos apareçam
gênero o artigo da frase. Isso parece errado para as
“xs”, ou @s, é uma opção, a nossa opção de não definir o
regras do português, que o seja, não estamos
preocupadxs com isso.
O “x” da questão são as inúmeras discussões acerca do
machismo, patriarcalismo e tudo relacionado com a
relação de exploração e opressão a isso relacionadas.
Existe uma demanda crescente não só do entendimento
de como isso ocorre nas diversas esferas de relação social,
da sociedad do qual os idiomas são parte da
expressividade dessas relações. Se temos séculos
de imposição do macho, do patriarcado, é mais que
natural que ele seja expressado, até para dar
continuidade por gerações de opressorxs e exploradorxs.
Não deixamos de lado também outro aspecto
importante disso: a questão da opção de gênero
e sexual de cada ser e que o idioma ainda não assimilou
isso, ou melhor, ainda não houve um avanço discursivo
sobre tal assunto a ponto de haver uma reestruturação
idiomática sobre isso (no caso do português especificamente).
Mas tudo que é feito e compartilhado pela sociedade pode ser
sim transformado, modificado ou mesmo destruído para se construir
algo mais significativo para o momento e as gerações que compartilham
da mesma existência.
É também constatável que isso não é algo tão
simples assim a ponto de todxs perceberem a
necessidade dessa transformação na expressividade
idiomática, algo que nem é tão revolucionário
assim, mas com certeza haverá enorme
resistência em aceitar tão fato, porque como somos
teimosxs e conservadorxs, principalmente quando há
algo já enraizado, é muito difícil aceitar mudanças.
Por isso que somos anarquistas, estamos desafiando e discutindo
tudo e temos a convicção que é possível transformar
convenções tudo, mudar e tudo, das sair regras
das que oprimem e exploram, e
construirmos uma nova sociedade onde a sua
organização, administração seja feita com todxs em
acordos mútuos e consensosempre, e isso só é possível
em relações igualitárias e justas.
Esse texto é um pequeno explicativo porque
o uso do “X” ou do @. Muito ainda
escrever, debater, é necessário dialogar,
expressar, discutir sobre tal assunto. Se estimular a
reflexão e ações, já é um bom sinal.
Avancemos sempre na através construção de
práticas do anarquismo livres.
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